{Ninguém é herói para o seu criado de quarto}
quinta-feira, fevereiro 28, 2002
 
obrigada ana.

 
Para as minhas fadas (Leninha e Liliana) que andam tão tristinhas.
Esperem por mim que eu já vos apanho, mas lem brem-se disto:

Tears Are In Your Eyes - Yo La Tengo

You tell me summer's here
and the time is wrong
You tell me winter's here
And your days are getting long

Tears are in your eyes
Tonight

You tell me that you haven't slept in days
You tell me sleeping only makes your tired anyway

Tears are in your eyes
Tonight
Tears are in your eyes
Every night

Although you don't beleive me, you are strong
Darkness always turns into the dawn
And you won't even remember this for long
When it ends alright

Please tell me how you know tomorrow staring at your shoes

Tears are in your eyes
Every night
Tears are in your eyes
Every night
Tears are in your eyes
Tonight

 
Vim à net uns minutos só para consultar o blog e o mail. Restam-me algumas horas para escrever 10 páginas para História do Cinema. Não me apetece escrevê-lo, mas hoje fiquei em casa e estou bem disposta. Aguardam-me várias horas em frente a este ecrã e teclado. O som de Fundo é dos Gomez.
E o Porto, cada vez mais perto...
Valha-nos isso. :-))

 
Mas onde é que anda toda a gente???? :-(((

segunda-feira, fevereiro 25, 2002
 
A ana é fixe.
A ana também está cansada.
Os amiguinhos sabem-no.

E esse gajo que te anda a mandar mails também.

domingo, fevereiro 24, 2002
 
Estou farta deste semestre. Vamos entrar no novo com um défice de 3 dias de férias ou de 5 se contarmos com o fim-de-semana.
Sim. EU TAMBÉM ESTOU CANSADA, amiguinhas.
Já nem História do Cinema posso ver à frente. O "filme negro" nunca devia ter sido inventado, para sobre ele não se poderem fazer trabalhos escolares.
Ontem deram as "Virgens Suícidas".
Espero que tenham visto.
Venham ao blog.

Teaser: "O que fariam na vossa última tarde na cidade de Lisboa?" Se ainda tivessem duas ou três horas restantes de luz do Sol? Para que local? Fazer o quê?

 
"O meu destino é esperar alguém
que logo parte.
O meu destino é cantar de
esperança e cantar de saudade.

Quem muito tiver que esperar e nada
a perder será sempre perigoso.
Quando uma porta fecha logo outra se abre.

Tuda acaba bem para quem sabe esperar.
Um dia a vida correrá bem ... é a minha esperança.
Hoje a vida corre-me bem .... é a minha ilusão.

O que importa a vida, que importa a morte,
se a cada esperança perdida, nasce sempre
outra mais forte?

Nasci num mundo ja velho.
De um século sem esperança.
E quando não temos esperança
não devemos desesperar por nada.

Não ha nada tão desesperante como
não ter uma nova razão para ter
esperança.
Não se deve amarrar um navio a
uma só âncora nem uma vida a
uma única esperança.

A esperança é um impréstimo que
pedimos à felicidade.
Quem não vive de esperança morrerá de jejum."


Alguém que não conheço me anda a mandar mails. Bom, este poema vinha no segundo mail. É intitulado sugestivamente de Esperança.
Gostava de saber se isto também vos acontece. Mandaram-me isto há dois dias. Tem a sua piada, a ironia...
Tudo o que sei sobre este "amigo" é que é optimista, que nunca vai ficar para a história pelo seu talento de poeta e que deve ter apanhado o meu adress nalgum mail de Fw.
FW is evil.
Não pus aqui o poema para escárnio colectivo mas porque achei que seria engraçado falar na situação. O que é que pensam?
Eu repito: ele começou-me a mandar mails do nada. E agora mandou isto.
Chamou-me “amiga”. Devo ficar contente com o bom “karma” à minha volta?
Só pode fazer bem...

 
Domingo no mundo

Hoje (ontem)saí só com o meu pai para ir de carro a casa da minha avó. Já era de noite. Mesmo de noite. Eu fui todo o caminho para lá em silêncio, ou melhor, o meu pai interrompeu-o ao fim de cerca de 30 minutos (serão cerca de 45 na totalidade) para me perguntar "quando é que vais tirar a carta?"
Eu não respondi. Fiquei calada. Ele ficou triste com o meu silêncio que vendo bem as coisas, no carro, até é habitual.
Eles andam a ficar preocupados comigo e não lhes serve de nada eu dizer que "não é nada". E também não posso inventar explicações que não existem.
A verdadeira razão do silêncio nem era nada extraordinária. Gosto de sentir o movimento do carro, conjugado com a música. Íamos a ouvir o Cosmopanda. Se não houver música também, mas é menos bom. Porque nem pensamos bem em nada. A velocidade do carro anula as possibilidades de pensamento demasiado rápido. Gosto de andar de carro e olhar pela janela e não pensar em nada, ou em nada de demasiado relevante. Depende das situações. Nem sempre consigo. Nem é introspecção, é uma espécie de pensamento "em branco". Sabe muito bem.
No caminho de volta, logo ao entrar no carro, no lado b da K7 estavam os Beatles. Sorri quando começou o "With a litle help from my friends" porque me lembrou de vocês e de como tudo seria sempre pior se não existissem.
Para sossegar o meu pai, no caminho de volta falámos muito: do aniversário da morte do Zeca Afonso, dos critérios para a ida para o Panteão Nacional, do chauvinismo do povo francês, do que Lisboa tem de melhor ao fim da tarde e outros assuntos soltos.
Foi muito bom quebrar o silêncio, pelo menos desta vez....

 
"É a vida, o que é que se há-de fazer?
É a vida, o que é que se há-de fazer?
É a vida, o que é que se há-de fazer?
O que é que se há-de fazer?
Viver."

Palavras de Sérgio Godinho, o Cosmopanda.
Ana, num momento de lucidez ou de acalmia :-)

 
Eu sou um eidos.
A Liliana é um eidos.
A Madalena é um eidos.
A Cristina é um ikon. Deve ser por causa de ser brasileira ;-)

sábado, fevereiro 23, 2002
 
“A Ana não é fixe!! Nós é que somos as ‘Fadas do Lar’. Nós é que somos fixes.”

“O melhor programa de rádio da Faculdade” vaticinou o Filipe. E quem somos nós para o contadizer? Afinal de contas é ele que está quase constantemente no tal “plano superior” dos iluminados. O Filipe deve estar em permanente contacto com o mundo dos eidos. A erva faz milagres. E eu acho que ele é um fixe.
A Madalena falava há pouco tempo comigo sobre a “fada do lar” e referia-se a ela como o seu único sucesso “profissional”. Não concordo que seja o único. Mas é um feito extraordinário. E também é teu Liliana.
Eu pertenço, como outros aqui do Blog, à equipa de ouvintes do programa. Sim, porque a “Fada do Lar” tem também uma equipa regular de ouvintes (que recebe e faz dedicatórias, que ganha os concursos e que às vezes até ouve os elogios acerca do programa ;-).
A Madalena estava tão cansada e mesmo assim acedeu a fazer o programa. Nós ficámos tão contentes. Ainda bem que o fizeram. Obrigado.
Estava tanto Sol. Tem estado tanto Sol. Eu até já começo a ficar com o rosto moreno. Eu estava com a Cristina nas madeirinhas e os Erasmus lá ao pé. Eles gostaram muito também.
As fadas do lar brindaram-nos com clássicos solarengos e primaveris. Toda a gente reparou. Toda a gente estava a gostar. Menos um menino que estava de phones. “Primeiro estranha-se, depois entranha-se”, não é o que se diz?
Os Blondie (eheheheheh), a Madalena Iglesias, o Joe Dassin, o já mítico genérico do “Vacaciones en el mar” (segundo a Laura), vulgo “Barco do Amor” e muitos mais que não decorei.
Conseguiram conquistar a atenção de uma série de pessoas. A música era pouco convencional e o sentido de humor é de “private joke” mas o público da esplanada estava absolutamente rendido. Uma amiga do Helder comentou que parecia um programa de rádio para as donas de casa dos tempos do Estado Novo e riu-se quando eu lhe respondi que era essa mesmo a intenção.
Tentaram subornar as minhas “fadas” para passar P. J. Harvey... Onde é que já se viu isto?
Muitos, muitos muitos parabéns, minhas lindas “Fadas do Lar”.

