{Ninguém é herói para o seu criado de quarto}
terça-feira, julho 30, 2002
 
ana, a história da tua avó...
Eventually, you find true love, the missing piece.
Do you really think that will be the end of your fears?
If it lasts forever, I hope I'm the first to die.

 
sim: sigur ros - o som do amor correspondido.

segunda-feira, julho 29, 2002
 
Sigur Rós na rádio... O som do amor correspondido, Helder...
Lembro-me sempre sobre o que disseste nessa soalheira tarde: isto é o som do amor correspondido. E foi bonito :-)

 
O sol, o sol, o sol...
E o litoral alentejano...
Os belle& sebastian, os amigos, a praia e o sol...
E o sol, o sol, o Sol :-))

 
Aos amiguinhos. Levo o "o meu Pako". Amem-me. Desenfreadamente. Por favor...

 
Estou a pensar levar o Caleidoscópio para o Sudoeste. Talvez te faça tão feliz Sérgio como me tem feito a mim...


 
Já estão encontradas as referências eruditas para o nome do blog. Podemos, portanto, dormir em Paz a partir de agora.

 
A minha avó esteve cá em casa este fim-de-semana passado. No Domingo esteve deitada durante a tarde e quando acordou eu reparei que ela estava a chorar. Cheguei-me ao pé dela e perguntei-lhe porque é que estava a chorar, sem razão aparente. Ela respondeu-me que se estava a lembrar que agora podia ser feliz com o meu avô e isso não estava a acontecer, e que lembrar-se disso era triste. Agora que estava numa idade da tranquilidade, agora tudo estava bem para que fossem tão felizes. É que o meu avô morreu... Há mais de 26 anos.
Eu nunca o conheci, e apesar de já terem passado 26 anos ela fala dele quase todos os dias e ainda no Domingo passado acordou a chorar de saudades dele. Mesmo o meu pai, não consegue falar com à vontade sobre ele, sem se emocionar e por isso raramente o faz.
Eu nunca o conheci e acho que para dizer a verdade ainda nunca perdi ninguém dessa maneira. Alguém cuja falta me tomasse conta dos dias. Mas percebo a dimensão da tristeza dela.
Faz-me sentir cínica com os outros e ingénua comigo mesma quando digo e penso que o tempo acaba, a bem ou a mal, por curar quase tudo. 26 anos é mais do que a minha vida toda. E é demais para sentir a falta de alguém que se ama...

 
Que merda...
Vou ficar cheia de saudades vossas.
E "morrer, desse e doutros desgostos".

domingo, julho 28, 2002
 


Acabei de fazer uma t-shirt. Escrevi com as mesmas canetas com que fiz a “protect me from washington”. Mas desta vez está escrita à frente e atrás com a letra do New Dawn Fades dos Joy Division.

À frente:

A change of speed, a change of style.
A change of scene, with no regrets,
A chance to watch, admire the distance,
Still occupied, though you forget.

Atrás:

Different colours, different shades,
Over each mistakes were made.
I took the blame.
Directionless, so plain to see,
A loaded gun won't set you free.





Hoje é Domingo. Mas são os sábados, os sábados cada vez mais difíceis.

helder, vem ao sudoeste. quantos mais estivermos melhor vai ser. black rebel motorcycle club...então?




 
A letra do Sérgio no blog...
E a "foto" do Sérgio, no blog...


;-))

Vem aí o Sudoeste. Podes escolher se a tua vida se decide ou não. E depois vais em frente.
Para a frente. Não tem nada que enganar...

 
A K7 que o João Mário Grilo me emprestou tem, depois do "Eduardo Mãos-de-Tesoura" e do "Go West" dos irmãos Marx, quase uma hora de um filme pornográfico. Não digo erótico. É porno mesmo.
Não sei o que pensar disso. Que afinal de contas ele também é humano, talvez...

 
Também curto o mundo. Muito. E apesar de tudo...

 
Vou de férias.Vou amanhã, ainda não sei a que horas nem quando volto. Não tinha muita vontade até à pouco tempo. Esperam-me uns dias de campismo e praia com uns amigos, alguns de festival de Verão com outros (vê lá se vens Heldinho) e depois uns dias num apartamento na praia. Depois venho em força para a época de Setembro. As preocupações são as óbvias: não ter entregue o trabalho de Teoria da Cultura (eu sou sempre a mesma merda) e um tempão sem ver muitos de vocês. Isso é uma grande preocupação neste momento.
Ainda não tenho tenda para o Sudoeste. Caso não se dê um milagre fico na rua e eu já não acredito em milagres. Bom, pelo menos em milagres que envolvem tendas.

sábado, julho 27, 2002
 
eu curto o mundo. acredito nas suas potencialidades.
sofro qd sei k elas n se concretizam.
sofro mesmo.




 
sergio: reage

 


 
hoje é um dos dias em que doi. e amanhã é domingo.

sexta-feira, julho 26, 2002
 
para mim as férias são assim. eu sou como o Miguelinho.



 


este seria eu. foi o que me disse o meu primo David. ele tem dez anos. e se eu fosse jogador da bola, do benfica claro, havia de ser tal e qual como nesta fotografia. até poderia ser um bom jogador mas quando acabasse a carreira tinha que cortar a barba e ddeixar só o bigode.

helder, os cds já cá tocam. obrigado!

 
este post ]e para voces me conhecerem melhor por dentro e saberem quais s\ao, afinal, os meus podres.

HOSPITAL DE SANTA MARIA

servi;o de medicina
Director\Prof. M. Carneiro Moura

Exame no 61576 Data 18/07/2002
Tipo de exame Colonoscopia
Nome Sergio Miguel Santos Silva
Idade 21 anos
Proveniencia C Gastro
Numero do Processo 292486
Informacao Clinica DOENCA INFLAMATORIA
Endoscopistas Antonio Marques / Lurdes Tavares / Enf. Rosa Capelo
Endoscopio Utilixado VIDEOLYMPUS
Pre/medicacao D5+PET 50+ANEX

RELATORIO
________________________________________________

D. Crohn ileo-colica com 4 anos de evolucao.

Colonoscopia total e entrada no ileon terminal. ileon com mucosa granitada, pseudo-polipos e edema. Biopsias F1. Foto 1 e 2. Valvula regular. Cego com multiplos pseudo-polipos e algumas ulceras pequenas. Biopsias F2 e Foto 3. Transverso medio com edema, polipos e ulcera linear. Biopsias F3, foto 4. Restante mucosa de aspecto normal e sem lesoes, mesmo na ampola rectal. Biopsias F4.

CONCLUSAO Doenca de Crohn ileo-colica activa.
_________________________________________________


Dr. Antonio Marques

 
Acabei de rever o cartaz do Fiberfib de Benicassin.
Apetece-me vomitar de inveja...

 
outro pequeno porco... :-)

 
Tenda? Alguém?

 
Dia 23: o tal "glorious day".
Duvido que algo supere isso.

quinta-feira, julho 25, 2002
 
Heldinho :-)

 
A minha casa Assombrada

Nunca te cheguei a dizer, mas gostei muito desse texto Paulo.

Entrevistador Quando fala da infância nas suas canções, emprega muitas vezes a palavra Far West. Qual era o seu Far West quando era pequeno?

Jacques Brel- O meu problema é que eu não tive Far West. Roubaram-mo. Ou melhor, não mo deram. Roubaram-mo no instante em que me falaram nele, a partir do momento em que vagamente mo prometeram. Também nos prometem o Pai Natal e também nos juram que o amor é eterno até que nos confessam que era tudo a fingir. Quando eu era pequeno, esqueceram-se de me dizer, de me avisar que o Far West e o amor não passavam de farsas. Hoje as crianças têm uma tal «doença» pelo Far West que se vestem todas de cowboys. Mas já não há Far West. Só há pátios de fábricas, semáforos, polícias e creches. Gostaria de ter tido um verdadeiro Far West, mas não é possível. E é sem dúvida por isso que, por vezes me vou muito abaixo. Já sei que não há de um lado os bons e do outro os maus. Já não há índios. Há pessoas que em certas alturas são índios e noutras o Buffalo Bill. É talvez também por isso que as minhas primeiras canções são mais íntegras do que as actuais. Menos reticentes.

