{Ninguém é herói para o seu criado de quarto}
terça-feira, abril 30, 2002
 
hey! my life is OK!!

olá a todos. estou de volta a casa. é bom. mas o hospital não é um lugar assim tão solitário quando temos amiguinhos que mandam sms nos momentos em que nos sentimos tristes. as visitas são o melhor do dia. e a vossa visita na segunda feira foi a melhor de todas. até me fizeram esquecer as dores no braço. obrigado a todos. eu também vos amo.

e depois as pessoas que trabalham no hospital, incluindo a enfermeira espanhola parecida com a irina : ), também são simpáticas e tornam a vida mais suportável quando se está lá dentro.

agora já estou quase bom. não foi directamente relacionado com a minha doença. foi uma infecção intestinal, provávelmente devido a alguma coisa que comi em pior estado.

não respondi a todas as vossas sms. desculpem. mas algumas eram tão bonitas que eu não sabia o que responder. outras vezes estava ocupado com os tratamentos. patrícia, eu queria responder à tua sms mas sem querer apaguei a msg e perdi o nº. obrigado também.

sexta feira já vou à escola. eu estou bem e preciso de me mexer.

até sexta. bye

- posted by sergio miguel @ 7:22 da tarde
sábado, abril 27, 2002
 
patricinha, o numero de telemovel do sérgio é:91 822 87 13.

- posted by Madalena @ 7:00 da tarde
 
Por favor, digam-me qual o nº de telemovel do Sérgio

- posted by Carmina @ 12:41 da manhã
sexta-feira, abril 26, 2002
 
tenho uma notícia muito triste: o sérgio foi internado e vai ficar no hospital por uns dias.
o blog não é melhor sítio pra tar a pôr isto mas ha alguns de vocês que eu não tinha outra forma de contactar, como tu, vairinhos.
amanhã eu vou visita-lo ao hospital com o candido. devemos chegar a lisboa la pras 17h40. se alguém quiser vir connosco diga qualquer coisa. ligue-me pro tlm (963326328, pra quem não tem o numero).

e mandem msg ao serginho, pra ele não se sentir sozinho. e rezem por ele, se acharem que deus gosta do sérgio. (eu tenho a certeza que sim)
o hospital deve ser um sítio muito solitário.

sinto muita angustia porque o sérgio é, mesmo, sem duvida nenhuma, uma das mlehores (se não a melhor pessoa) que eu conheço e ele ter uma doença assim, crónica, deixa-me com raiva.
porque não faz sentido.

então se quiserem ir amanhã, digam alguma coisa.

- posted by Madalena @ 10:41 da tarde
 
Dos que não tenho a voz tenho saudades.
Heldinho: para quando um post? Vais entrevistar os "trail of dead", foste à praia, a tua vida é cada vez mais um clip de "Hip Hop". Até a rádio está de volta:-) Põe um link para a zine aqui no blog e conta-nos tudo da tua vida que é a mais ok de todas.
Patrícia: tal como prometi aqui estou eu.
Paulinho: onde estás?
Já nem falo da Raquel que de certeza está bem.

- posted by Ana @ 12:14 da manhã
 
Guardei as vossas vozes (ou da maioria) para ouvir quando não vos posso ver. Guardei o som do sino da igreja. Também guardei a voz do meu professor preferido. Tenho ouvido no autocarro.
Os sons das esplanada, excertos de conversas nossas. Private Jokes.
Os meus amiguinhos são música para os meus ouvidos.

- posted by Ana @ 12:10 da manhã
 
Não posso pôr o messenger porque é incompatível com o ICQ.
Disse-te na aula de géneros. Que quanto melhor conhecia outras pessoas mais gostava dos meus amiguinhos.
Por isso percebo o Vairinhos, que a propósito é Paulo e não Cristóvão. Confirmado no BI, com fotografia de Kelly John :-)

- posted by Ana @ 12:02 da manhã
quinta-feira, abril 25, 2002
 
Hoje é o dia mais feliz do ano para mim.
A avenida da Liberdade estava linda, cheia de sol e inundada de gente. Mais gente nas ruas do que no ano passado.
Vi muita gente conhecida.
Na esplanada da Pastelaria Paraíso (ironias), a Babo disse-me "boa tarde".
O João Rosas disse-me que também tinha visto por lá o professor de Pragmática. E eu que achava que ele devia ser fascista.
Os "esquerdalhos" eram poucos mas fartavam-se de fazer barulho:

"Oh meu rico Sto António
Oh meu Sto popular
Leva lá o Paulo Portas
para o pé do Salazar"

Havia outra variante com Padroeiro/Durão Barroso/Sá-Carneiro, tudo nos devidos lugares. Fizeram sucesso. Apesar de poucos, houve um velhote que lhes gritou de fora do desfile "esse é o melhor mote deste ano" e eles bateram palmas. É impossível não gostar deles. Tão falíveis, tão humanos...
O meu cravo vermelho deste ano foi comprado numa espécie de revendedor autorizado (de bóina e tudo) que nos deu um Pin com um desenho do Lenine e nos disse que ele fazia cá muita falta. "Então dentro de 50 anos" e fez uma cara de catástrofe. Lembrei-me do Vairinhos a dizer que "foi assim que tudo começou", com a mesma cara de catástrofe.
Hoje o dia foi de festa. E sim Liliana. Tinhas razão: eu acabei mesmo por ir.
Porque é que o "Deois do Adeus" foi o Hino do 25 de Abril deste ano?