sexta-feira, fevereiro 22, 2002
 
terceiro dia de férias: salvem-me de casa!!

eu sei que não é muito justo estar a dizer isto quando alguns de voçês ainda têm coisas para fazer. mas estou mesmo aborrecido. hoje até limpei e arrumei o quarto por não ter mais nada que fazer. não foi um domingo, mas não andou muito longe. se tivesse carro (esteve na oficina) tinha ido a lisboa para ver o wild man blues no cinestúdio 222. fica para a semana. falem-me de coisas que se podem fazer em casa durante as férias. não estou com muita imaginação...

terça-feira, fevereiro 19, 2002
 
Quando se gosta muito de uma pessoa, quando se tem uma grande admiração por ela, enfim não é só isto, mas quando se está apaixonado (sim, acho que deixei de ter medo desta palavra, se bem que não sei por quanto tempo), penso que é normal esse sentimento Heldinho. De que não se merece a "tal" pessoa. Que ela é demais para nós. Porque é que algum dia isso havia de acontecer? Sim, porque afinal de contas é "ela" que é especial e não nós. Mas isto não tem necessariamente de ser visto "assim" por essa pessoa.
Eu sei porque é que penso assim: cresci a ouvir o "Creep"dos Radiohead :-)
Ok, isto era a piadinha!!
Podemos perder muita coisa se continuarmos a pensar sempre assim. Afinal de contas que mal é que tem apanhar uma grande tampa? O meu amor próprio já viu melhores dias...
Lembra-te Helder: FAZER AGORA!

PS- Já vai tarde, mas muito obrigado pela "Any Day Now". E sim, eu ouvi :-)

segunda-feira, fevereiro 18, 2002
 
[e se fossemos todos transformados pelo matt groening em personagens de desenho animado?]

esta noite tive um sonho desenhado pelo matt groening! influência de ter visto o futurama na tv2, muito provavelmente. A história não era nada de especial. Era mesmo um daqueles sonhos típicos em que a acção se desenrola sem nenhum sentido aparente. A única coisa realmente notável foi a de a certo ponto todas as personagens se tornaram nas suas caricaturas, num meio caminho entre os simpsons e o futurama. Algumas das personagens era os meus amiguinhos e outras eram aquelas personagens que aparecem nos sonhos, que nunca vimos em lado nenhum, e não sabemos de onde e como vêm parar ao nosso subconsciente. Só que eram todos desenhos animados. Lisboa, era uma espécie de Springfield, só que mais familiar. Garanto-vos que alguns de vocês ficavam realmente giros como personagens dos simpsons... não cheguei a ver como é que eu era porque eu era eu e estava dentro do meu corpo. Mas quando acordei, fiquei a pensar como seria a minha imagem caricaturada pelo criador dos simpsons... se soubesse desenhar desenhava-vos como apareceram no meu sonho. Há uma parte do sonho que me lembro. Havia um velho horrível, pior que o abraham simpson, que batia em crianças. Mas as crianças começaram a andar com uma espécie de bip onde carregavam no botão e apareciam logo os pais. Quando o velho se fartou de estar sempre a ter problemas com os pais das criancinhas resolveu telefonar para um orfanato para adoptar uma criança que fosse meia deficiente e com falta de vista. A funcionária, com aspecto de tédio absoluto disse apenas: “miúdos, podem outra vez brincar ao “onde está o wally!” E foram todos à procura do wally...






 
Mas depois perco a paciência... Ou a esperança:

I want to
I want to be someone else or I'll explode
Floating upon the surface for the birds
The birds
The birds
You want me
Fucking well come and find me
I'll be waiting
With a gun and a pack of sandwiches
And nothing
Nothing
Nothing
Nothing
You want me
Well come on and break the door down
You want me
Fucking come on and break the door down
I'm ready
I'm ready
I'm ready
I'm ready
I'm ready


Talk Show Host - Radiohead

 
Ás vezes sinto-me assim:

I'll drown my beliefs
To have you be in peace
I'll dress like your niece
To wash your swollen feet

Just don't leave, don't leave

And true love waits
In haunted attics
And true love wins
On lollipops and crisps

Just don't leave, don't leave

I'm not living
I'm just killing time
Your tiny hands
Your crazy kiss and smile

Just lonely, lonely..
Just lonely, lonely..


Radiohead - True Love Waits

 
No outro dia, ouvi o OK Computer.
Já não o ouvia há algum tempo e nem pensava fazê-lo porque o Cd estava emprestado hà um século a uma amiga da minha irmã e porque não me parecia o melhor disco para ouvir num walkman, nesta altura da minha vida. Mas quis Deus, ou o destino, ou o meu maravilhoso hábito de nunca pôr etiquetas nos minidiscs, que eu o trouxesse por engano na mochila.
Quando pus um disco no autocarro, queria ouvir outra coisa, mas decidi deixar e ouvir. Os primeiros acordes da "airbag" lembraram-me das saudades que tinha de um dos discos mais importantes da minha vida. De como já não o ouvia há tanto tempo. De como gosto dele. De como eu não posso falar de mim sem falar dele.
Fez-me chorar. Fez-me mesmo chorar. Comoveu-me. Por tudo. Por todas as razões e mais algumas.
Porque me sinto frágil. Porque aquele álbum é comovente. Porque às vezes, viver apenas é uma coisa difícil e dolorosa. Porque não tenho muito jeito para sofrer e estou cansada.
Nem sei em que pensei enquanto o disco tocava e o autocarro me trazia de volta a casa. Sei que quis que o autocarro continuasse a andar. A andar para sempre. Que nunca parasse. Que a voz do Thom Yorke me embalasse para sempre. Que tudo desaparecesse. Que começasse a chover quando ele canta:

Rain Down
Rain down
Come on rain down
On me
From a great height
From a great height


Foi o meu encontro mais bonito de sempre com este álbum. Ao fim de (acho que posso dizer centenas? será?) de vezes que o ouvi, continua a comover-me. Não sei explicar, mas achei que devia dizer...

domingo, fevereiro 17, 2002
 
As Nuvens sabem a metal?
Não sei. Mas o álbum dos Flaming Lips é maravilhoso. Obrigado Paulo.
Fico muito feliz enquanto oiço aquele cd. A "When You Smile" é uma canção extraordinária. Têm de ouvir :-)

 
Eu não sei tocar guitarra e até a mim o Lee Ranaldo deu vontade de ir a correr tocar guitarra. O David Toop é uma coisa indescritível de tão má que foi.
Quero aprender a tocar guitarra e a culpa é do Lee Ranaldo :-)

 
I tell you that I’ll always want you near
You say that things change,
My dear…

Tori Amos - Winter

 
Querido Diário:
Passei o fim-de-semana sempre ocupada. Duas amigas minhas “do outro lado” faziam anos no sábado e hoje respectivamente.. É sempre bom estar com os nossos amigos de sempre, ou os velhos amigos. Mesmo quando só se tem 20anos e nenhum velho amigo pode ser demasiado “velho”. Estava a precisar de me distrair. Muito. Mesmo.
Estive com eles quase estes dois dias inteiros. Ontem fomos à Portugália, beber imperiais e comer tremoços e depois para casa de um de nós. À meia noite saímos todos de casa para ir comer um gelado. Estava frio e o Mcdonald’s em Oeiras é à beirinha da praia. Estava uma noite muito bonita. Depois eles foram para um bar de Karaoke e eu decidi que não queria ir. Estava cansada e sem disposição.
Hoje íamos fazer um piquenique num parque de merendas em Loures mas que estava cheio de pessoas que tinham tido a mesma ideia que nós “olha que lindo dia para fazer um piquenique”, mas que tinham chegado mais cedo. O parque estava cheio e acabámos por ir parar a um monte onde, numa clareira, estendemos uma manta grande no chão e ficámos a tarde inteira ao Sol.
Foi bom. Acho que me fez bem. Noutra época teria sido melhor.
Não Madalena, não estudei nada, porque nem tive tempo.
Não sei se faz sentido estar a escrever isto aqui, mas...