 
Preciso de ajuda:
Algum dos meus amiguinhos tem uma tenda pequena que me possa emprestar entre os dias 31 e 5 de Agosto? Precisava dela até 2a feira à tarde e era mesmo importante. É que vou para Vila Nova de Mil-Fontes na segunda à tarde para ficar com os "outros amiguinhos" e seguir de lá para o Sudoeste ter com, bem, daqui só o Sérgio. Enquanto estiver em Vila nova temos uma tenda grande mas preciso de uma para mim no Sudoeste. Alguém me pode ajudar aqui?

 
Segunda-feira, 25 de Maio
Decidi que vou ser poeta. O meu pai diz que não há uma carreira específica para poeta nem pensões nem nada dessas coisas chatas, mas estou firmemente decidido. Ele tentou interessar-me em vir a ser operador de computador, mas eu disse: «Eu preciso de pôr a minha alma no trabalho, e toda a gente sabe que os computadores não têm alma». O meu pai disse: «Os americanos andam a trabalhar nisso». Mas eu não posso esperar tanto tempo.


In “O diário de Adrian Mole aos 13 anos e ¾”
de Sue Townsend

 
"This is really happening, happening..."
Não há nenhum tempo próprio para se ser feliz. Não há uma altura certa. É assim. Uma surpresa. Quando se está cansado, muito cansado e se pensa que já se viu tudo e que afinal não era assim tanto. Quando as coisas têm a capacidade de nos arrebatar mesmo quando não queremos. Quando vem tudo ao mesmo tempo concentrado em tempo/espaço.
Quando vem é como foi na terça-feira. O meu concerto. O concerto que eu queria ver. Um momento único. O sentir-me ali. Toda. O pensar que já não sabia o que fazer com o que me estavam a dar.
Peço desculpa mas nem os amiguinhos (ou a sua ausência) me podem fazer mudar de ideias. O meu concerto foi o de dia 23. Foi nesse que me custou acreditar. Que tudo passou por mim. E foi tanto. Mais ainda do que esperava.
Não estou a confundir nada com nada. A misturar nada. Foi só o que foi. Sem timing. Sem nada que não fosse o que aconteceu no Coliseu dos Recreios, no dia 23 de Julho de 2002 entre as 10 e a meia noite e meia.
Sei que estou a exagerar. Sei porque ainda estou emocionada.

 
Vairinhos "mas que desagradável"!!!!
Não te digo onde pus os posts.
Pior do que um porco és um porco "pequeno burguês". ;-)

quarta-feira, julho 24, 2002
 
[RADIOHEAD | sit back down again and press play like nothing has happened]

Não era o timing. Toda a gente sabia. Mas os radiohead trataram disso e mostraram que não há timings. Eles apanharam-nos com a calças na mão. Eu não sei o que se passou, sabendo perfeitamente que se passou algo que não se passará muitas mais vezes.
Sobre os concerto não me apetece falar muito. Só dizer que o segundo foi melhor do que o primeiro. Mas isso também não é muito importante. Acho que vai ser mesmo o concerto de Segunda Feira que eu vou recordar, pela envolvência, pelos amiguinhos e por tudo o que aconteceu nesse dia. De qualquer maneira, os dois concertos vão misturar-se e tornar-se uma única imagem, diluída e sem contornos, como nos sonhos. Como sonho. É que se o primeiro foi para acreditar, o segundo foi para acreditar ainda mais. E acreditar é sentir e os sonhos também se sentem. E por isso, se o primeiro foi para sentir, o segundo foi para sentir ainda mais. É por isso que foram os dois diferentes mas iguais.
E agora acabou.
Vou sempre lembrar a voz da Sofia (eu devia odiá-la): Andreia, não queres vir para aqui? anda! Talvez não tenha sido muito diferente assim, mas doeu.
Vou sempre lembrar uma travessia complicada de hora e meia da ponte 25 de abril, a olhar as estrelas que não se viam pelo tecto de abrir do carro com as gotas de orvalho a cair em cima de nós e com os radiohead no leitor de CD. late at night when i’m driving. E ora me apetecia rir ou chorar em espaços de tempo que podiam não ultrapassar os 10 segundos. Um iogurte cremoso da danone que às 3:30 da madrugada me soube especialmente bem. O quarto dela desarrumado com a mala feita para ir para o Algarve no dia a seguir. O gato, preto e incrivelmente pequeno, a trepar pelas pernas e a parecer a pilhas. E outras coisas. Que eu não quero falar, porque não tenho certeza se sei o que significam.
E agora acabou.

E isto vai tudo ficar misturado. E com isto e com o resto

só resta voltar a sentar-me, carregar no play e fingir que nada aconteceu.
Everything in it’s right place
E acreditar que está tudo no lugar devido.

terça-feira, julho 23, 2002
 
E este é o post 86 Vairinhos. Adivinha onde escondi os outros 84?

 
Na "Insustentável leveza do ser" do Kundera há uma parte em que "ela" vai ter com "ele" (não me lembro dos nomes porque já o li há demasiado tempo e não posso confirmar porque emprestei o livro) e do medo, da excitação e da vontade que tem de estar com ele se esquece de que tem um corpo. Por isso faz a longa viagem até Praga (disso lembro-me) sem comer nada e espera horas na estação até que ele a vá buscar sem comer nada. Quando eles finalmente se encontram o estômago dela decide reclamar finalmente e começar a fazer barulhos.
Ontem à noite quase consegui enganar o meu corpo. Consegui-o fazer esquecer das coisas que me incomodam. Fiz-me acreditar que as pernas não doíam e que não estava calor. Fiz-me acreditar que não tinha fome (porque me esqueci de comer e só me dei conta disso demasiado tarde). Até as horas e o último comboio eu ia conseguindo enganar. Quase...
Quando cheguei a casa, depois do banho o meu corpo recusou-se a mais traições e adormeci ainda durante a segunda faixa do "Finally We Are No One". Se souberem reparam que isso dá menos de 5 minutos. Estava mesmo, mesmo muito cansada. Adivinho que alguns de vocês também.
Em relação a ver dois concertos, na minha cabeça eu tinha decidido que o primeiro era para acreditar e o segundo era para sentir. E durante os primeiros minutos foi um pouco assim. Mas ainda não consigo falar nisso porque me deixou sem vontade de falar. Preciso de assimilar o que aconteceu e poder ir hoje outra vez deixa-me feliz.
Só acordei agora: cansada e feliz, atraiçoada pelo meu corpo, como"ela" a quem não recordo o nome.

segunda-feira, julho 22, 2002
 
Paulo

Uma advertência: não voltes a cometer a imprecisão de te referires a sua excelência o rei do gado enquanto Luís de Matos. Trata-se de Luis matos apenas. "Prudência" jovem incauto. Olha que ele não gosta nada dessas confusões. ;o)

 
O Kenjoon mandou-me as notas de géneros Jornalísticos. Tive 15 e tu Ana também. Cristininha tiveste 14.
Houve boas notas. A pitschieller* teve 18 e o Cláudio Delicado teve 17. O Kenjoon teve 16.


*PS- pitschiller não se trata de nenhuma alcunha como rei do gado ou rei leão. Esta extraordinária menina chama-se mesmo pitschieller, aliás pitschieller pupo (não é engano) e o seu filmr preferido é o "gorilas na bruma". Não tenham pena dela que ela não quereria nem merece.

 
Não é tão bom como o outro mas tem as suas potencialidades. Então não é que o rei leão me saiu um romântico.


Estrela Alva
(Por ti... Para ti)

Estrela alva, una na minha noite,
Porque brilhas tanto que me cegas?
O que vês tu nestes olhos sem memória,
Nestas mãos, plenas de malfadada história?

Neste céu, onde estrelas mortas reluzem não mais,
Iluminas as profundezas deste meu coração.
Trazes fôlego a este fogo perdido
Que arde ainda em mim, como um animal ferido.