- posted by Ana @ 11:57 da tarde
 
ninguém me quer pôr na lista de contactos do messenger? é que eu tou em poucas listas e isso faz-me mal à saúde...
ponham-me na vossa lista do messenger: o meu contacto é : lenadebra@hotmail.com.

EU TB VOS AMO MUITO!!!!

- posted by Madalena @ 8:53 da tarde
 
joão, tenho mesmo que saber uma coisa: PORQUE É QUE GOSTAS CADA VEZ MAIS DE NÓS????

- posted by Madalena @ 8:50 da tarde
 
eu sou muito sensível às energias negativas....

- posted by Madalena @ 8:49 da tarde
 
o meu irmão tá a ver o southpark e tá o cócó a cantar uma canção sobre a vida dele
e eu hj não consegui estudar quase nada.
sabem porquê?
eu tava bué mole e cheia de sono e com uma grande enxaqueca e a minha avó foi tirar-me o quebranto (pra quem não sabe, é uma processo de ver se alguém me lançou mau olhado, pondo pingos de azeite numa tigela com água. se os pingos se sissolverem é porque alguém me fez bruxedos). a minha avó diz que eu tava cheia de quebranto, que eu devia andar com um corno. a verdade é que eu me comecei a sentir melhor e ainda não sabia que a minha vó me tinha tirado o quebranto....

- posted by Madalena @ 8:47 da tarde
 
porque é que o Lorenzo é um tanso????

- posted by Madalena @ 8:41 da tarde
 
eu também adoro o 25 de abril... faz-me feliz!!!!


- posted by Madalena @ 8:40 da tarde
 
João CRISTOVÃO Vairinhos?????????????!!!!!!!!!!!!!!!!!!???????????????????

- posted by Madalena @ 8:39 da tarde
 
Para que fascismos Mil não nos levem Abril

Este meu post vai ser o primeiro do dia. É sempre bom estrear um dia fixe.

Não tenho nada para dizer. Bem, talvez não tenha é vontade ou tempo para o fazer.
Ainda assim, acho que vou aproveitar para dizer algo que já ando para dizer há algum tempo: Bem-vindo ao blog João Cristóvão Vairinhos.


P.S.- O Lorenzo é um tanso. E aposto que esta frase até em italiano está bem construída gramaticalmente.

- posted by Liliana @ 10:51 da manhã
quarta-feira, abril 24, 2002
 
a conversa com a rita fez-me pensar... na sabedoria adolescente (como diz o sérgio godinho: em matérias do amor, estamos sempre adolescendo).
ainda por cima, eu conheço o diogo... o diogo ... tem a coisa. mas vai jogar à bola e deixa a rita plantada.
não há solução para o problema da rita. as ambiguidades são desesperantes.... é preferível o não.
pobre ritinha, quando acorda de manhã não sabe se nesse dia o diogo gosta dela ou não.
coitadinha da rita.
ainda bem que nenhum de nós está nessa situação.

um dos factores que me ajudaram a ultrapassar o idiota do kiko (coitado, ele até é simpático, é pena ser dop psd) foi, para além da divergência política, o facto de eu não suportar ambiguidades por tão pouco. eu só suporto a ambiguidade se tiver um motivo muito forte. depois, houve o meu psicólogo, a quem dedicaria um livro se eu escrevesse, que me disse pra eu estar disponível para amar e não ter medo de aceitar convites para jantar, o que me levou a pensar que andar pra frente faz muito bem à saúde......

só para explicar o porquê destes posts: é que eu devia estar a estudar Sociologia da Comunicação, por isso tou a lembrar-me de tudo o que eu possa escrever pra n ter que ir estudar...
mas já estou a ficar sem ideias....

carinho para todos

- posted by Madalena @ 11:01 da tarde
 
-o que foi, rita?
( a rita tem 16 anos)
-é que... sabes? é o diogo... eu nunca sei se ele gosta ou se ele não gosta... há dias em que me parece que ele gosta de mim e eu começo com esperanças... depois vou pra casa, toda contente, e....
-e...? e o quê?
(ela aqui começou com risinhos adolescentes - desculpa vairinhos, eu sei que tu ainda és um desses)
-e depois ponho-me assim... a lembrar tudo o que aconteceu e o que ele disse e isso...
(rita suspira e eu pergunto, cem a condescendência de quem já sabe da vida(vá riam-se todos!!! ah ah ah ah ah)
-mas então eu não entendo... se ele parece gostar de ti.
-é que no dia seguinte ele já tá a falar noutras gajas e já parece que nem me liga e depois eu fico bué da mal e depois ele vê que eu tou mal e já parece que gosta de mim outra vez mas depois vai-se embora pra ir jogar à bola e eu começo a pensar que se ele gostasse de mim não ia jogar à bola quando pode estar comigo e depois tenho que ir embora e vou pra casa triste e zangada... a minha mãe passa-se comigo... olha, eu já não consigo perceber os rapazes... a sério... se ele gosta de mim, porque é que não me liga e vai jogar à bola?
( a rita ficou à espera que eu lhe respondesse.... até agora)

- posted by Madalena @ 10:48 da tarde
terça-feira, abril 23, 2002
 
Não sei o que hei-de dizer. Não sei o que vos hei-de dizer.
Hey! My life is ok!
E até é :-))

- posted by Ana @ 12:11 da manhã
sábado, abril 20, 2002
 
o meu número é: 963326328

- posted by Madalena @ 12:20 da tarde
 
hoje vamos ao cinema à noite. tá bem? encontramo-nos não sei onde às 21h, acho eu. quem quiser pode mandar-me msg pro tlm que eu agradeço... eu gosto mto de receber msg.

hoje vamos ao cinema à noite. tá bem?