 
Liliana: apesar de uma certa regularidade “temática”, fico muito feliz de voltar a ver o teu nome aqui no quarto. Já falei contigo ao telefone e tenho saudades de te “ver” realmente. A realidade não só passa sem ti, como passa sem todos nós. Pode é passar de forma melhor ou pior...
De qualquer modo, era só para te dizer que estou contente e que espero que tenhas entrado, fechado a porta e decidido ficar :-)

 
à minha rapariga de cambridge:

olha, essa repulsa que tens por mim? já pensaste que pode ser sinal de qualquer coisa que está a nascer em ti em relação a mim e que essa coisa pode até ser boa e que pode até trazer-te alguma felicidade como tardes bem passadas a ouvir as minhas histórias e a discutir política e a andar pela cidade até doerem os pés ou ir ver exposiões da culturais ao CCB.

olha, essa coisa que se calhar porventura algum dia talvez com esforço com boa vontade nunca se sabe até pode ser que alguma vez te passe pela cabeça que eu até faço o teu estilo freak ou cool eu posso ser qualquer coisa é só tu achares que assim essa coisa cresce mais facilmente ou melhor transforma-se de repulsa em qualquer coisa sei lá simpatia ou atracção irresístivel ou interesse ou obsessão qualquer coisa sei lá amor verdadeiro ou coisa do género.

olha, até pode ser que te mude a vida saber que eu até às vezes quase sempre preferia e até tudo era mais suportável se estivesses à distância de um toque de telemóvel ou à distância de uma perna de mesa bastava atravessa-la e alcançava a tua mão era tão bom e consolava-me nesta vida é que sabes se calhar se reparaste em mim eu sou feliz mas preciso de ti à mesma não te preocupes porque eu ando sempre com problemas até os invento se for preciso para te ter à distância de uma viagem de autocarro.

olha, por falar nisso e sem querer ser mórbida tu já viste que a vida é tão curta e nós aqui a perder tempo a ver se as coisas crescem quando isto em mim já está tão grande que eu dou-te um bocadinho e pronto fica igual e sentimos igual e gostamos igual quer dizer eu hei-de sempre gostar mais porque isto em mim cresce que nem urtigas e já viste não te quero apressar mas eu sou uma pessoa doente não é fazer chantagem mas eu até posso morrer mais cedo longe de mim querer apressar-te mas isto nunca se sabe e se calhar é melhor começar já o nosso caminho de felicidade não vá o diabo tece-las e tu deixares que essa repulsa se torne em indiferença e assim já viste fico sem nada.

mas olha, sem nada já eu estou por isso avança tu e decide tu se vamos ser felizes agora ou depois ou nunca porque eu já não me apetece mais isto assim sempre eu a ter que tratar de mim, olha já agora trata tu de mim e eu trato de ti, era tão bom... vá lá... apaixona-te por mim, por favor.

 
este fim de semana foi cheio... eu não sei...
foi cheio de muita coisa e não foi cheio de nada.
(acaba por nunca ser nada)
descobri:
- que o fim é mesmo fim
- que eu me engano a mim mesma quando tento interpretar o mundo como quero, sem olhar a factos
- que ninguém está livre de entrar numa história macabra e vergonhosa
- que o soluçar de uma amiga não pára só porque nós queremos
- que quando pensamos que está tudo definido, as coisas desmoronam-se
- que a vida pode mudar em segundos
- que a pressão é mais forte que o alívio
- que às vezes a solidão é tão insuportável que nos levantamos pra ir buscar um peluche
- que deus é mesmo incompreensível nas coincidências que nos obriga a aturar
- que a lucidez vem por poucos instantes e devemos aproveita-los bem para sugar algum consolo na razão
- que quando que acho que não aguento mais, não tenho outra hipótese senão aguentar ainda mais...
- que assim que pensamos que já levamos porrada suficiente temos que nos levantar para amparar quem levou ainda mais

este fim de semana foi... uma sexta à tarde, um sábado inteiro e um domingo inteiro.
este fim de semana foi... tanta coisa...

não é nada, digo a mim mesma, não é nada, vai passar. como tudo... vai passar. é só mais um fim de semana cheio de coisas. como um cesto cheio de tralhas.
é só isso.

 
S.A.D. - Sunday Afternoon Depression

não há cura para os domingos à tarde. mesmo quando não são dolorosos, são um incrível deserto. tédio absoluto.

 
aqui está formula matemática para as imagens. .

<*img src="www.localiza.ção"/>

só não leva o asterisco. pu-lo só para enganar o computador. se não aparecia uma imagem em vez da fórmula.
procura-se as imagens num site qualquer e depois vê-se nas propriedades a localização
posto isto: vamos encher as paredes do quarto!

 
Alguém me pode dizer o que é que se tem que fazer para pôr uma imagem num post?




 
Caríssimo Sérgio, eu tenho cá andado todos os dias. Não tenho escrito mas acho que isso não é mais do que a força do hábito. De qualquer forma começo a ficar preocupada. Onde é que está toda a gente? Estarei a provar do meu próprio remédio? Agora que eu pareço, finalmente, estar a chegar ao blog ele começa a fugir de mim?
Onde é que estão todos? Voltem por favor.

 
a word
a simple word
are you there
in the cold country?
mtns in yr eyes
like a tunnel?
yr mouth still full?
horses galloping
across yr pages?
i'm coming thru
doldrums thru
the trees
to wet sounds
of life. sun
filled rms.
a word just
a word
to mark yr
absence.

[lee ranaldo]

fiquei com vontade de tocar guitarra depois de ver o lee ranaldo. passei o dia quase todo a tocar.
ninguém tem vindo aqui nos ultimos dias...

quinta-feira, fevereiro 14, 2002
 
tu não me mandes assim no meu mundo. tu não mandes assim para o fundo.
tu não me dês beijinhos paternalistas pra dar nas vistas a quem já te conhece tão bem.

tu não escondas de mim essas unhas.
tu não escondas de mim testemunhas duma palavra com que nos demos assim: era não quando era mão, era sim quando era sim.

tu não me vivas assim o meu dia.
tu não dês vivas assim a quem ria do que tu eras antes de seres o que és e nos teus pés te calçou o que a um outro roubou.

vem pôr, amor, amor vem pôr
amor, vem pôr dentro de mim.
tem dor...
vem pôr amor, amor.
amor, tem dor dentro de mim.

uma cantiga de amor, do sérgio godinho.

 
o meu amor tem lábios de silencio e mãos de bailarina e voa como o vento, abraça-me onde a solidão termina.

o meu amor tem 30 mil cavalos a galopar no peito e um sorriso só dele que nasce quando a seu lado me deito.

o meu amor ensinou-me a partir nalgume noite triste mas também me ensinou a não esquecer que o meu amor existe.

jorge palma

 
[Blue Valentines - tom waits]

She sends me blue valentines
All the way from Philadelphia
To mark the anniversary
Of someone that I used to be
And it feels just like theres
A warrant out for my arrest
Got me checkin in my rearview mirror
And I'm always on the run
Thats why I changed my name
And I didn't think you'd ever find me here

To send me blue valentines
Like half forgotten dreams
Like a pebble in my shoe
As I walk these streets
And the ghost of your memory
Is the thistle in the kiss
And the burgler that can break a roses neck
It's the tatooed broken promise
That I hide beneath my sleeve
And I see you every time I turn my back

She sends me blue valentines
Though I try to remain at large
They're insisting that our love
Must have a eulogy
Why do I save all of this madness
In the nightstand drawer
There to haunt upon my shoulders
Baby I know
I'd be luckier to walk around everywhere I go
With a blind and broken heart
That sleeps beneath my lapel

She sends me my blue valentines
To remind me of my cardinal sin
I can never wash the guilt
Or get these bloodstains off my handa
And it takes a lot of whiskey
To take this nightmares go away
And I cut my bleedin heart out every nite
And I die a little more on each St. Valentines day
Remember that I promised I would
Write you...
These blue valentines
blue valentines
blue valentines

 
À minha rapariga de Cambridge:

Mesmo a ausência dela é uma coisa que está comigo.
E eu gosto tanto dela que não sei como a desejar.
Se a não vejo, imagino-a e sou forte como as árvores altas.
Mas se a vejo tremo, não sei o que é feito do que sinto na ausência dela.