Na minha cegueira, esqueci a voz
Que grita tão alto dentro de nós.

Rosa viva, plena de cor, que fazes tu no meu jardim
Cheio de flores sem vida. Como nasceste tu?
Aparecida como de um sonho que sempre viveu em mim.

Estrela alva, que distâncias entre nós.
Que saudade eterna de estarmos sós.

Uma miríade de vozes surdas sussurra-me aos ouvidos,
Falam-me de estórias ainda por vir.
São as lendas esquecidas, de corações perdidos.
Contos tristes que me fazem rir.

Tinta do quadro da minha alma és,
Retrato fiel do mais intimo desejo. Por ti,
Jogo meu coração a teus pés...
... por mim!


escrito por André L. Vasconcelos



 
Ana

Lembras-te da conversa de há pessoas decentes e há pessoas que tem aquilo? e que o facto de seres uma pessoa decente não te consola?
O comboio não parou no meu apeadeiro. Até podia não ser para mim. Mas eu queria mesmo um comboio daqueles. :o)


 
Madalena

Não acho que qualquer barco, avião, comboio ou autocarro sirvam para a viagem. Se assim fosse penso que já tínhamos todos acabado por ir.
Espero que não acabe por ser assim.

sábado, julho 20, 2002
 
à espera do comboio na paragem do autocarro

eu acho q é possível estares numa paragem de autocarro, pensando q se trata de uma estação de comboios, à espera de um comboio, sabendo q ali só passam autocarros....

e depois aparecem uns barcos....

e tu n te importas pq afinal queres é ir seja de comboio, autocarro, barco ou avião.

pq sabe-se q é sempre melhor ir do q ficar.

pq as coisas são mais fáceis pra quem vai.

 
Tenho de ver isso... :-)

 
Já leste o rei do gado? E o que é que achas do Cronos e da Brunhilde?

 
O post do rei do gado: mas isso é hilariante.
Liliana: eheheheheheh!!!

este smile :-) é de ironia e para ser correcto devia ser do tamanho do ecrã, por isso, esforcem-se e imaginem...

 
Lilianinha:You better come, come, come,come...
Better run...



Sim, estou obviamente a engraxar-te.

 
Atenção: Perigo de contágio radioactivo


O CAMINHO…



Ao olhar para trás, vendo o caminho que percorri… Olho para a frente, vejo todos aqueles que posso ainda vir a percorrer!… Escolhas… Modos de vida… Pessoas… Amizade!…
Ao olhar para trás vejo a época em que não podia escolher… Tudo era um dado adquirido e tudo o que se conhecia era bom. Tudo o que me punham à frente tinha carácter, e eu nada podia fazer… apenas aceitar!
Quando pude escolher, fiz as escolhas erradas. Nada do que fazia batia certo… Pensava que estava votado à solidão de te ter apenas a ti, papel, como companheiro... As pessoas não demonstravam por fora o que eram por dentro e as que o demonstravam eram mal interpretadas! Agora que olho esse tempo desde a distância que o tempo dá, vejo a inocência de criança que é natural perante as escolhas.
Mais triste é errar duas vezes!… A desculpa de se ser criança já não funciona. Apenas a da ingenuidade que mais não é que falta de experiência e desejo exacerbado de seguir o trilho certo… Perante tantas vias a seguir (que são tão poucas fruto de um desejo que cega) entrar pela errada é o mais fácil. As ilusões de quem é adulto mas não é, e a mania de que já não ser criança é seguir sempre em frente, ajudam à dificuldade de viver bem. Apenas o tempo pode ajudar a fazer surgir um atalho que pode, também, levar a trabalhos. Evoluir é preciso! A estagnação é inimiga da mudança!… Porque se pode mudar estagnando, mas não se arrisca tanto e a possibilidade de um bom resultado é quase nulo!… Seguir o atalho ou continuar em frente? Regressar ao passado ou encarar o futuro?
Às vezes o atalho é um bom conselheiro, e é melhor encarar o futuro à nossa maneira, do que permanecer na inquietude do que nos parece cada vez mais estranho… Prudência!… É uma boa palavra para todos os que exploram um novo atalho. Nunca se sabe quando aparece um precipício ou, pelo contrário, quando é que ele nos está a fazer regressar ao início da caminhada… Tempo perdido ou repetição da história?…
Regresso ao passado com a sensação que regressei, sim, mas ao futuro. A alegria invade-me a alma, mas o receio permanece. O atalho levou-me a um local iluminado. Aí posso trocar ideias, compreender e ser compreendido. Espero que o local não perca a sua luz. A sua intensidade depende sobretudo de cada um dos habitantes desse local, mas começa por mim… Não repetir erros do passado é importante; repetir as vitórias do presente, transplantá-las para o futuro a minha ambição… Espero que me ajudes a viver, reviver e conviver, tentando manter um nível de luminosidade suficiente!… Obrigado por estares aí para me ouvir!
Queluz, 3 Abril, 2000


escrito por Luís Matos*

* Luís Matos = Rei do Gado = Delegado de turma do 3º ano de Ciências da Comunicação = Futuro jornalista .. perdão .. bom jornalista ----- não confundir com o mágico

Os destaques a bold são da minha autoria.

Do sítio onde tirei este há um texto do Artur que tem dua personagens: uma chama-se Cronos e a outra Brunhilde.

 
Se não parou no teu apeadeiro, não era obviamente o teu comboio. Acredita em mim, sei do que falo ;-)
Tem calma. Se queres ficar na paragem do autocarro tens de ficar à espera.

 
O comboio que eu queria não vai aparecer. Ficou retido num outro apeadeiro. :o(
Mas eu já me vou acostumando à ideia.

 
Em relação aos headphones:

Eu sou especialista em lixar sempre um dos lados dos headphones (sobretudo quando não são presos à cabeça). Quando isso acontece opto sempre por ouvir do lado direito. :o)

 
O comboio há-de aparecer. Talvez não na paragem do autocarro.
Mas sim, ganhaste :-)
A Cristina está a pensar vender um dos bilhetes para os Radiohead (22 ou 23) porque está a trabalhar. Não querias vir?

 
O problema não é estar à espera do comboio ou à espera do autocarro.
O problema esperar no lugar errado.

Não sei mesmo se vamos andando. Acho que ainda estou na paragem do autocarro ... à espera do comboio.

 
Enquanto não arranja uns Headphones novos, qual dos tímpanos deve a Ana rebentar?

ana, compra uns phones e rebenta os dois ao mesmo tempo. vais ver que dá mto mais prazer!
e aqui tb se tomar o cariz político da afirmação.

 
Só ouvi o cd dos Red House Painters. Já conhecia mais ou menos. Já te* tinha dito que gostava.

*te = ti = Ana Almeida


 
"- Górgias!! Quem é o gajo? É pá se nasceu em ... e morreu ... pá ...então morreu aos 16 anos!!" ih ih

 
Aninhas, nem toda a gente tem feitio de cabra rancorosa. ;oP

sexta-feira, julho 19, 2002
 
Enquanto não arranja uns Headphones novos, qual dos tímpanos deve a Ana rebentar?

na minha humilde opinião, acho que ana deve rebentar o tímpano direito. o meu desconhecimento em otorrinonarinologia é total. por isso o meu concelho tem sobretudo um cariz político...

 
Preço de amiguinho? Ainda bem que é a Cristina que tem o meu :-)

 
Ficou toda a gente assustada com a invasão. É isso?

 
Vá lá... Alguém me interrompa o monólogo!

 
Já ouviste alguma coisa do que te emprestei Liliana? Tens gostado? Diz qualquer coisa :-))

 
Hoje vou ao café, ver os meus outros amiguinhos dos quais estou cheia de saudades...
E vocês (Liliana??) não estão cheios de ciúmes?
Hein?

 
Sei que vai passar tudo quando deixar de ficar com as mãos frias quando o vejo.