- posted by Madalena @ 11:29 da manhã
sexta-feira, abril 19, 2002
 
Os Olhos da Liliana

Os olhos da Liliana estavam de um transparente opaco, de uma brancura negra
Os olhos da Liliana...
Tenho pena que os olhos da Liliana não me tivessem deixado ouvir uma história contada por eles
num resvalar continuo de doces nucens que voam no céu azul daquele olhar.
Naquela noite os olhos da Liliana eram belos porque falavam.
E quando quiseres Liliana, deixa os teus olhos falarem. Deixa-os ir, ou deixa-os ficar mas deixa sempre de estar triste.

- posted by Carmina @ 5:18 da tarde
quarta-feira, abril 17, 2002
 
and i say hey! my life is OK!!

- posted by sergio miguel @ 11:40 da tarde
 
No autocarro de olhos fechados. As janelas abertas e o vento na minha cara a aliviar o calor que nesta época é doce como um chá com duas colheres a mais de açúcar. dEUS sussurra-me ao ouvido as canções de um worst case scenario que não se verifica. Sinto-me feliz. Apesar de tudo. Hoje foi o meu dia.
Já estava fora da minha memória o prazer absurdo do ping-pong.
No cinema King, numa sala vazia (como eu gosto e me sinto quase em casa) vejo o elogio do amor. Sinceramente, mais o elogio. O amor nem por isso. O Que acaba por ser bom. O amor demasiado exposto na tela deixar-me-ia hoje indignado. O filme diz-me que a verdade pode ser triste. Pode, e é. Porquê procurá-la, então?!
A estação do campo grande está apinhada de brasileiros para o jogo de logo à noite. Estão todos bem dispostos e vestidos de amarelo e verde. Seis ou sete deles compõem uma banda improvisada e tocam o samba para mim.
Mais tarde, já no carro, passa na rádio a minha música preferida dos Lamb. Softly. I’m so happy with you. I’m so happy with who?? E depois triky. Maxinquaye. E depois acaba a viagem.
Sim, talvez eu tivesse expectativas de trazer mais do que na realidade trouxe. Mas as expectativas são cancros malignos que crescem rapidamente e dominam o nosso corpo. É preciso extraí-las ainda mais depressa. Para continuar. Sim, porque se pensas que a minha vida vai parar outra vez por tua causa, é bom que saibas que estás muito enganada. Se pensas que vou ficar triste cada vez que te negas a algo que prometes, estás muito enganada. Se pensas que te vou pedir o que quer que seja de joelhos, estás enganada. Se pensas que podes aparecer quando queres, que podes vir e dizer o que te apetece, impunemente, estás enganada. Se pensas que eu vou estar sempre lá, estás enganada.
Merda, tu irritas-me tanto e eu gosto tanto de ti... Mas és tu que estás enganada. Eu não preciso tanto de ti como parece. Porquê que tu me irritas tanto e porquê que eu continuo a gostar tanto de ti? It kills me all the time.
Mas eu já disse. Nada vai mudar por tua causa. I may feel slightly sad but i won’t cry. Não, eu não vou chorar. Estás enganada. Não por ser homem, mas porque acho que tu não mereces. Não vou. Estás enganada. Estás enganada. Estás enganada. Diz-me que estás enganada. Por favor diz. Diz que és tu que estás enganada para eu me poder enganar a mim.

- posted by sergio miguel @ 11:32 da tarde
 
cristina: tu escreves mesmo bem. através do que escreves, compreendo-te melhor.

- posted by Madalena @ 5:12 da tarde
 
tens razão sérgio...
desculpa haver fases em que eu te digo que deves agir e faço longas dissertações acerca das virtudes e benefícios da situções se definirem.

eu sei que agir não é fácil.
joão, o sérgio é um merdinhas. e tu? já agiste?


- posted by Madalena @ 5:11 da tarde
terça-feira, abril 16, 2002
 
Já fizeste tudo Sérgio? Eu sei que não fizeste.
Um dia as coisas vão mudar porque vai ter de ser assim. Podem mudar para pior, mas mudam. Senão amanhã, noutro dia. Como é que sabes que não é amanhã?

E ah, sempre gostaste do Lulu On The Bridge ;-))

- posted by Ana @ 10:58 da tarde
 
não toquemos na vida nem com a ponta dos dedos.
não amemos nem com o pensamento.
que nenhum beijo de mulher, nem em sonhos, seja uma sensação nossa.

[bernardo soares]

não sei se há mais alguma coisa a fazer, embora haja quem me goste da falar da acção, das atitudes que se devem tomar nas horas certas. obrigado por querem o meu bem. a sério. mas eu acho que não há mais nada que eu possa fazer. já fiz tudo. não resultou e eu mantenho-me por perto porque também não há mais lugares para onde eu queira ou possa ir. amanhã é só mais um dia e nada vai mudar. porque eu não posso ou porque eu não quero.

and i say hey! cause life is OK!!

estive a ver o Lulu on the Bridge. que merda de filme para se ver. quase me vieram as lágrimas aos olhos e eu já não estou para sentimentalismos exagerados!

- posted by sergio miguel @ 10:20 da tarde
 
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o amor é o amor. e depois?!