Todo eu sou força qualquer que me abandona.

 
Para este e outros dias:

O amor é uma companhia.
Já não sei andar só pelos caminhos.
Porque já não sei andar só.

 
acabei o trabalho! agora vou dormir e sonhar.

quarta-feira, fevereiro 13, 2002
 
preciso de uma namorada para amanhã. alguém me pode ajudar?

 
Quando vier a Primavera,
Se eu já estiver morto,
As flores florirão da mesma maneira
E as árvores não serão menos verdes que na Primavera passada.

A realidade não precisa de mim.

 

 
liverpool pode ser um local muito solitário num sábado à noite. e ainda hoje é quinta feira...

[yellow submarine]

 
o mundo é uma seca. ponto.

terça-feira, fevereiro 12, 2002
 
Os feriados têm em mim o mesmo efeito dos Domingos. Não o consigo evitar.
Tive um dia aborrecido. Não liguei a televisão para não ficar mais deprimida. É uma coisa que tenho evitado fazer ultimamente.
Passei o dia a jogar computador e a preocupar-me com o trabalho de História do Cinema. E claro, ouvi discos. Pus o "I Can Hear The Heart Beating As One" a tocar muito alto, mas a única pessoa que apareceu para mo mandar baixar foi o meu pai. Já não foi mau!!
Estou a precisar de férias. Não porque tive um dia trabalhoso mas porque preciso de pensar a longo prazo sem sentir este pequeno aperto na garganta. Quero férias! Quero férias... e não vou ter!
We'll always have Fantas? Mas parece tão longe...
E o nosso plano para uns convites "especiais", Madalena? ;-)

 
Amiguinhos:
Tomei a liberdade de mudar o nome ao blog!
Sérgio, este é o Calvin preferido do João Rosas. Ele até o sabe de cor. O que é que pensas sobre isso?

 


segunda-feira, fevereiro 11, 2002
 
Vou para a Cinemateca agora, pesquisar para o trabalho. Não sei se tenho razões par estar entusiamada, mas estou! :-)
Talvez ainda venha hoje à noite. Espero que sim... Ouvi rumores sobre uma "Fada-do-Lar" especial, na quinta-feira... Será??
Liliana: VOLTA, pleeeeeeeeeeaaaaaaaaaaaase?

 
A Cristina esteve em minha casa este fim-de-semana. Fomos ver filmes e falar sobre a vida. Tivémos um Domingo típico.
Vimos três ao todo:

O Estranho Mundo de Jack - Tim Burton
Lulu on the bridge - Paul Auster
Amateur - Hal Hartley


Nenhum padrão foi orientador. Eram só alguns dos filmes que eu mais gosto e dos quais já tinha falado à Cristina sem que ela os tivesse visto. Tenho pensado neles. Os filmes importantes para nós, os bons, são aqueles que por maior esforço que façamos, sentimos sempre que nos escapam. Vão-nos escapando. Há ali qualquer coisa que ainda falta compreender. Se o filme é bom, continua a chamar-nos para o compreender. É incontável a quantidade de vezes que já vi cada um deles e é inexplicável o que ainda sinto quando os vejo.
Têm todos um tom triste. Neste caso, são todos filmes, mais do que histórias de amor, sobre diferenças: sobre origens diferentes e sobre o esforço de cada um para as superar. Isto está a ficar filosofia de ponta... Volto a tentar noutro dia. Acho eu.
Alguém já viu algum deles? Eu sei que sim... Podíamos falar sobre isso. De qualquer modo eu recomendo vivamente. Vistos juntos fazem muito sentido :-)

 
Sabiam que a Biblioteca da Cinemateca só abre às duas da tarde? Eu e a Madalena também não sabíamos :-(
Acabou por não ser assim tão mau. Fomos passar algum tempo a uma "Pastelaria Tarantela", ali na Estefânia, que tem os empregados mais estúpidos do mundo. Aquele que nos atendeu pegou na mochila da Madalena (que estava encostada à mesa no chão) para a desviar e olhava sempre para nós de soslaio. De resto, havia as personagens do costume: velhinhas a tomar o pequeno almoço, senhores cuja profissão é ler todos os jornais diários portugueses e os tais transeuntes/figurantes sem marcas distintivas.
Deixei a Madalena há uma hora, mais ou menos que ia cortar o cabelo e disse que ficaria intimidada se eu ficasse lá a assistir :-) Quando te vir já sabes o que te vou dizer. Estava tão gira hoje, de côr-de-rosa. O teu sorriso pode andar mais desaparecido Madalena, mas continua a ser o teu esplendoroso sorriso. E quando é um daqueles cheios...
Eu estava de castanho e enquanto a acompanhava até Picoas (onde fica o cabeleireiro) encontrámos o professor de História do Cinema que nos cumprimentou tão simpaticamente que nem queríamos acreditar. Não estávamos longe da Cinemateca e devia ser para lá que ele se dirigia. Ele é o professor mais "cool" do departamento e acho que nos acha piada. A mim e à Madalena. Enquanto "par de jarras", hoje de rosa e castanho.
Um homem com o aspecto mais estranho do mundo sorriu-nos ao jeito do gato da "Alice no País das Maravilhas" e eu acho que hoje Lisboa está estranhíssima, cheia de personagens estranhíssimas. A faculdade está fechada, o céu está coberto e está frio.
à Madalena deve estar agora a acabar de cortar o cabelo e vai para casa. Eu estou na Mediteca da Caixa Geral de Depósitos (esse local de dificíl acesso, não é Liliana?), onde já não punha os pés há mais de, sei lá, um ano? Está tudo na mesma. Vou fazer tempo até a Cinemateca abrir.
Gosto deste local porque é anónimo, ninguém me conhece e sou só mais um que entra, fica um pouco e passa. Não é como a faculdade onde me sinto em casa.
Estou a ouvir o "And then Nothing turned itself inside out" dos Yo La Tengo, um álbum que tenho tido uma dificuldade imensa em largar...

domingo, fevereiro 10, 2002
 
obrigado a todos...

 
:-)

sábado, fevereiro 09, 2002
 
oh serginho.... como estás?

as melhoras... descansa.

 
(...)entre os intestinos e a garganta:
toda a energia devastando o sono, o ritmo
-aquilo(...)


[herberto helder]

 
ana
obriga por me teres emprestado o sergio godinho. ele é muito cosmopanda e tem muito bons efeitos na minha vida.


 
patrícia: parabens!
sabes uma coisa. tenho no meu quintal uma amendoeira que está florida e que, por isso, está muito parecida contigo.

gosto muito de ti!!

 
raquel:




foste multada por excesso de velocidade... : )

 
muitos parabéns patrícia!

 
Patrícia:
Minha linda afilhadinha. Foste o melhor que nasceu das praxes. Escolhemo-nos. Não sei como é que soube desde o primeiro minuto que eras como és. Se calhar foi só sorte. Se calhar foi mais. Muitos Parabéns. Adoro-te e tu sabes.

sexta-feira, fevereiro 08, 2002
 
Raquel:

ÉS O MEU GURU!