 
Não percebo, porque é que isto não publica.
Cada vez detesto mais computadores. Tenho para aí uns 30 posts seguidos (não, não me dei ao trabalho de os contar, mas parecem-me tantos) que acho que quando isto finalmente começar a publicar em condições todos os posts que vão ficar na página vão ser os meus. Isso é trágico. Só o meu nome, Ana, a pessoa mais blog do Blog.
Almocei com o Sérgio e inicialmente só voltei aqui para ver se isto já estava a trabalhar em condições, que não está. Fiquei no quarto, onde as paredes têm ouvidos, ouvidos atentos, ouvidos carinhosos, ouvidos amigáveis.
E têm rostos que já não vejo há muito tempo. Alguns há tempo demais...

 
Hoje o blog é sem dúvida meu. Eheheheheheheheheh!!!

 
E há provas disso?
Um dia, numa aula de Teoria da Imagem e da Representação, no já distante primeiro semestre, a professora falava da filosofia platónica e da teoria metafísica.
Metafísica significa tão simplesmente "para além da física" e foi uma categoria inventada por Aristóteles para classificar coisas tão abstractas como a Verdade, a Justiça, o Belo, o Bom ou a Liberdade por exemplo. A Metafísica seria uma espécie de conceito-saco-sem-fundo para categorizar o incategorizável, para classificar o inclassificável, para arrumar o que não tem de estar arrumado dentro de nada. E é para isso que ela serve.
Platão desenvolveu este conceito tanto quanto possível. Alargou as dimensões do mundo da metafísica, mais até do que os da própria física. Fingiu que era tudo muito importante.
A "Civilização Ocidental" tratou de alargar ainda mais o conceito. Deturpá-lo, moldá-lo, torná-lo incontornável e indissociável de si mesma. Usou-o para explicar tudo, desde o terror e o pânico pelo corpo, como para fazer surgir o conceito de alma, como para sustentar as teorias do Cristianismo, como para sobre ela se escreverem livros interessantes e outros de duvidoso interesse, como para ter conversas pseudo-intelectuais, como para definir as áreas do inatingível sobre as quais não se pode falar e em que o conhecimento começa a tornar-se especulação ou até para escrever posts idiotas em blogs inúteis como este!
Mas a metafísica já é bem velhinha. Tão velhinha como a civilização.
E apesar de isto ser um julgamento presunçoso e nada original, às vezes parece ser mesmo só mais um conceito que de tão cheio já está vazio, que já não quer dizer nada, que é colocado em tudo.
Em Teoria da Imagem e da Representação. Ela dizia que Platão dividia o mudo em dois: o da física (mundo empírico e sensível, das sensações e dos sentidos) e o da metafísica (o das formas puras, da qual o mundo físico não passava de uma sombra ou cópia indistinta e imperfeita). Tudo o que existe no mundo sensível é irreal. Eu por exemplo, dizia a professora, ou qualquer um de vocês não passa de uma cópia imperfeita, de uma mera sombra. Pousou as mãos sobre a mesa e declarou: somos tão reais como esta mesa, meras sombras.
O Carlos...
O Carlos viveu em Macau, onde as escolas têm câmaras. O Carlos pensava que o Górgias era um filósofo que escreveu vários livros antes dos 16 anos de idade quando faleceu. O Carlos acha que não há pessoas com fome em Portugal, porque ele vem de um país desenvolvido. O Carlos acha que há conspirações que nos controlam a todos. O Carlos é mais baixo do que a namorada. E tenho a certeza que o Carlos acha a Metafísica uma treta. Quando ela disse que nenhum de nós era mais real doque uma mesa e que éramos todos meras sombras as coisas ultrapassaram os limites e ele pôs o dedo no ar e perguntou lá do fundo do auditório cheio: E há provas disso?
É que o Carlos vem de um país desenvolvido onde são precisas provas.
Mas eu estou a dar uma impressão errada.
É que não é que o Carlos não seja um arrogante, mas às vezes engolimos demasiadas coisas sem as questionar. Não é que a metafísica não tenha sido questionada nos seus vários séculos de existência enquanto conceito, mas a atitude verdadeiramente inteligente é pôr sempre as verdades em causa. a pergunta do Carlos parece idiota. Se calhar foi feita de modo idiota mas levanta questões que foram centrais durante tantos séculos para discutir "a Metafísica". Questionar sempre. A dúvida metódica, também é uma herança filosófica.
Estou a afastar-me do que queria dizer. Anda me rio quando relembro este episódio. Quando as pessoas que dominam os conceitos consideram esta pergunta absurda, esquecem-se da importância de uma das atitudes fundamentais na filosofia, e sobretudo na vida: pôr em causa aquilo que todos já tinham como dado adquirido.

 
Deixa-o dormir, um bocadinho mais.
Deixa-o dormir que viveu dias tão brutais.

 
Há já uns tempos quando estava em casa, no meu quarto, dei um suspiro. Fiquei confusa porque não compreendi a razão.
E também fiquei confusa por que ele foi tão fundo, tão fundo, tão fundo que eu nem sabia que existia um lugar tão fundo em mim...

 
Ontem o meu pai chamou-me outra vez complicómetro.

 
Ao meu lado, na sala dos computadores está sentado um desconhecido. Um lindíssimo desconhecido.
Mas tem uma gargalhada horrível... E escreve a uma velocidade frenética.

 
Toda a gente passou horas em que andou desencontrado...
Como à espera do comboio na paragem do autocarro.


Mas o que é que está mal?
Ficar à espera do comboio ou não apanhar o autocarro?
Vou andando a pé. vamos todos andando a pé...

 
Acho que vou bater o recorde de maior número de posts sucessivos.
Ah, já me esquecia. Acho que já consegui instalar o Icq , só que ainda não fui à net em casa.
Por isso os amiguinhos que tiverem ICQ (os que sobram do lobby "messenger") estão à vontade para me pôr na vossa lista. :-)
Eu "autorizo".

 
Havemos de ouvir discos todos juntos na casa da Cristina.
Juntamos 4 aparelhagens e a contribuição do Paulo vai ser o Zaireeka (What is Zaireeka? Zaireeka is my own combination of the words Zaire and Eureka. ... So anyway it's Zaire fused with Eureka - Zaireeka!! ...). Para ser ouvido como deve ser (os 4 volumes simultaneamente).
Eu levo o Sérgio Godinho para ouvirmos o 2º andar direito e depois cada um também leva um disco.
Passámos umas belas tardes na rádio da faculdade ('podíamos dar um nome à rádio?') este ano, a ouvir discos.
"Olha, olha! O Ryan Adams tem uma gaita!!", Lembram-se?
Mas sim. Também me apetece ouvir música. Levar muitos discos e mostrar-vos canções. Ouvir o Helder a dizer que isso é mariquinhas e gostar cada vez mais dele por já saber que ele ia dizer isso.
Lá para Setembro (o mês da nostalgia). Setembro é o mês mais especial do ano.
Pode ser Cristina? Ou alguém quer fazer antes?

 
GOMEZ, num só phone é muito doloroso.

 
As notícias são muito boas Sérgio. Continuo, no entanto, preocupada contigo.
Segunda feira é um grande dia. "It´s gonna be a glorious day/ I feel my luck could change".
Não estou à espera que nada mude. Mas já estou à espera deste dia à muito tempo. E tu também por isso sê um bocadinho egoísta e pensa que este vai ser um bom dia para ti se tu te esforçares para isso. É claro que a ideia de que tens de te esforçar para isso estraga um bocadinho o cenário, mas isso é temporário.
O Timming não é mau. Seria perfeito em qualquer altura porque são os RADIOHEAD .
Nem tens de te lembrar de mais nada se não te esqueceres disto.

 
Sim, acho que estamos no Verão mais Verão do que nunca!!!!!
A Faculdade parece a cidade assombrada de tão vazia que está.

 
Ouvir só por um headphone é uma tarefa quase impossível.
Sobretudo escolher qual dos tímpanos vou rebentar: se o esquerdo ou o direito. Se soubesse como fazia uma poll para votarem mas podiam dar a vossa opinião.
Vou então formular a questão a ponderar:

Enquanto não arranja uns Headphones novos, qual dos tímpanos deve a Ana rebentar?