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- posted by sergio miguel @ 10:09 da tarde
domingo, abril 14, 2002
 
Estou na fábrica do meu pai. Talvez cá volte (ao blog) logo à noite.
Também eu se quisesse enlouquecia. Sou honesta:há alturas em que já me senti perto e cheguei à conclusão de que talvez fosse só tédio ou paranóia.
Se quebrasse normas estabelcidas, convenções e atitudes padronizadas, não sei em que medida é que isso me ia ajudar. No fundo, (e falo de mim), sei que não me ia fazer sentir nem um bocadinho melhor.
Isso da tendência para a depressão não quer dizer absolutamente nada. Eu nunca escondo nada de mim própria. Ou pelo menos, conscientemente. Eu não tenho estilo que chegue. Nem Lucidez.

- posted by Ana @ 12:10 da tarde
sábado, abril 13, 2002
 
- Se eu quisesse, enlouquecia. Sei uma quantidade de histórias terríveis. Vi muita coisa, contaram-me casos extraordinários, eu próprio... Enfim, ás vezes já não consigo arrumar tudo isso. Porque, sabe?, acorda-se às quatro da manhã num quarto vazio, acende-se um cigarro... Está a ver? a pequena luz do fósforo levanta de repente a massa das sombras, a camisa sobre a cadeira ganha um volume impossível, a nossa vida... compreende?... a nossa vida, a nossa vida inteira, está ali como... como um acontecimento excessivo... Tem de se arrumar muito depressa. Há felizmente o estilo. Não calcula o que isso seja? Vejamos: o estilo é um modo subtil de transferir a confusão e violência da vida para o plano mental de uma unidade de significação. Faço-me entender? Não? Bem, não aguentamos a desordem estuporada da vida. E então pegamos nela, reduzimo-la a dois ou três tópicos que se equacionam. Depois, por meio de uma operação intelectual, dizemos que esses tópicos se encontram no tópico comum, suponhamos, do Amor ou da Morte. Percebe? Uma dessas abstracções que servem para tudo.

Os Passos em Volta [Herberto Helder]

- posted by sergio miguel @ 10:43 da tarde
 
hoje fui às jornadas psicopedagógicas na associação de diabéticos. juntaram-se três diabéticos insulinodependentes, um psicólogo clínico que é igual ao júlio machado vaz e uma psicologa estagiária. e pronto: TERAPIA DE GRUPO.

podia escrever um post enorme acerca do que se passou mas foi tão deprimente que não vou escrever pois não quero ferir susceptibilidades de algumas pessoas que não tenham tendência pra depressão (sim, vairinhos, é pra ti).

vou só contar que uma das coisas de que se falou foi do medo da rejeição de possiveis namorados/as por sermos diabéticos... até se contaram casos de abandono. uma gaja abandonou um gajo só pq ele ficou diabético....
e eu, que nunca tinha pensado nisso, pus-me a pensar nissso mesmo: nas razões da rejeição. será que eu posso vir a ser rejeitada (e como eu outras pessoas doentes) por ser diabética?

o «júlio machado vaz» disse que se assim for, ainda bem porque "as pessoas definem-se" e é melhor que se mostrem logo como são....

boa noite amiguinhos!

- posted by Madalena @ 12:26 da manhã
 
O que é que isto me faz lembrar?

I'm not what's missing from your life now
I could never be the puzzle pieces
they say that God makes problems
just to see what you can stand

before you do as the devil pleases
and give up the thing you love
but no one deserves it


Elliot Smith

- posted by Ana @ 12:05 da manhã
sexta-feira, abril 12, 2002
 
Prometido ao Helder : -)))

Stockholm Syndrome - Yo La Tengo

What's the matter, why don't you answer
What's the matter with me
Cause it's so hard to be
Free and easy, we'll disappear completely
Hardly as I've known it's glad

You're heart is broken, and the doors are open
As you're hoping to be
There's brighter places to see
Hands need warning, early in the morning
Hardly as I've known a surprise

No, don't warn me
I know it's wrong, but I swear it won't take long
And I know, you know,
It makes me sigh; I do believe in love

Another season, but the same old feelings
Another reason could be
I'm tired of aching, summer's what you make it
But I'll believe what I want to believe


- posted by Ana @ 11:37 da tarde
 
no autocarro, pego no minidisko que está a trabalhar sozinho hà mais de uma hora. ponho os phones e oiço a seguinte frase:

your tears will fall
to make love grow


e depois disto as pilhas acabam.

- posted by sergio miguel @ 11:08 da tarde
quarta-feira, abril 10, 2002
 
Take me on board their beautiful ship,
show me the world as I'd love to see it.


[radiohead]


- posted by sergio miguel @ 10:57 da tarde
terça-feira, abril 09, 2002
 

Heldinho
Palpita-me que haja quem te compreenda, talvez não saiba é como resgatar-te.

- posted by Liliana @ 9:45 da manhã
domingo, abril 07, 2002
 
Liliana: gostas que chamemos por ti. Aqui estou, também eu, a chamar por ti. Não abuses e vem. Põe lá o tal post que eu sei que escreveste. :-)
Paulo. Sei que andas cá. Mas mostra-te.
Patrícia: vais-me fazer reler "o Monte dos Ventos Uivantes". E vais ser o melhor motivo para eu o reler. A minha irmã adora.
Heldinho: e como foi o Fim-de-semana com a Patti Smith?

- posted by Ana @ 11:56 da tarde
 
Vairinhos: onde andas? Tu és o Super-Homem deste blog. E por aqui faz sempre falta um super-homem... Ou um Batman, ou um Homem-Aranha, pelo menos...