BUH PARA O GUSTAVO!!!!



 
Os caracóis desapareceram. Nada mais mudou...

 
Gosto de rotinas e de hábitos. Fica mal dizer isto mas acredito que existem boas rotinas e bons hábitos. Dão aos dias uma dimensão de homogeneidade que permite que cada pequeno pormenor seja melhor saboreado. Ou mais sofrido.
Permite que se compreenda que “todos os dias são iguais, mas uns são mais iguais do que outros”. Como se o facto de serem muito iguais os tornasse mais diferentes. Acho que faz sentido. Acho...
Não percebo porque é que a noção de rotina é tão desvalorizada. Ou melhor, se fizesse um esforço perceberia, mas existe este outro lado. A repetição pode ser doce, mas é sempre considerada pejorativamente. Não compreendo.
É preciso não esquecer que as minhas rotinas incluem além de aulas, amigos, música, tabuínhas, amigos, ócio, autocarros, às 18:30, combis de morango, amigos, café à sexta-feira à tarde, amigos, amigos...
Não me estou a esquecer que existem pessoas de rotinas duras, onde não há espaço para nada de agradável. Refiro-me aqueles que se queixam de que nunca nada acontece, que se esquecem de que a vida é um posto de 24 horas por dia. Aquelas pessoas que não têm uma vida muito diferente da minha (nossa) porque só posso falar do que conheço.
Tirando a paranóia, que é culpa minha, o meu posto nem é mau...

 
Nunca compreendi isto: eu acreditava que se um dia começava mal, tinha de acontecer algo de profundamente bom para que o balanço total do dia fosse bom.
Eu nem costumo fazer um “balanço total do dia”. Pelo menos na noção “científica” que se pudesse ter desse termo, mas costumo vir de autocarro para casa. O escuro lá fora, as luzes intensas dos automóveis na auto-estrada e o “para-arranca” das filas de trânsito propicia a que se “pense na vida”. È inevitável. Quando eu andava de metro isto não acontecia. Tantas vezes.
Pensei no dia de hoje. É que estava imenso trânsito...
O dia hoje foi cheio de altos e baixos. Mas só queria falar das coisas boas. Para os que não estiveram presentes:

- Estava um sol radiante. Fui à janela no comboio. O rio estava deslumbrante. A água brilhava em reflexos azuis e verdes. No jardim em frente à Torre de Belém estavam dezenas de crianças mascaradas. "The colors and the kids" o que é que se pode pedir mais?

- Cada vez gosto mais do ócio. Pusemos a discos a tocar na rádio da faculdade a tarde inteira (a partir das três) e toda a gente teve que gramar com eles. O “I Can Hear The Heart Beating As One” dos Yo La Tengo, o “Simple Pleasure” dos Tindersticks e o “Cover Records” dos Cat Power.
Para minha surpresa, aquele que pareceu agradar mais foi mesmo o último que nem sequer passou inteiro. Já no fim do dia. O Gustavo disse-me enquanto tocavam os Yo La Tengo que tínhamos encontrado o disco perfeito para uma sexta-feira à tarde. Eu também achei :-)

- Ando a aprender a respirar fundo. Disseram-me hoje que era “muito perspicaz” e isso fez-me ganhar o dia. Respirei fundo e ainda estou a respirar fundo, Madalena. Porque não quero ter ilusões e porque me posso vir a magoar muito a sério. Parece-me que é a altura certa para respirar fundo.1... 2... 3...

- Adoro os meus amiguinhos e descubro que tenho de me acalmar. Descubro que talvez não seja assim tão difícil. Descubro que o mundo existe para além do meu umbigo. Que os meus problemas não são os maiores do mundo. Mas não deixam de ser os meus. Toda a gente os percebe. Eu não. Não me percebo. O Sérgio percebe os de toda a gente e diz que é essa a função dele. Espero que estejas melhor. És uma das melhores pessoas do mundo.

- Madalena: não és perfeita mas és sábia e isso é mais importante. A nossa clarividência e a nossa capacidade de discernimento costumam falhar justamente para os nossos próprios problemas. Os dos outros compreendem-se bem. Não és perfeita, és humana o que só me faz gostar mais de ti. Patrícia: ânimo. Liliana: volta, não esperes que passe! Raquel: é tão bom ver-te assim radiante.

 
Ontem tive febre de manhã. Não fui aos anos de uma colega de quem gosto porque me sentia doente. Estive quatro horas na cama em semi-delírio, entre o sono e a consciência enquanto o “Down Colorful Hill” dos Red House Painters tocava em modo “repeat” na minha aparelhagem do quarto. Já gostava do álbum e passei a gostar ainda mais. Não sei explicar exactamente, mas soou-me diferente porque parecia estar a ouvi-lo à distância, no fundo de um frasco, adulterado...

quinta-feira, fevereiro 07, 2002
 
Desejo-te as melhoras, Sergio. Espero que esteja tudo sobre rodas com o teu trabalho.

 
[sistema de avaliação]

para mim é tudo muito simples. Eu preciso de ter 10 a todas as cadeiras e pronto. Não me preocupo com mais nada. Isso deve-se 50% à minha falta de motivação escolar (habitual e já de longa data) e 50% á inutilidade crassa da maioria das cadeiras do meu curso. É claro que o sistema de avaliação é injusto. Sempre foi e sempre será. E acho que não há grande coisa que se possa fazer para alterar isso. É por isso que também não dou grande importância às notas que tenho. Não me lembro já das notas que tive no final do ano anterior. Não apontei em lado nenhum nem fiz qualquer espécie de média. Sei que foram melhores do que eu estava à espera na altura. A melhor nota que tive o ano passado foi um 16 a quadros do conhecimento e percepções do social. Lembro-me que fiquei contente. Mas quando vi que o Paulo (um doente psicótico, tarado, burro e irritante) tinha tido 17 desvalorizei a minha nota. Principalmente porque o joão e a andrea e tinham tido muito menos e eu acho que todos eles sabiam mais do que eu e de certeza muito mais do que aquele estúpido.
Eu estudo pouco. E por isso nunca me sinto muito prejudicado nas minhas avaliações. Mas fico contente quando tenho uma boa nota (uma boa nota para mim é a partir de 13 ou 14, não sou muito exigente de mim próprio). Sinto-me, as vezes, um pouco triste quando gosto de uma cadeira e não consigo mais do que uma nota medíocre. O que importa ter tido 15 na freq. de economia o ano passado se hoje eu não me lembro de nada da matéria? Pelo contrário, nunca consigo grandes resultados na cadeira de sociologia geral, mas é a mais interessante que tenho e aquela em que aprendo mais coisas.
Tenho uma professora que não dá notas a ninguém que não tenha fotografia na ficha. E não pode ser fotocópia, “tenho que ver a cara das pessoas como deve ser!” Tirem as vossas conclusões. Eu já tirei as minhas.
Por isso eu acho que as notas têm toda a importância, se bem que não devessem ter importância nenhuma. Elas determinam o nosso sucesso escolar e as nossas oportunidades futuras, mas baseiam-se em critérios nem sempre justos e nem sempre claros.
Pela forma que eu estou a passar pelo meu curso, já percebi que me vai ser difícil ter média de 14 para poder fazer mestrado. Eu nem quero fazer mestrado, mas essa é a primeira limitação nítida que as notas me vão impor. e vai de certeza haver gente mais incompetente do que eu a fazer mestrado. Mas eu também não posso ficar aborrecido com isso, afinal, eles tiveram 14 e eu não. Devia ter pensado nisso antes. Devia estar a pensar nisso era agora e esforçar-me mais. Mesmo que o sistema de avaliação seja injusto. O pior mesmo é quando a avaliação é injusta e feita pela fotografia constante na ficha.