Até às vossas resposta vou trocando de vez em quando.

 
Nós não somos um blog a sério.
Não temos links.
Não temos lista de participantes.
Não temos leitores.
Não temos discórdias nem zangas acerca de merdinhas.
Não temos nome fixo.
Não temos um nome cool.
Não estamos séculos sem actualizar.
Não nos preocupamos com o anonimato.
Não estamos em mais 10 blogs pessoais de assuntos especializados.
Não somos um blog a sério.

Ainda bem!

 
O Blogger é uma bosta. Tenho dito.

 
Na 2ª feira aposto que não vais dormir o dia todo. Nem na 3ª.
Tcham tcham tcham tchan...
Pode começar a contagem decrescente.

 
Uma notícia triste: não vamos ver os Sigur Rós no Sudoeste. :-((
Não vamos porque eles não vêm.

 
Estás viva Cristininha :-)
E a sabedoria popular diz que quem é vivo sempre aparece.
Podes vir ter comigo à faculdade também falar sobre os Simulacros ou sobre os países nórdicos.
Eu gostava.

quinta-feira, julho 18, 2002
 
já fiz a merda do exame. estava à dois anos para o fazer. já não tenho que pensar mais nisso.
resultado, para que cosnste: a doença está activa mas não há progressão.

fixe. que está activa já eu sabia. já a progressão era uma coisa que me preocupava.
boas notícias portanto.
eu acho que não merecia outra coisa. : )

 
helder, esqueci-me de te mandar a morada ontem.

Sérgio Miguel Silva
Rua da Escola, Lote 3,
Casais de Mte Bom
059-2640 Mafra

uma das coias que tenho pena é de não ouvirmos discos todos juntos. era fixe fazer isso quando saem discos novos. na rádio da escola, parece-me um bom sítio.

e tb devíamos partilhar as compilações que fazemos. trocar.

 
PAULO: ÉS TU K TENS OS BILHETES PRA RADIOHEAD, N ÉS???

 
vocês nem vão acreditar!!!!
lembram-se das cartas k o meu pai escreveu pra camara de mafra (ver dia 6 de julho) ???

não é k chegou hj uma carta registada da camara de mafra a dizer k já tiveram reuniões com os presidentes das juntas e com os empresários e isso tudo, que vão reduzir o trânsito de camiões e que ainda vão tomar mais medidas...

e eu disse ao meu pai:
- sempre resulta fingir que se é um psicopata??
e el respondeu:
- fingir???

quarta-feira, julho 17, 2002
 
Eu caí.
O meu computador teve de reiniciar.
Ando tão preocupada contigo Sérgio. E a odiar a Andreia.
Quanto ao ICQ não posso fazer nada :-(
Nem quanto ao resto.
A não ser zangar-me.
Coragem ( que tu tens sempre!)

 
já não sei o que hei-de fazer com os sentimentos. vou procurar um cirurgião que mos extraia. e me salve. disto.
estou-me nas tintas para a colonoscopia. isso não doi nada comparado com o resto.

 
e desinstalar o icq outra vez

 
sendo assim ana, acho que vou dormir

 
estou a ver a história das minhas conversas com a andreia no icq. há já tanto tempo. não consigo evitar uma certa nostalgia.

 
Não cedo a lobbies.
Sim Sérgio. O troféu coitadinho hoje é para ti.
Ouve Sérgio Godinho.
Ás vezes ajuda.

 
Grrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrr.

 
fodido estou eu, que ando aqui a mijar para trás e sentado... : )

 
acho que devias tentar o messenger. está tudo a dizer para instalares o messenger...

 
Tão fodida da vida que eu estou.
Não consigo Sérgio :-(
Error diz ele.
Não sei como é que hei-de fazer isto :-(

 
estou a espera que apareças ana

 
ohhhh

 
Suponho que a tua cabeleireira não te ame de facto.
Madalena : não se pode ter tudo. :-)

 
Só me apetece dizer palavrões :-(
Vai dar o "in my place" dos Coldplay na radio.
É um single orelhudo e mesmo à Coldplay. Mas é uma canção bonitinha.
Nem tudo corre mal.

 
Não consigo instalar esta merda.

 
já lá estou ana

 
100% concluído
;-))

 
oh Sérgio: eu não sei se mereço.
Sim Madalena tinhas razão. Que truque sujo só para pôr mais um bocado da letra.
Têm de ouvir. Todos.
Não só a Liliana.
É uma história tão linda que têm de a ouvir.
Mas sim, a resposta é sim.

 
qd a cabeleireira me cortou na orelha, n me soube estancar o meu sangue. eu acho k ela n me ama

 
O 2º andar direito é ....


uma coisa para a qual não tenho palavras

Mas não vou pôr a letra toda aqui. É preciso ouvir.
Gostava que a ouvíssemos um dia.
Todos. Juntos. Em silêncio.

 
olha ó ana: já foste ver a letra pra saber se é
«mas tem cuidado, trata-o bem,
muito bem de mansinho
que ainda agora vai pisar outro caminho


é assim??

liliana: tens k ouvir

 
ana vou instalas o icq só por ti

 
isto é amor :
mas quem tratou de me amar
soube estancar o meu sangue
e soube erguer-me do chão


isto não:
e o coração que o conte
quantas vezes já bateu para nada



 
ana: fico comovida co o 2º andar dto...

 
concluídos: 89% de Icq2002a.exe

 
ana vem para o messenger...

 
Estamos cá os três :-)
Estou a fazer download do ICQ.
Não cederei ao lobby do Messenger...

 
E eu sei de mais uma coisa que a esplanada vai deixar de ter.
Para o bem e para o mal.
Agora eu sei que tudo aconteceu como tinha de acontecer. E sei que foi verdade. E que ele tinha mesmo de me acontecer. Assim.

 
o meu corpo está todo descontrolado...

 
Olha Sérgio: boa sorte.
Ou antes, coragem.

 
não fales, que o bebé ainda acorda
não grites, que o vizinho ainda acorda
e não me olhes, que o amor ainda acorda
deixa-o dormir, o nosso amor, um bocadinho mais
deixa-o dormir, que viveu dias tão brutais


Sérgio Godinho, 2º andar direito

Oiçam isto, por favor...

 
ana: amanhã o sergio n vai poder ir ter connosco. assim eu já n vou a lisboa

 
a esplanada tem mesas novas....

e uma empregada nova...

 
Este primeiro volume é demasiado parecido com o everything is nice. A tal compilação da Matador.
O segundo tem Beth Orton. A falhar em forma Heldinho?
O que o fez mudar de atitude em relação à chorona menina? Será que eu sei?
Os Promise Ring ouvi esse album uma vez. Percebo porque é que achaste isso. E não os Kings of Convenience não seriam aborrecidos nem que se esforçassem para ser. Bem, talvez um pouco... Mas só se eu fosse como tu.
Não sejas fundamentalista. Nem boca de alguidar ;-))

 
Oh Sérgio...

A data de entrega do meu trabalho foi adiada o que quer dizer que afinal se calhar te vou ver amanhã e vamos poder conversar sobre estes novos assuntos sobre os quais eu estou a aprender e sobre os quais tu disseste que querias falar...
Pediste-as e agora vais pagar. :-)
E para os que pensam que é só o Sérgio preparem-se para a longuíssima espera em Radiohead. Vou-vos ensinar tudo! Para partilhar com todos os meus amiguinhos os meus recém adquiridos conhecimentos. Vão sofrer tanto.

 
telemovela:

SMS
"sinto-te distante. mais distante que os km que separam Mafra e setúbal. como se um tapete estivesse a ser puxado por baixo dos nossos pés"

RESPOSTA
"o q tens? tás melancóloco? N sei se tás a ver mas de qq forma aviso-te k ta a dar o seven. eu tou ver pela 4x Já vi o Dead Men.. é mto fixe!"

CONTRARESPOSTA
"eu não estava a ser pseudo-poetico-melancólico. eu estava a falar a sério! mas deixa, há-de passar."the words are coming out all weird/where are you now, when i need you?"