- posted by Ana @ 11:25 da tarde
 
Se vieres à minha procura
Vem devagar e suavemente para não quebrar a porcelana da minha solidão


Sohrâb Sepehry

- posted by Ana @ 11:22 da tarde
 
E por vezes as noites duram meses
E por vezes os meses oceanos
E por vezes os braços que apertamos
nunca mais são os mesmos E por vezes

encontramos de nós em poucos meses
o que a noite nos fez em muitos anos
E por vezes fingimos que lembramos
E por vezes lembramos que por vezes

ao tomarmos o gosto aos oceanos
só o sarro das noites não dos meses
lá no fundo dos copos encontramos

E por vezes sorrimos ou choramos
E por vezes por vezes ah por vezes
num segundo se evolam tantos anos


David Mourão-Ferreira

- posted by Ana @ 11:18 da tarde
 
Tem chovido como se fosse Inverno. Estive ontem em casa dos meus avós. Já não ia lá há tanto tempo.
O céu lá parece diferente. Mais alto. O céu parece mais longe e as nuvens mais definidas.
Estive à lareira com a família. a falar das coisas mais banais. A minha tia e a minha avó tratam Deus por Tu. Aceitam as suas vidas como se as compreendessem e eu não consigo deixar de pensar que isso é uma forma de Sabedoria.

- posted by Ana @ 11:15 da tarde
 
A propósito do título do blog:

Saber viver não é vender a alma ao diabo. “the devil’s bargain is a fool’s bargain”


It takes much more than wild courage
Or you'll hit just the tattered clouds
You must have just the right bullets
And the first one's always free

You must be careful in the forest
Broken glass and rusty nails
If you're to bring back something for us
I have bullets for sale

Why be a fool when you can chase away
Your blind and your gloom
I have blessed each one of these bullets
And they shine just like a spoon

To have sixty silver wishes
Is a small price to pay
They'll be your private little fishes
And they'll never swim away
[just the right bullets]



But it don't always work that way
You see, some bullets is special for a single aim
A certain stag, or a certain person
And no matter where you are, that's where the bullet will end up
And in the moment of aiming, the gun turns into a dowser's wand
And point where the bullet wants to go
[crossroads]



“once upon a time there was an old forester who lived with his wife and his daughter. And when it came time for his daughter to marry he choose for her a hunter. For he was getting old and wanted to maintain his legacy. But his daughter was in love with another and sadly he was not a huntsman. He was a clerk and the father would not approve of this union. But the daughter was determined to merry the man she loved so she said to him: “if you can prove your marksmanship as a hunter, my father will allow us to merry”.
And so the clerk went out to the forest and he took his rifle and he missed everything he aimed at and only brought back a vulture.
The father disapproved and it seemed helpless. But the clerk was determined to triumph. So the next time he went to the forest the devil appeared to him and offered him a handful of magic bullets. And with this bullets he could hit all the game he aimed at even with his eyes closed. But the devil warned him that “some of this bullets are for thee and some are for me”. And as the wedding day approached, the clerk began to get nervous as there was to be a shooting contest and he was afraid he needed more magic bullets. Although warned that “the devil’s bargain is a fool’s bargain” he went to the crossroads and the devil appeared as before and gave him one more magic bullet. On the day of their wedding, the clerk took aim at a wooden dove, and with the devil looking on, the bullet circled the crowd of guests and hit its mark not on the wooden dove but the bride, his only love. And the clerk ended up in an insane asylum stark raving mad and joined all the other lunatics in the devil’s carnival.”

[The Black Rider] Tom Waits/Robert Wilson/William S. Burroughs


hoje, no telejornal da sic, um cientista americano dizia, ironicamente ou não, que o amor fazia bem à saúde. Que as pessoas que vivem apaixonadamente acabam por ter menos doenças. O que me deixou confuso, no mínimo. Mas aquele cientista parecia tudo menos um cientista. quando apregoava as virtudes do amor parecia mais um pastor de uma qualquer igreja estranha.
A mim, pelo menos não me faz bem à saúde. Sei-o. Como a Madalena, sinto que há coisas que não consigo controlar. E essa coisa à qual dão o nome de amor é um dos principais responsáveis pelos meus ataques de ansiedade. Que eu sei (porque sinto) que acabam por reflectir-se nos meus intestinos. E é uma coisa que não tem propriamente a ver com o estar ou não na “trincheira” com o estar bem ou não. Vocês sabem que eu ando bem agora e que os meus níveis de paranóia desceram muito nos últimos tempos. E ainda bem. Mas não tenho andado muito bem de saúde. Estou sobre forte medicação e mesmo assim não vejo grandes melhoras. É que parte das coisas que acontecem não passam pelo cérebro e vão directamente à parte mais fraca do meu corpo. Eu também vejo coisas a explodirem cá dentro. E essa é outra preocupação que me provoca grande ansiedade. Irrito-me poucas vezes, deixo que as coisas me passem ao lado sem te que as filtrar, consigo controlar mais ou menos isso. Tanto que ás vezes até devo irritar.... : )

- sim, eu sei. Eu também acho, mas o que queres que eu faça?
- quero que tu te irrites também!


Mas a ansiedade é uma coisa que não consigo controlar.