[trabalho de sociologia rural]

o trabalho (a cadeira e o professor) de sociologia rural tem uma capacidade enorme de me enervar. Muito. É a cadeira mais odiosa que já tive até hoje. E o Sr Dr Nelson FDP Lourenço é o professor mais horrível que possam imaginar. Já vos tenho falado dele. Ele é o exemplar acabado do sociólogo bem sucedido que se leva a sério e acha que a função dos sociólogos é a redenção social. Gosta muito da expressão “Sociologia Dura” e uma vez disse com grande desprezo que apenas alguns alunos daquela sala teriam a oportunidade de trabalhar na sociologia dura e que a maioria iria “contentar-se fazer outras coisas, igualmente dignas.” A base da cadeira é um livro que ele próprio escreveu. O mais ridículo livro de sociologia que já me passou pelas mãos. porque não é sociologia mas um triste conjunto de lugares comuns embrulhados numa linguagem indecifrável para não se perceber o quão básico aquilo é. Se tivesse que descrever o livro diria que era um prodigioso exercício de malabarismo linguístico.

[novamente o intestino]

Estou em casa. Acordei novamente com 38 de febre e com dor de barriga. Podem não acreditar, mas ontem já sabia que isto ia acontecer. Ontem à tarde estava tão enervado a fazer o trabalho que estava a ficar com dor de barriga. Sim, o meu intestino está ligado ao cérebro e se as coisas não me correm bem o meu intestino manifesta-se. É muito sensível e não gosta de muitas perturbações. Eu também não. Mas tenho obrigações a cumprir como apresentar o trabalho uma semana antes da frequência. O trabalho vai ficar pronto e isto vai passar. Mas agora pergunto-vos eu, porque que eu me vou chatear se tenho 10 ou 15 num trabalho idiota sobre uma coisa idiota? Só quero passar à cadeira e não pensar mais sobre isso. É preciso um esforço enorme para me concentrar numa coisa sem pés nem cabeça que não interessa minimamente a ninguém. Um esforço que até me faz mal à saúde. O que eu vou dizer talvez seja um pouco exagerado. Mas o que eu devia era ter um atestado médico que me permitisse não fazer o trabalho. Afinal, qual é o direito que as pessoas tem de nos virem impor coisas que nos fazem mal à saúde? Qual é o direito de nos imporem um calendário, e um horário? E qual é o direito de nos imporem todo um rumo à nossa vida? Por causa das notas que nós temos, e por outras coisas ainda menos justas?

Desculpem, este post é mesmo mariquinhas. Eu não costumo ser assim. Mas hoje estou doente e também me acho no direito de desabafar.

O helder perguntava-me no outro dia o que se passava comigo, que estava com má cara. Eu disse-lhe que estava a ficar sem espaço. Sim, eu não preciso de espaço dos meus amiguinhos e por isso fico intermináveis tardes na fac. Mas há um espaço que eu preciso muito. Eu preciso de espaço para me movimentar entre as obrigações e as coisas que me impõem. Na altura das frequências é sempre pior. Eu sinto-me apertado e que há coisas que estão a violar o meu espaço. E isso agrava-se quando eu não posso fazer nada. eu não posso evitar ficar extremamente irritado a fazer o trabalho de soc rural. Eu não posso evitar que aquele professor continue a lixar alunos indiscriminadamente. Porque é isso que ele faz. “tenho uma excelente memória fotográfica e lembro-me de todos os alunos e dos seu lugares”.

Se calhar estou a descartar-me das minhas responsabilidades. Porque eu sei que também as tenho. Mas não era essa a impressão que queria deixar aqui. Eu não me quero desculpar do facto de não ser muito aplicado. Não quero que me estendam uma passadeira vermelha debaixo dos pés. Isto é só um desabafo com 38 de febre e um ben-u-ron.

quarta-feira, fevereiro 06, 2002
 
quero levantar uma questão.
a injustiça do sistema de avaliação destroi-nos a nossa auto-estima profissional. a nossa vocação, o nosso futuro profissional, aquilo que vamos fazer no nosso dia a dia é afectado, ou nem por isso, pelas notas que temos (injustas ou não) ?

Se quiserem falar nisso, façam favor que é para eu mostrar aos meus pais para eles pensarem que o blog é pra falar de coisas sérias...
(como se os meus pais fossem nessa mas pronto)

 
helder: estás em retiro espiritual ou estás magoado?
preciso que me respondas!
eu sou da paz!

 
Agradeço as vossas respostas! Agradeço muito!
Ana, I can't stop smiling!

Entretanto, a vida continua.... e a Ana continua e cansar-se com a sua vida... eu vejo-a a andar atarantada com tanta coincidência, tantas conclusões, tantas ironias....
Ana, Ana, Ana... tenho um amigo meu ( o ricardo, lembras-te, sérgio) que quando começa a rir, engasga-se e acaba por nem sequer conseguir rir porque entra num ciclo vicioso de rir - engasgar-se - rir-se mais - engasgar-se mais - rir-se porque se está a engasgar - engasgar-se.... enfim, fica a rir sem som durante praí 10 minutos... e eu, quando ele se ri ao pé de mim, divirto-me a dizer-lhe: Ricardo, respira...1 2 3 respira... o que o faz rir ainda mais...

Ana: 1 2 3 respira... 1 2 3 respira... 1 2 3 respira....
percebes, não percebes? o alvoroço faz uma poeira que nos impede de reduzir as coisas às coisas, como diria o Mourão.

(não te ajudei nada, pois não? adoro-te muito)



terça-feira, fevereiro 05, 2002
 

 
So if you find someone
Someone to have, someone to hold
Don't trade it for silver
Don't trade it for gold
I have all of life's treasures
And they are fine and they are good
They remind me that houses
Are just made of wood
What makes a house grand
Ain't the roof or the doors
If there's love in a house
It's a palace for sure
Without love...
It ain't nothin but a house
A house where nobody lives
Without love it ain't nothin
But a house, a house where
Nobody lives.


[Tom Waits and Kathleen Brennan]





 


Q: What do you think you'll be when you grow up?
A: I'll either be the president of the United States or a master criminal. Or both.


 
Quando nos resignamos acomodamo-nos às coisas... acho que isso não é nada bom porque deixamos de procurar e desejar.
Por outro lado torna-se dificil, face a tudo por que passamos, não procurar uma segurança e um porto de abrigo. A resposta, talvez, seja o equilibrio. Desejar e resignar.

segunda-feira, fevereiro 04, 2002
 
Patrícia: estou tão contente que estejas cá mais vezes :-))

 
Se me resignasse talvez fosse mais feliz. Mas seria?
A essência da felicidade não deve conter nenhuma semente de resignação nem de aceitação daquilo contradiz aquilo que desejamos.Ou sou eu que estou enganada?
Estarei a perceber tudo mal?
Não me quero resignar. Não sei mais o que fazer mas a resignação parece-me uma atitude cobarde ...