CONTRACONTRARESPOSTA
"a melancolia é um estado de alma bem sério! eu gosto do Sommerset! =)"


terça-feira, julho 16, 2002
 
ana, eu tb quero falar sobre esses assuntos.

 
no domingo fiz uma compilação de musica brasileira. foi um bom passatempo numa tarde de domingo. como tinha muitos cds emprestados a variedade foi pouca. mas acho que o resultado foi bom. (ana, as musicas ficaram com cadencia, e só não é boa para o comboio pq não se pode ir de comboio para o brasil : )

1-Madrugada e amor*caetano veloso
2-tereza my love*tom jobim
3-bebel gilberto*tanto tempo
4-você e eu*carlos lyra e paul winter
5-samba da benção*bebel gilberto
6-tide*tom jobim
7-nuvens douradas*tom jobim
8-i'm wishing*moreno veloso
9-jardim abandonado*tom jobim
10-chora coração*tom jobim
11-esfinge*moreno veloso
12-águas de março*tom jobim
13-samba e amor*caetano veloso



 
ana: eu kero falar ctg sobre esses temas....

 
hoje dormi a sesta...
sonhei e tudo. sonhei que eu estava em casa e estava muita gente cá em casa, amigos da minha irmã. e depois chegaram colegas da minha turma, no carro de uma amiga minha cá da malveira e depois eles estavam cheios de medo de me falar e eu perguntei logo: o que aconteceu à ana e à liliana. e eles responderam que vcs tinham morrido.
acordei sobressaltada. mas vi k era um pesadelo e descansei. ker dizer: vcs tão vivas, n tão???


sempre tive muitos pesadelos, com amigos e familiares a morrerem e uma vez até sonhei q tinha sido eu a morrer. e eu penso: afinal qual é a diferença entre sofrer a dormir ou sofrer acordada? eu acho q se sofre na mesma...

é como outra coisa que me acontece com frequência, que é confundir as personagens dos livros que leio com pessoas reais. dou por mim a pensar nelas como se fossem pessoas que eu conheço, que existem como eu. uma vez comecei a falar com o meu irmão (o meu irmão sempre me aturou estas merdas) sobre uma personagem como se fosse uma real. só qd ele me perguntou assim: mas isso é uma persoonagem, n é?, é k eu vi q estava mesmo confusa.

 
ana: sergio godinho rulezzzzzzzzz

 
Como à espera do comboio... Na paragem do autocarro.

 
E tenho um vinyl do Coincidências para te emprestar Lena. A capa parece feita a lápis de cor e é tão linda.
É uma das minhas preciosidades.

 
Ando a ouvir Sérgio Godinho. Tudo. Mesmo os mais antigos.
Devo ter aí uns 10 ou 12 albuns e alguns já nõa ouvia à um tempão.
O "Lá em baixo" e a "Balada da Rita" ou "2º andar direito" eram algumas das que me deixavam mais saudades.
Ele é o Cosmopanda.
Gosto tanto do Sérgio Godinho.

 
Apetece-me muito escrever para aqui. Nos últimos dias temos andado mais longe do que o habitual e isso deixa-me espaço para pensar. Dá-me vontade de escrever. Faz encurtar a distância (um dos principais motivos para este blog existir).
Os meus dias andam a passar mais ou menos rápido. Consegui finalmente voltar a estar em casa e estar em paz com isso.
Sexta-feira acaba o que vou fazer deste semestre (3 cadeiras ao todo) para voltar em Setembro. Entretanto temos os Radiohead e o Sudoeste para estar juntos (não todos, infelizmente).
Não tenho dinheiro para comprar o novo album dos Flaming Lips e isso dá cabo de mim (e de ti Paulo??. A Beth Orton, que por estupidez minha considerava música de Inverno também vai lançar album novo em pleno Verão. Era eu que estava errada e não tu Madalena. Mas mantenho a teoria de que esse disco tem sérias contra-indicações. Mal posso esperar pelo novo.
Estou a fazer o Trabalho de teoria da Cultura sobre o Cronenberg, o corpo, a realidade virtual ,os simulacros, o biológico, o conceito de carne e de prótese, as ligações, as tecnologias, as noções de desejo. Alguém interessado em conversar sobre estes (interessantíssimos) asuntos só tem de me dizer.
Ando preocupada com O Sérgio, andamos todos e se acho que não é para menos, também acho que não é para mais.
Patrícia back on the blog!!!! E aquilo que escreveste, bem...


:-)


É tudo o que tenho a dizer sobre isso. Vou tentar voltar aqui logo à noite.
Este post ficou uma "petite merde".

segunda-feira, julho 15, 2002
 
ana: voltei a ouvir beth orton, como vês.
eu sei k é musica de inverno mas eu gosto de a ouvir no verão...

 
ficou pouco expressivo. mas é muita raiva mesmo.

 
If I lose you
Could you find me?
Or would you walk right by me?


 
estou com RAIVA

 
fui à cabeleireira. ela cortou-me a orelha, que sangrou toda a tarde.
e o cabelo ficou curto e mau. nada como eu keria...

 
I dreamed of you last night,
You had a different face,
Or maybe just a haircut,
You were older and wiser,
Yet more like a child,
I was amazed to still find you ,
There at the back of my mind,
This dream was short,
This dream was happy,
This dream was short,
This dream was happy.

domingo, julho 14, 2002
 
Eu não tenho essa voz que tu tanto dizes gostar. Tu é que a ouves.
Eu não tenho olhos bonitos. Tu é que os vês.
Eu não sou bela por dentro. Tu é que construiste um jardim no meu interior.
Eu não digo coisas sábias. Tu é que as ouves.
Sou uma mentira em ti.
Gosto que mintas o meu ser.
Mente mais para que eu acredite em mim.

sábado, julho 13, 2002
 
because no one knows that nothing changes but the words and the weather...

 
Ainda a pensar nesse assunto:
o mundo todo no caralhinho seria um desperdício. Além de, insisto, não caber.
Muito "má onda" senhor eurodeputado ;-)

 
Uma coisa mariquinhas, que me apetece partilhar:

«Então um dia ganhei coragem, sentei-me no banco à tua frente, e disse-te “acho que me enamorei pela sua imagem na janela”, tu não percebeste, “como?”. Repeti a frase, “acho que me enamorei pela sua imagem na janela”, retorquiste “já ninguém diz isso: enamorei-me”.
Alguns comboios depois já éramos amigos ou qualquer coisa, conversávamos sobre tudo e sobre nada para o tempo passar, como passava o nocturno cenário lá fora.
“O que é que achas de mim?” perguntei-te, de repente até já nos tratávamos por tu. Disseste que me achavas piada, foram estas as tuas palavras, mas o problema, além de teres uma mulher e um filho que não querias deixar por nada deste mundo, era seres tão mais velho, “tens que idade”, respondi “vinte e um”, “estás a ver? Eu tenho o dobro”. Expliquei que isso não tinha a mínima importância, importante era, por exemplo, eu saber como te chamavas, era incrível ainda não termos nomes um para o outro. Disseste “João”. Eu também menti “Maria”. Era um amor sem apelidos e com nomes falsos. Se era amor aquilo, se foi amor aquilo.»


in Para averiguar do seu grau de pureza de Jacinto Lucas Pires


O Jacintinho também é um grande performer.

sexta-feira, julho 12, 2002
 
Algumas certezas da vida:

O Sol vai sempre nascer.
O Tempo vai sempre curar (quase) tudo.
Os Lamb vão sempre voltar a actuar em Portugal.(Podem também ser os Placebo, Guano Apes ou Ramstein).
O professor de História dos Géneros vai sempre chegar atrasado.
O Helder vai ser sempre "boca de alguidar" (hein, heldinho?).
Na macrobiótica vai sempre haver arroz.
Vai sempre haver algo para ver da janela.
O mundo vai sempre ser maior do que isso (que é o pouco que a vista alcança).

E...