Na RTP, também no telejornal, estava outro cientista a defender a ideia de que a mente não está apenas confinada ao cérebro e à sua actividade. Ele reclamava haver algumas evidencias cientificas que apontavam para a continuidade da mente mesmo depois da morte cerebral. E dava o exemplo de pessoas sobre as quais tinha sido declarada a morte cerebral e posteriormente tinham regressado à consciência. Essas pessoas revelam na sua maioria terem sonhado durante esse período.
Uma vez li não sei onde que a memória não estava só no cérebro, mas espalhada por todo o corpo. Não me lembro mesmo onde li isso. Se calhar sonhei.
Mas isso faz algum sentido quando penso na forma como o meu corpo reagem aos estímulos externos. E quando vos digo que há coisas que vão directamente aos intestinos. Até que ponto é que o cérebro é o maestro do corpo?

- posted by sergio miguel @ 7:15 da tarde
sábado, abril 06, 2002
 
acordei às 8:46 a pensar que já estava atrasada para a aula. fiz um esforço e lembrei-me que hoje não tenho aulas. adormeci de novo e só acordei com a chuva. ainda sonhei que estava toda encharcada, num sitio escuro, num tunel de metro sem metro e com um bar e eu toda molhada, e o barman a desconfiar de mim. estavam lá uns actores a treinar e eu senti-me bué feia.

eu e o sérgio estivemos a falar de ansiedade. da ansiedade que aparece por coisas pequenas, durante alguns minutos, ou daquela que fica muito tempo, semanas, meses anos.
o sérgio diz que tem ansiedades de uns dez, quinze minutos. eu tenho dificuldade em adormecer quando estou ansiosa. ou perturbada.

sempre que vou a um psicologo ou a um médico naturista ou a uma osteopata, acabam sempre por descobrir em mim um caso agudo de ansiedade, medo e acumulação de coisas que depois explodem dentro do meu corpo na forma de doenças. por mais que eu tente não ligar, há sempre uma parte de mim que sente que isso é verdade. há coisas neste mundo, muitas, que me perturbam profundamente.
o meu pai está sempre a dizer-me pra eu não viver tanto as coisas (lembras-te, helder, da intensidade?) mas no fundo ele sabe que eu não consigo dominar isso.

sabem, o que é mais engraçado é que as coisas que os outros notam em nós, nós vemo-las como naturais em nós e já não as achamos estranhas. é como a doença: a partir de uma certa altura, o teu estado natural passa a ser a doença e já não sabes ver se estás doente porque nunca estiveste de outra maneira.


estive um ano a dar aulas a emigrantes de leste na malveira. de há uns tempos pra cá começaram a vir menos e achamos que bastava uma professora cm uma turma. assim, ontem fomos lá despedirmo-nos deles. quer dizer, continuamos a fazer coisas pra eles e a ajudar quando é preciso mas já não há contacto semanal.
sou franca: às vezes era cansativo ir dar aulas e eu sentia-me às vezes sem muita força para ir ter com eles mas quando lá chegava, adorava lá estar e aprendi muito com a cultura deles. pensava que não me ia custar despedir mas... foi muito triste. eu e a minha irmã,que também dava aulas, até tivemos vontade de chorar.

é que nós nem sequer vemos as coisas crescerem em nós, e quando vamos a ver elas já estão enormes. e ainda bem que assim é.

acho que mesmo que corra mal, nunca nos devemos arrepender de gostar das pessoas. e falo pra TODOS.
se eu digo muitas vezes que o amor é uma atitude, é pra ver se não me esqueço de o concretizar. não ha nada mais triste de que um amor por concretizar.


bom fim de semana, amiguinhos!****


- posted by Madalena @ 12:51 da tarde
sexta-feira, abril 05, 2002
 
the parasites will love you when you're dead [sparklehorse]

- posted by sergio miguel @ 11:10 da tarde
 
O quarto cheio :-)))

- posted by Ana @ 12:11 da manhã
 
Hoje estava a chover. A chuva que parecia ter partido definitivamente, voltou.
As coisas voltam mais fortes justamente quando acreditamos que já estavam a terminar. Não podemos forçar nada. Se chove, chove.
Não é merdinhices, nem trincheirices. Não aceito porque quero. Nem porque sou forte, mas porque tenho de aceitar, como disse a Lena.
Ontem comprei castanhas na Praça de Espanha. Pensei para mim que eram as últimas castanhas deste Inverno, provavelmente no último dia de chuva do ano. Senti-me muito bem. E também o meu dia de ontem foi quase perfeito.
Hoje chove. Os amiguinhos impedem a loucura nos dias de chuva.
Quando saía do autocarro de manhã estava a ouvir Flaming Lips. O Soft Bulletin que é um dos meus discos preferidos. E que é cheio de Sol. Eu acho. A ouvir aquilo no meio das pessoas com guarda-chuvas, das ruas molhadas e dos grossos pingos de chuva, senti-me deslocada. Como se estivesse de T-shirt. Ou como se o mundo não estivesse à mesma velocidade do que eu. Não sei bem explicar, mas senti-me deslocada.

- posted by Ana @ 12:06 da manhã
quinta-feira, abril 04, 2002
 
Sérgio:
Quanto queres pela tua alma? :-))

- posted by Ana @ 11:38 da tarde
 
a noite parisiense...

dormir é muito bom ode quer que seja. não sou um ser nada nocturno e como tal dormi nas noites em paris. a cama era má e por isso os sonhos sairam muito atribulados e confusos. mais do que o habitual. é a unica coisa que posso reportar das noites parisienses além destas serem frias. talvez para a próxima. aparece mais vezes por cá patricia.

- posted by sergio miguel @ 11:18 da tarde
 
sérgio, o que eu escrevi na sms não é mentira, é mesmo verdade.

patricia, é bom ter os teus posts de volta.

oh liliana, tu não tinhas um post preparado para por aqui?