 
Às vezes as pessoas precisam de tempo. Às vezes as pessoas precisam de espaço.
Apesar de te irritares quando te digo isso, eu acho que tens precisado do teu Madalena. E, muito honestamente, isso não tem mal nenhum. Nem podia ter, mas a verdade é que não tem mesmo.
Não sei se querias que respondesse a isto assim. Mas parece-me mais correcto do que o atabalhoado "todos nós falhamos", se bem que também seja verdade.
Existe uma grande diferença entre "sentir que se falha" e "falhar" de facto.
Se tu precisas de estar contigo o que é que nós podemos fazer, além de aceitar isso e ter saudades tuas? Digo-te aqui porque me custa menos do que a olhar para ti. Os últimos tempos não têm sido fáceis e para falar verdade a culpa não é de ninguém. Quando todos sofrem não há culpados. Mas aqui também ninguém é vítima. Só uma série de pessoas que gostam muito umas das outras e às vezes se magoam. Deve ter sido isso que aconteceu com a Dina.
Tu precisas do teu espaço. Consequência de estares sempre rodeada de pessoas que gostam de ti? Quem sabe... Eu pelo contrário preciso sempre de muita atenção e de muita paciência. Acho que no fundo sou muito dependente. Mais vale admiti-lo. O que não quer dizer que não faça por suavizar um pouco essa minha tendência. Mas nem sempre consigo...
De resto...
Eu já disse isto uma vez: tens direito ao teu espaço, ao teu tempo e a estar triste.
O Heldinho vai gostar de mim por trazer de volta a velha cantiga(e os seus adorados Manics):

"I’ve got to stop smiling
It gives the wrong impression
I love you all the same"


Madalena: We love you all the same

 
Sim Madalena, parece-me que falho exactamente naquilo que é mais importante. Mas é bom termos noção daquilo que fazemos mal. A pouco e pouco vamos aprendendo a fazer melhor, porque vemos os erros e não os queremos repetir.
Ninguém aqui te pede que sejas perfeita. Peço-te apenas que continues a escrever aqui porque isso já é meio caminho andado para romperes com um isolamento excessivo. Eu também me isolo por demais e o pior é que me sinto bem com isso. Tenho problemas em partilhar, masestou aqui agora a escrever porque me importo contigo e com o que escreveste. Sinto que estou a crescer. Mas tudo leva muito tempo. Todos falhamos em alguma coisa...

 
Apetecia-me dizer uma merda qualquer como "cada um de nós é o principal entrave para a sua prória felicidade" mas ia faltar-me a honestidade que acredito ter mantido até aqui. Gostava de vos contar, mas ia demorar demasiado tempo e espaço e paciência e esforço... A minha vida parece ser regulada por um Deus com um sentido de cómico e de timing irrepreensíveis. Se eu assistisse como espectadora iria morrer de riso, mas como estou metida nisto até aos cabelos, não sei bem o que hei-de fazer.
"Assemelho-me a uma personagem de uma anedota que te podia ter contado há 10 anos atrás", diz o Coupland. Mas para mim bastava recuar uns meses.
Este fim-de-semana voltou a dar o "Respirar debaixo d'água". Um deles está a mais.

 
Deixa lá Lena, falhamos todos...

 
«desculpa, madalena, mas tu não és assim tão perfeita!», disse-me ela a chorar irritada. isto depois de eu lhe ter ido explicar, em jeito de desculpa, porque tinha atacado toda a gente na véspera por ter ficado sozinha a trabalhar e porque mais ninguém podia e porque eu acabo por poder sempre e todas essas queixas que facilmente saem da minha boca.

caros companheiros de quarto, estou a falar de coisas que vocês não entendem e que seria entediante explicar. fiquem apenas com uma frase que diz tudo:
«desculpa, madalena, mas tu não és assim tão perfeita!»
a dina é a minha amiga mais antiga. a nossa relação é estranha na medida em que eu não lhe conto o que se passa e ela não mo pede nem mo exige. ela olha para mim e sabe se eu estou bem ou mal, vê coisas em mim que eu demoro muito mais tempo a ver. ela diz que se lhe dessem a escolher entre a minha felicidade e a dela, ela escolheria a minha... e eu sinto, nas minhas entranhas mais sensatas, que ela o faria. a dina está magoada comigo e isso é triste para mim porque é triste para ela.
tens toda a razão, dina! eu não sou assim tão perfeita como me apresento. aliás, o meu grande defeito é mesmo esse: eu pareço perfeita e não o sou.
o meu ponto fraco é a amizade. a minha grande imperfeição é este constante isolamento, de onde raramente saio. é facil ser-se amiga de quem não se conhece: dos oprimidos, dos pobres, dos imigrantes...
mas a amizade... não é o meu forte. estou, no entanto, a aprender. este post de reconhecimento é mais um passo.
é que tem-me vindo a atormentar a ideia de que é isso o mais importante e eu sou muito fraca quando vejo os meus amigos a sofrer. torno-me egoísta e só quero é despachar o dever de os consolar para voltar ao meu querido isolamento...
atormenta-me a ideia de que falho o mais importante, o que é um grande entrave para a felicidade.

e vocês amiguinhos, já sentiram que falhavam o mais importante?

 
Thank You Mr. Gomes! Vou tentar ouvir as nossas Rainhas! Sérgio tenta colocar outra vez o Bart.. tava tão fixe!

 
Queria ter escrito este fim-de-semana sobre o Miguel e sobre o que mais me andava na cabeça. Apesar de me apetecer "contá-lo", não me apeteceu "dizê-lo" ou "escrevê-lo".
Hoje está a chover. As gaivotas fazem "congressos" na praia apesar da chuva, e na estrada marginal uma onda molhou o carro. Vim a ouvir a rádio Nostalgia e acho que o António Macedo é a pessoa mais odiosa e irritante que pode existir, pelo menos esta manhã. Estava para ficar em casa mas qualquer "força oculta" fez-me vir para a faculdade. Essa e o medo de "amarinhar" pelas paredes caso ficasse em casa.
A tarde de Domingo incomodou-me menos do que é costume. Tinha saudades do blog, e ainda tenho saudades vossas e do Sol...

 
The world won't end
As notas (avaliações) são das coisas mais injustas e estúpidas que existem. Muitos de vocês devem achar que eu não tenho razões para falar porque acabo sempre por me safar muito bem, mas eu sei reconhecer as injustiças. Também não copio e vou às aulas. Faço o que posso (e o que a cabeça vai deixando). Mas diga-se a verdade: não se premeia quem estuda, nem quem trabalha. Não compreendo, mas é assim que funciona.
Patrícia é normalíssimo que tenhas ficado triste, afinal tu gostavas da matéria e esforçaste-te muito. Merecias ser compensada. Dizer que o mundo é injusto, que as coisas são mesmo assim e que para a próxima vai ser diferente não seria verdade. Eu tenho muita pena e só não respondi mais cedo porque não sabia o que dizer. Não é grande consolo mas não te sintas betinha ou crominha. Em qualquer lugar do mundo, uma injustiça é uma injustiça.

domingo, fevereiro 03, 2002
 
[dead end!]

sábado, fevereiro 02, 2002
 
Madalena, deve ser maravilhoso viver numa casa com tantos animais! Conta-me o que é que aprecias mais...
Eu só tenho três gatos e já é maravilhoso o carinho que recebo de todos... imagino como será receber amor de tantos animais!

 
Ah! Eu também tenho um, só que é a versão gato! É o cosmogato cujos bigodes são para-raios que me protegem da ira dos deuses e das injustiças dos homens... só que o meu gato cósmico não me protege de mim. Quem é que me protege de mim? O ser humano devia vir equipado com um dispositivo que o protegesse de si mesmo. Sabem aqueles dias em que não nos suportamos? Irra!

 
O cosmopanda
O cosmopanda é um ursinho com um fato de astronauta. O Cosmopanda salva sempre a situação. Quando as nuvens negras vêm o cosmopanda voa e sopra as nuvens negras para as afastar. O Cosmopanda traz o sol de volta. O Cosmopanda salva o dia, a situação, afasta a infelicidade e traz só coisas boas. O Cosmopanda é uma personagem de BD, estampado numa mala da Madalena (que lhe custou 1,5 euros :-) que é muito gira. Enquanto personagem estampada, o Cosmopanda não tem criado de quarto e por isso pode ser herói, que é algo que não está ao alcance de um qualquer comum mortal. Ás vezes nem mesmo de um mortal menos comum do que os outros.
O Cosmopanda salva o mundo, mas todos precisamos de ser salvos. E nem sempre ele está onde é preciso. E às vezes pede-se demais ao cosmopanda.
Dizem que há mais do que um. Que há um para cada pessoa. Que duas pessoas podem ser cosmopandas uma da outra. Mas até que se encontrem, às vezes pode ser doloroso.
Os cosmopandas são todos aqueles que afastam as nuvens negras. Eu tenho alguns. Estão aqui no quarto.

 
cosmopandas: são pandas cósmicos que andam por aí a afastar as nuvens negras e a deixar aparecer o sol novamente para que os porquinhos possam viver felizes no chafurdo...

patrícia: eu tb estudei muito para ccs e tive 11,5 e ainda hoje fico irritada quando penso nisso. compreendo e acho injusto que assim seja...