A Madalena vai sempre roncar a rir. ;-)

 
Olha bem pela janela. O mundo é maior Sérgio. Os golfinhos não vão desaparecer do Sado sem que os vejas. Um dia vais descobrir que existe vida para além do que consegues ver agora. Mas isso é só um dia.
Até lá só espero que vás ficando o melhor que consigas.

 
sérgio: vamos ver as curtas metragens premiadas em Vila do conde k axo k vão dar no 222

dp vamos à fnac ouvir cds e ver livros

dp tu vais comer uma sandes dakelas k comeste da outra vez

dp vais pra casa e começas a rir-te dos filhos do teu tio

e dp vais ao clube de video e levas filmes pra ver à noite

dp vais pensar em estruturar o programa de radio k pensaste em fazer

dp vais à praia e levas um livro fixe
e uns amigos fixes

dp vens cá a casa e eu faço gelado e dou-te uns cds k cá tenho teus..
e o meu cão vai deitar-te finalmente ao chão e eu vou rir-me e roncar e tu tb te vais rir pq eu vou roncar

e entretanto é verão e está calor e tu ficas a pensar na andreia e vai-te doer mas dp tu pensas k n podes desperdiçar a tua vida assim e dp continua a doer-te mas entretanto tu lembras-te que afinal temos pcs dias pra viver e há tanto mundo e tantos livros e tanta música e tanta coisa pra fazer k keres fazer como visitar o palácio de queluz cos amiguinhos ou ir visitar évora ou braga ou a guarda ou moçambique...

e vai-te doer mais um bocadinho
e mais um bocadinho
mas há-de vir um dia em k nem te lembras disso.. e vês k tens mais k fazer
e k a vida continua msm k n keiras... msm k n keiras, a vida continua... e ainda bem.


 
João: o mundo não cabe no caralhinho. Ainda bem que não cabe! :-)
A mítica troca é possível e não só é possível como é uma luz de esperança ao fundo do túnel para todos nós. Ou quase todos. Imagino que para ti não convenha ;-).

 
Hoje vou fazer disto o meu diário. Uma espécie de diário do tédio. Uma espécie de paradigma estilizado de um dia normal de férias.


O dia começa cedo. Mais ou menos às seis e meia. Acordo bruscamente como quem acorda de um pesadelo. Mas não é o caso. Acordo de um sonho demasiado bom para não acordar de seguida.

Alguns dos amiguinhos estão na garagem. Na minha garagem. Eu saio. Saio, só. Sem que no sonho haja motivos para isso. nunca há motivos nos sonhos. As coisas só acontecem, do nada e por nada. saio e subo as escadas. A Andreia sobe atrás de mim. Ela encosta-se e as mãos entrelaçam-se. E depois há um abraço.

Acordo de repente e fico nervoso e imóvel durante uns dez minutos. Depois disso dou duas ou três voltas na cama para dormir e não adormeço. Levanto-me e fico sentado na cama à procura de um disco. Tiro o de sebadoh que o Miguel me emprestou ontem. Ponho um disco do antónio carlos jobim. Emprestei ontem o Wave do Jobim (amo este disco quase como uma tarde de praia com os amigos) à Andreia, e quero ouvir AC Jobim. Quero qualquer coisa que me aproxime dela. E neste momento não há nada que sirva melhor, embora sirva muito pouco. Levanto-me e vou à janela do telhado. Abro-a e fico com o queixo apoiado nos braços cruzados por cima dela. Está mau tempo, está vento, nublado e sem perspectivas de melhorar. Onde está o bom tempo de ontem. Fecho a janela e volto a deitar-me. E adormeço. E sonho.

Estou deitado na cama, a dormitar, quando oiço o telemóvel a tocar uma nova mensagem. É da Andreia e diz coisas bonitas. Muito bonitas.

O sonho é tão real, porque estou na cama a dormitar, que fico surpreendido quando acordo depois disto. Eu sonhei que acordava com a mensagem. Enquanto sonhava lê-la pensava que estava acordado. Mas depois acordo realmente. Vou logo ver o telemóvel. Mas não tem nada. Algumas coisas só acontecem nos sonhos. Lembro-me da frase do Tom Waits: if i fall asleep in your arms, wake me up in my dreams.
Depois só volto a acordar às dez e meia. Ainda está a tocar o disco do jobim. Pu-lo em repeat. Só me levanto às onze. Não estou sozinho. A Mafalda está de férias e a minha mãe só trabalha à tarde. Tomo o pequeno almoço. O cerelac está a acabar, tenho que comprar mais. A minha mãe está na sala a fazer arraiolos e a ouvir rádio e fico a falar com ela. Na rádio dizem que o João Pinto não deve ser castigado por menos do que um ano nem por mais que três. Acho que podia bem ir arrumando as botas e limpando o cacifo. A minha mãe diz que o Vilar de Mouros começa hoje. Digo-lhe que é uma merda e que nunca foi bom. E então ela pergunta se nós já nos arranjámos. Arranjámos como? Sim, já te disse que não levas carro. Já estudaste uma alternativa? Há discussão, principalmente de argumentos. Os motivos são: em primeiro lugar os pneus do carro estão muito gastos e não estão em boas condições para fazer uma viagem grande; em segundo lugar os meus pais já vão estar em Portimão quando acabar o festival e não querem ter lá os dois carros e trazer os dois para cima. Os meus argumentos para levar carro são muitos e prendem-se sobretudo com as deslocações lá. Assim não há qualquer hipótese de não ficarmos no recinto do festival. Assim não há qualquer hipótese de não irmos para outra praia que não seja a zambujeira. Assim não há qualquer hipótese de irmos mais cedo e ficar noutro sítio antes de ir para lá. Comida, casas de banho, horas de sono etc... Mas nada. a minha mãe não se comove. E o meu pai também já manifestou a sua posição oficial. É definitivo. O assunto está morto. Agora só resta chorar sobre o cadáver. A alternativa que a minha mãe me dá é não ir. É o que me apetece. Vou ponderar seriamente essa possibilidade. E se fosse hoje que tivesse que decidir não tinha dúvidas. Fico sentado no sofá sem dizer nada durante algum tempo. Que se foda!!!
Volto para o quarto. Mando uma sms à madalena em forma de desabafo. Fecho a porta e ligo o amplificador. Tenho uma corda desafinada três meios tons. É propositado porque dá para tocar à la sonic youth. Ou qualquer coisa que eu entendo como uma vaga aproximação. Finalmente consegui uma distorção decente e já estou a usar esta equalização há duas semanas e qualquer coisa. Não me lembro de a ter mudado. Terá sido o namorado da minha prima quando esteve a tocar no fim de semana em que esteve a tocar? Se foi devia agradecer-lhe. Gosto desta afinação. Já pensei algumas vezes em comprar uma guitarra boa mas velha e barata para usar só com afinações maradas. Enquanto estou a tocar até me esqueço que estou fodido da vida.
Quando me canso deito-me em cima da cama ainda desfeita e fico a ler parágrafos soltos de livros que tenho no quarto. Os mais belos são estes:

E quando acordo, andam as colinas pelo meu silêncio, tremendo de brancura. Os peixes nadam por dentro dos peixes, os jacintos cheiram por dentro dos jacintos. Porque tudo é assim: a noite bate no ombro do tempo distraído, e ele volta-se, e é manhã. E, imutáveis, os amantes espantam-se entre si, como estátuas.
herberto helder

Queria dizer-te uma coisa que nunca te disse. Mas nunca vem a propósito. Quando ficas em silêncio muito tempo apetece-me quebrá-lo e dizer-te assim sem mais. Mas então sou eu que tenho medo. De não conseguir senão outra coisa, se bem que próxima, e te conduza inevitavelmente ao engano. Então digo-te uma coisa qualquer para avaliar do teu estado de espírito e chego à conclusão que ainda não é tempo. Por vezes creio que já te disse sem querer por outras palavras. Tu não ouviste ou não quiseste ouvir ou não achaste necessário prestar atenção, esforçares-te a responder. Quando for preciso vai ser tarde de mais. Sim, é isso, se calhar é isso. É uma coisa para te dizer depois, quando já não estiveres aqui ao meu lado para a ouvires. Uma coisa do tipo: quando me quiseres eu já não vou estar aqui para te querer.
pedro paixão

Ambos os textos extraordinariamente belos. O primeiro mais pela perfeição da disposição das palavras, uma mancha de palavras entrelaçadas em sentidos vários e indecisos. O outro mais pela ralação de proximidade com as emoções que traduz.
Depois, muito tempo depois, a Mafalda chama-me na sua habitual voz autoritária que me enerva. Irrita-me a mania que tem de achar que manda e tudo, inclusivamente em mim. O almoço estava mau, e eu não tinha fome. Mas disse que estava bom para não ter de haver grande conversa. Como o meu tio emigrante está cá com os dois filhos, tivemos companhia ao almoço. Companhia no pior sentido do termo. As minhas refeições estão transformadas, desde o início de julho, em touradas. Há gritaria todos os dias para que os putos consigam meter qualquer coisa à boca para ficarem a ruminar durante meia hora, sem que engulam aquela porcaria.