- posted by Madalena @ 10:17 da tarde
 
Comecei a ler 'O Monte Dos Vendavais' pela terceira vez. Faz-me sempre sonhar. Gosto da rudez daquele amor romântico, violento e triste como uma tempestade. Imagino saias de um castanho rude q balançam com o vento nos pauis, chapeus q voam e gritos. Mas depois chega a noite e ateia-se o fogo na lareira. A paz do olhar, a companhia quente do amor. O amor é estranho e todos o anseiam.
Oiço neste momento Luar Na Lubre, uns galegos que tocam musica celta e o mundo à minha volta perde o seu toque pós-moderno. Esta musica assemelha-se a gotas de agua q caem.... mas de repente o violino vivo e intenso inicia uma marcha agitada q traz alegria ao monte dos vendavais. Apetece brincar com o vento, dançar ao vento qnd se ouve isto. A gata está em cima do monitor, onde sempre está qnd estou no computador...não sai de perto de mim, ou talvez seja eu q não saia de perto dela.
Sergio, Paris ficou mais rica c as tuas descrições. Gostava q contasses um pouco sobre a noite parisiense... q se sente, q se ouve, como sentiste q as pessoas se relacionam...

- posted by Carmina @ 3:35 da tarde
quarta-feira, abril 03, 2002
 
Logo de manhã vi um comboio a chegar à Malveira. E à tarde vi outro, só que era de mercadorias. Hoje foi um dia quase perfeito.


Just a perfect day
drink sangria in the park
And then later when it gets dark
we go home

Just a perfect day
feed animals in the zoo
Then later a movie too
and then home

Oh, it's such a perfect day
I'm glad I spent it with you
Oh, such a perfect day
You just keep me hanging on
you just keep me hanging on

Just a perfect day
problems all left alone
Weekenders on our own
it's such fun

Just a perfect day
you made me forget myself
I thought I was someone else
someone good

Oh, it's such a perfect day
I'm glad I spent it with you
Oh, such a perfect day
You just keep me hanging on
you just keep me hanging on

You're going to reap just what you sow
You're going to reap just what you sow
You're going to reap just what you sow
You're going to reap just what you sow


eu e a madalena fomos a falar de musicas no autocarro. do jeff buckley. e do interesse que as vidas aparentemente sem interesse têm.
tenho 21 anos e uma história para contar.
talvez se não fosse um comboio de mercadorias tivesse sido o dia perfeito...

obrigado por terem ficado comigo hoje. foi um dia muito bom para mim.





- posted by sergio miguel @ 10:43 da tarde
 
madalena, a tua sms desta manhã foi talvez a mentira mais bonita que já me disseram. obrigada. eu também gosto muito, muito de ti.

- posted by sergio miguel @ 10:52 da manhã
 
Paris pareceu-me exageradamente grande. Mas Lisboa parece-me agora pequena.
Hoje a rede do metro de Lisboa ganhou contornos ridículos. É bom estar de volta à aldeia!

- posted by sergio miguel @ 10:45 da manhã
terça-feira, abril 02, 2002
 
Actualização sumária nos assuntos do blog [em 15 pontos]

[1] joão, és um merdinhas e não é por entrares no blog que isso vai mudar ou melhorar. Bem vindo portanto...

[2] fico contente de o blog estar activo ultimamente.

[3] liliana, o blog também é teu. [rappel, recuerde, remark]

[4] não, o Nick Drake não pode ser o nosso cosmopanda. É por termos cosmopandas com o Nick Drake que às vezes as coisas vão de mal a pior... subscrevo a ideia da cristina: outra coisa, por favor!

[5] ana e liliana, vocês foram à festa do hop [ ...drum&hop... jazz&hop... tudo menos a merda do pop... então já me podem explicar... ] folgo em sabê-lo... : )

[6] fico contente por chegar e ter uns quantos concertos de Radiohead à espera no saco do Paulo.

[7] nunca vi o n amadores, nem o neighbours, nem o dallas. Odiava o Carlos Alberto Moniz. E para cúmulo a arca de noé era à hora da catequese. Talvez por isso nunca tenha sido uma criança feliz... : )

[8] Cristina, o pragmatismo às vezes ajuda. Mas é terrivelmente aborrecido e vazio.
Helder, o pragmatismo pode ser muito aborrecido e vazio, mas às vezes ajuda.

[9] Ana, dormir muito só pode ser bom. Só é pena não te lembrares dos sonhos porque assim ainda podias rentabilizar mais o tempo. De qualquer modo eu sou um feroz opositor da ideia que dormir é tempo perdido. Se andas preocupada por estares a dormir muito presumo que a vida te ande a correr bem : )

[10] “Se tens um curso altamente cool e não sabes o que fazer com ele... 1,2,3 respira!”
Há quem ande em sociologia e não saiba o que fazer com ela.
Há quem ande em jornalismo e não saiba o que fazer com isso.
E parece que essas pessoas até estão à tua volta.

[11] novamente ana, porquê que tomas os cromos como base de comparação... estás a fazer-lhes a vontade.

[12] também me acontece misturar os sonhos com a vida real e perder a noção de distinção entre o que aconteceu na realidade e o que sonhei. Cada vez mais isso acontece. Não sei como controlar. E cada vez mais o que se passa nos meus sonhos influencia a minha vida real.

[13] Helder, os teus sonhos são febris, sim. são sintomas de uma doença que não é tua.