 
O poema que puseste é lindo Madalena. E eu gosto muito do Mário Cesariny.
No dia, deixou-me tão triste. Tão insuportavelmente triste. No meu nível mais profundo as coisas que é suposto eu saber confundem-me ainda mais. Será que m e quero enganar a mim mesma. Eu queria tanto que as coisas fossem como eu queria. Eu sou pecadora, mas Deus podia não me "tramar". Porque sei de gente que peca mais do que eu e se safa. Eu acho que merecia... Isto não é a tua resposta. Mas eu quero responder.
Mas o mais importante: tu já sabes o que eu eu fiz quando li o teu post e penso que isso mostra o quanto ele foi importante. Fez-me dar um passo de gigante nesse meu longo caminho, que admitamos, não me vai levar a lugar nenhum.
E isto é o agradecimento pela auto-tampa.

 
Cosmopandas?

 
leaving you again endlessly

[mercury rev]

 
Paulo também eu sinto a falta de uma palavra como "Stuff". Para dizer de que é que fala este blog. E para mais coisas.
Stuff seriam iogurtes, caracóis, tampas, amiguinhos, tabuínhas, faculdade, discos, sentimentos, sonhos, gatos, conversas, mitos destruídos, mitos construídos, exames, guiões, cosmopandas, woody allens. Enfim, STUFF!!!

sexta-feira, fevereiro 01, 2002
 
mercury rev a vender telemóveis para a optimus: PÉSSIMUS!

 
Bom Fevereiro para todos e aproveitem o sol que já parece sorrir! Sabes Sergio, acho que conseguiste esprimir no teu ultimo blog pq é q eu gosto de estar em casa... qndo falam de "amarinhar pelas paredes" qnd estão em casa eu não compreendo pq os meus dias em casa são um doce refugio. São liberdade e suavidade que vem do quente do quarto, da companhia dos meus gatos, do afago da minha musica...essas coisas.
Não posso evitar de estar hoje numa extrema tristeza em que me vejo a perder a fé em tudo o que acreditava... sabem qnd nos esforçamos genuinamente, como nunca fizeramos antes e de repente tudo cai por terra? Assim me sinto. Podem considerar-me um pouco "betinha" ou "cromazinha" mas eu estudei verdadeiramente para o exame de Comunicação e Ciências Sociais e tive 12. Podem achar parvo mas, de facto, sinto-me desiludida com uma data de coisas. É nestas fases que vem tudo ao de cima... o medo agonizante do futuro, da profissão, das futuras frustrações...
Mas os dias são maiores agora e, que diabos!, toca a levar uma injecção de pragmatismo puro e duro da minha querida Cristina! Nestas alturas é preciso pensar em coisas boas como voces e... iogurtes! Ao contrario da grande maioria daqui eu bebo o "liquido de fermentação" ou o "mijo de vaca"! Gosto de mergulhar bolachas no meu iogurte e desde pequena que o faço! Tb gosto de comer uma colherada de iogurte e uma grande dentada de banana... gosto muuuito dos iogurtes de muesli ou cereais... mas eu gosto de qq tipo de iogurte à excepção daqueles que se junta o doce de morango e que não me lembro o nome.
Ainda a desenterrar velhos assuntos, posso falar da minha tampa. Foi triste e chorei. Ainda hoje penso nisso pq foi mt forte. Foi o desabrochar da minha adolescência, foi o desabrochar de vários sentimentos bonitos e quero lembrar-me para sempre de tudo, seja bom ou mau. Uma recordação que me acompanhará p o resto da vida, foi o dia em que descobri algo q me mudou completamente: o molho de salsa do Mac'Donalds! A sério!

 
Madalena: o último Woody Allen acaba bem.... Foste tu que me disseste. O que é que achas disso?

 
Já reparam no novo anúncio da Optimus? Tem a Endlessly dos Mercury Rev como música de fundo. Parece que mais depressa os Mercury Rev chegaram aos telemóveis do que os Austin, Paulo! Não sei o que hei-de pensar sobre isso. Não queria acreditar quando vi o anúncio.
É sobre 8 em cada 10 portugueses terem telemóvel. Eu como ainda faço parte dos outros 2. No entanto tive propostas da Madalena para ser "Bipe" dela, e devo admitir que isso me anda a fazer ponderar uma mudança de atitude.

 

Hoje tenho o acordar mais agradável dos últimos tempos. Acordo devagar, sem preocupações de ter que me levantar rapidamente, sem ter que me despachar a correr e de ter que sair de casa a voar para o autocarro. O sol entra pela janela do tecto e ilumina o quarto. Acordo muito bem disposto e resolvo enviar uma mensagem à madalena a dizer isso mesmo. Ela responde.

Bom dia tb pra ti! Eu tou a estudar ao som de django e o sol, tb me faz companhia. =)

Resolvo não ir com o candido e com o paulo a lisboa para ver a amelie. Envio uma msg ao candido a dizer que não vou e peço desculpa mas não digo o motivo. Estou a ouvir uma compilação de b-sides dos radiohead mas tiro e ponho duke ellington. E depois levanto-me para tomar o pequeno almoço. Cerelac e os cinco ou seis comprimidos da manhã. Volto ainda um pouco para a cama mas levanto-me e visto-me. Na rua está sol e eu brinco com o oscar e dou-lhe o pequeno almoço. O segundo, pelo menos. Toda a gente lhe dá comida quando sai á rua. Vou buscar os textos para sociologia e começo a lê-los e até gosto. Representações sociais.
Entretanto, a minha mãe chega para almoçar. Ela fala-me da minha prima, que tb anda em sociologia mas no iscte, que quer falar comigo sobre qq coisa do curso. Diz-me que comprou uma prenda para outra das minhas primas que fez anos no dia 29 e pergunta-me se eu não vou estar com ela. A minha mãe diz-me muitas coisas e isso é agradável e não tem acontecido muitas vezes ultimamente. Almoço sopa passada e bife grelhado com arroz. Melhor do que na faculdade, afinal de contas.
Na tv2 está a passar um documentário sobre a vida e obra do arquitecto cassiano branco. É a preto e branco e é realizado e montado pelo edgar pêra. É interessante e chega a ser divertido.
A minha mãe sai e eu arrumo a cozinha.
Antes de ir estudar estou no meu quarto a ouvir os the (international) noise conspiracy e a ler os textos explicativos das canções em lugar das habituais letras. E são muito interessantes. São três da tarde e eu estudo até às seis e fecho a loja. Amanhã há mais. O sol também se põe e depois é sempre tudo mais difícil. Foi bom ficar em casa hoje.

 
Devo colocar qualquer coisa (logo à noite, em princípio) para vos contar da minha entrevista ao "menino-que-afinal-nem-é-tão-lindo-assim".
Percebi que "ninguém é herói para o seu criado de quarto". Mas é preciso que continuem a existir heróis e lugares que sejam intocáveis.
Depois falo nisso. No entanto preciso de dizer agora que gostei muito dele mas...
Não sei o que hei-de escrever a seguir ao mas!
Requiem para um mito. Acho que é assim que se vai chamar o meu post. Vou ouvir o programa hoje à tarde e relatar a experiência mais friamente logo à noite. E responder ao tal post da Madalena com o poema do Cesariny.

 
O Sérgio perguntou-me ontem enquanto íamos a sair da faculdade se eu já tinha reparado que os dias estão a ficar cada vez maiores. Se eu já tinha reparado que quando saíamos da faculdade às vezes ainda é de dia. E ontem o dia estava tão bonito. E eu estava tão nervosa que nem sei se te respondi bem Sérgio.
Acho que já tinha dado por isso mas ainda não tinha "reparado nisso". Obrigado! Também eu estou contente com o facto dos dias estarem maiores


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