[14] Madalena, everybody hurts, sometime.

[15] ana, se o teu problema é não ter moscas... o meu é não ter pauzinhos.

[16] sim, o mundo é muito maior do que nós pensamos. Foi uma das coisas que compreendi esta semana.

[17] se saber viver é vender a alma ao diabo, a minha está à venda a partir de hoje. em saldos. : )

- posted by sergio miguel @ 9:22 da tarde
 
Fazer a viagem de regresso no dia 1 de abril não era supersticiosamente um bom prenúncio : )
Mas correu melhor ainda do que a viagem para lá. Já cheguei! Demorei apenas 17 horas de viagem [Cristina, dormiste uma hora a mais do que eu demorei de paris a casa... : ) ]. Conduzi durante algumas centenas de quilómetros e garanto que é uma sensação indescritível rumar em direcção a sul. O relevo cada vez mais plano, a paisagem cada vez mais árida, e a temperatura cada vez mais quente... nem sequer é o sul, mas o rumo da viagem.
Estou contente de estar de volta mas há algumas coisas que me parecem estranhas no regresso. Talvez seja ainda cedo para eu próprio fazer um balanço sumário do que esteve envolvido numa simples viagem de uma semana a Paris.

De Paris podia dizer-vos dezenas de coisas diferentes de perspectivas várias e antagónicas. Podia falar-vos de Paris. Como se ela tivesse uma personalidade própria. Podia falar-vos de mim enquanto estive em Paris, dar-vos a Paris filtrada e talvez distorcida pelos meus olhos. Ou podia fazer as duas coisas. O que talvez demorasse muito tempo.
Os postais que vos enviei (aos que estavam na faculdade na última Sexta feira de escola) [receberam?] são sobre mim em paris.

O QUE FICA NO FIM É A FRASE:

EU GOSTEI (que não restem dúvidas), MAS... (há uma infinidade de mas que se podem considerar)


Tive o pretensiosismo de manter um diário durante a minha estadia. Os Diários de Paris. Tão pomposo que soa... [inserir tom irónico aqui] afinal, ir a Paris é pouco mais do que ir a outro sítio qualquer e uma cidade, por mais bela e interessante que seja, não escreve um diário por nós. Por isso o que aqui fica, é uma pequena parte do que eu escrevi. Mas não é um diário de Paris. É um diário. Meu. Nada mais do que isso.

“... i bought a long sleeved shirt
with horses on the front
and some gum and lighter and a knife
and a new deck of cards (with girls in the back)
i sat down and wrote a letter to my wife
and i said: “baby
i’m so far away from home
and i miss my baby so
i can’t make it by myself
i love you so.” [tom waits]

A primeira coisa que se pensa de Paris é que ela nos foge. Em direcção a Paris, as estradas são como tapetes. Tapetes que alguém puxa debaixo do pés. O carro anda, anda e anda e parece que nunca sai do mesmo sítio. A frança é grande. A frança é interminável. Os quilómetros parecem estender-se, no mínimo, por milhas. O efeito é acentuado pela constância paisagística da N10 que vai de Bordéus até Paris.
Mas não, Paris não foge... cheguei à meia noite e quarenta e cinco minutos. E percebi logo: Paris é diferente.
O meu tio mora em St Ouen, um bairro relativamente próximo do local onde foi rodado o fabuloso destino de amelie pulain. As ruas aqui são como no filme. Há qualquer coisas que as torna diferentes. Em Lisboa não há ruas assim, no Porto não há ruas assim. As ruas de Paris são só as ruas de Paris. E não podiam ser noutro sitio.
O “meu” quarto tem uma janela que dá para a rua da frente. Rue Charles Schmidt. Não é uma rua conhecida. Mas isso também não importa grandemente. De resto St Ouen não fica no centro de Paris. É uma rua simpática e pitoresca. Daqui vê-se sacre-coeur (uma igreja mto grande e um dos pontos mais emblemáticos de paris) no coração de Montmartre e tenho uma estação de metro, que ainda não utilizei, a um minuto de distância.
Dormi a manhã inteira para recuperar da viagem e só saí à tarde. Estive em Versailles. Uma vila (ou cidade) discretamente luxuosa ou luxuosamente discreta, dominada pelo majestoso palácio. Gostei dos jardins.
Depois fiz, ao cair da noite, uma visita sumária pelos pólos de atracção turística de Paris. Sem sair uma única vez do carro, o meu tio fez-nos uma visita guiada ou um mini-curso que se poderia chamar “Paris For Begginers”.
Na televisão está neste preciso momento a passar o resgate do soldado ryan dobrado em francês. Sim já me tinham dito, mas eu não queria acreditar. O meu tio diz que só tem vantagens porque assim não precisa de estar a olhar para a televisão. O meu pai diz que o filme é só tiros (é a cena do desembarque) e pergunta o que é que há para traduzir... eu fico a pensar no assunto. Na verdade as armas falam um língua universal, no seu uso não há lugar a segundas interpretações qualquer que seja a nacionalidade de quem prime o gatilho ou o país do seu fabrico. Talvez por isso sejam tão utilizadas.
Linguagem... língua... não sei falar francês mas ainda não foi preciso dizer uma única palavra. Duvido que seja assim sempre.
Tenho a certeza que não vai ser assim sempre.

O meu tio diz que o metro de paris não é o de Lisboa mas também não é o de NY. Ainda bem.

Domingo 24/03/2002 22:45"

- posted by sergio miguel @ 4:13 da tarde

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