Por esta altura já ninguém deve estar a ler. Só fazem bem. Eu avisei que este texto teria elevada concentração de tédio.

À tarde estive a cortar os arbustos com uma tesoura afiada. A minha prima Sofia (ela anda naquela escola de benfica e vai ser jornalista, e vai trabalhar para a sic e tem orgulho) passou por ali perto. Eu não gosto dela. E hoje apeteceu-me odiá-la e odiei-a mesmo. Ela fingiu que não me viu e eu fingi que não a vi. Tão mais felizes que nós fomos!

Ignoro, vejo, esqueço herberto helder

Às quatro da tarde faço finalmente a cama. E deito-me nela e a vida às vezes é assim e não promete ser muito mais do que isto. Penso no exame Quinta feira. Penso na Andreia ter ido a hoje e eu não ter combinado nada com ela. Penso em nós os dois, sentados na areia, a olhar para a espuma da rebentação sobre a areia. Os dois em silêncio, como se estivesse-mos à espera de algo. Eu sei que estava. Mas não é o meu silêncio que me preocupa. É o dela. Estou duas ou três vezes para lhe mandar mensagem. Mas não mando. Sei que se ela não responder vai doer mais. considero a hipótese de ela vir finalmente para o messenger hoje. Mas duvido. Duvido mesmo que chegue a instalar algum dia o programa. sobretudo, inquieta-me a melhor forma de a abordar acerca dos golfinhos. Temo que os golfinhos desapareçam definitivamente do estuário do Sado antes que os vejamos.

E se a cobardia têm um preço, é este.

Há tarde escrevo esta página de diário que não interessará a ninguém, senão eu próprio. Um desabafo, incompleto, para tornar tudo mais suportável.

Continuo a ouvir António Carlos Jobim e continuo a sentir-me longe. mais longe do que apenas os quilómetros que separam Mafra e Setúbal. Mais longe que a distância a que se guardam os corpos estranhos.

As paredes do meu quarto começam a parecer claustrofóbicas. Vou enche-las de paisagens e olhar mais vezes pela janela e tentar ver que o mundo é maior.

Sérgio Miguel 12 de Julho 2002

quarta-feira, julho 10, 2002
 
... agora tanto faz. vou dar o mundo a quem?

 
este é o poema de 9 de julho que está no poemário:

Aos Amigos

Amo os amigos que são tristes com cinco dedos de cada lado.
Os amigos qu enlouquecem e estão sentados, fechando os olhos,
com os livros atrás a arder para a eternidade.

...
Herberto Helder

terça-feira, julho 09, 2002
 
Eu juro que queria escrever mas não consigo. Gosto que apareçam por aqui. Não é porque eu não escrevo que eu deixo de andar por aqui. Sim, acho que o prémio de pessoa mais blog do blog (não sei se é um prémio ou um cargo) vai ficar comigo por mais algum tempo. Com tudo o que isso implica.

 
A Sabedoria popular:

Watching friends playing in the dirt
Feeling hard but feeling hurt
By the sadness that wastes my time
It's a crime

Counting acts which I must add
To collect sad memories
From a past I'd soon forget
Swap or leave

There's got to be a better song to sing
Before I hang upon your shoulder
Telling the truth it may be bolder this time
There's got to be a better song to sing
That makes a lonely one less cold oh

segunda-feira, julho 08, 2002
 
Marta (sergio), não quero chorar
Mas teus olhos vertem a dor
De morrer para não matar


[ornatos violeta]

 
não é bom sinal. pus o Wild Is The Wind do David Bowie em repeat desde à uma hora e tal atrás.

Wild is the Wind
Love me, love me, love me, say you do
Let me fly away with you
For my love is like the wind, and wild is the wind
Wild is the wind
Give me more than one caress, satisfy this hungriness
Let the wind blow through your heart
For wild is the wind, wild is the wind

You touch me, I hear the sound of mandolins
You kiss me
With your kiss my life begins
You're spring to me, all things to me
Don't you know, you're life itself!

Like the leaf clings to the tree,
Oh, my darling, cling to me
For we're like creatures of the wind, and wild is the wind
Wild is the wind



Like the leaf clings to the tree,
Oh, my darling, cling to me
For we're like creatures in the wind, and wild is the wind

Wild is the wind


e apetece-me chorar e não consigo


 
Heldinho estás cá!

 
Ana: desculpa não ter telefonado mas é que este mês a minha conta telefónica foi outra vez astronómica. Espero que esteja tudo melhor contigo.

 
Madalena não consegui receber aquilo que a tua irmã mandou. vinha tudo escrito em grego. Não tenho aquela fonte.



 
Lamento ontem não ter ido ter com vocês (Sérgio e Madalena ao messenger). Estive no El Corte Inglés ... até às três da manhã. A fazer o quê se aquilo fecha às onze? A estória é longa. Eu acho-a divertida. A minhamãe e o meu pai não acharam. Resumidamente: perdemos a chave do carro lá dentro e por isso não podíamos voltar (pelo menos não no jipe). Depois de muitas peripécias e de quatro horas de busca, fiquei, ficámos todos, com uma cultura bastante superior sobre a segurança das grandes superfícies comerciais e encontrámos a chave. Bem, na realidade a heroína foi a minha mãe, também só os meus pais puderam tentar (só podia entrar um de cada vez com o segurança).
De facto contada assim estória assim não parece nada divertida, mas foi .

 
Sinto saudades vossas e da faculdade. De qualquer forma está a ser bom estar em casa.
Voltei a cozinhar, a tratar das minhas flores, a jogar uno com a minha irmã a seguir ao jantar, a ver televisão deitada no tapete da sala... Já tinha saudades disso. Tinha saudades da minha casa e dos meus pais e da minha irmã.

 
Agora que vos tenho não me consigo lembrar como era antes.

domingo, julho 07, 2002
 

 

 
paulo: passa para cá o lagostim!!

a capa do zap é o Kids.

eh eh eh

eu já sabia. aposto que tens essa capa no teu quarto porque o gajo tem é parecido e também tem um cabelo a Sid Vicious
tb tens um recorte dos Unkle e uma autocolante da virgin com, acho, o adore dos pumpkins. certo? e o mapa mundo que saiu no coleccionável para uma enciclopédia, no Público. uma tira do calvin. e o resto não se percebe. mas tb recorri à memória visual...

na porta do meu quarto só tenho uma série warohliana de cherry marilyns. 8 ao todo, não faz um quadrado perfeito.

porquê que agora ninguém cá vem???

 
gosto muito do texto puseste aqui madalena.

ana: isso é tudo? tão pouco...

hj a minha casa encheu-se de gente para a festa da minha irmã. não foi bom nem mau. conheci um visinho novo. têm 25 anos estuda informática de gestão e gosta dos U2. chama-se Paulo e é simpático. mora ao meu lado numa casa grande construida à um ano. é o meu vizinho novo. diz que não vem cá muitas vezes passar fin de semana com os pais dele pq isto é uma seca e não à nada para fazer...

cinco dias... e saudades.

segunda feiira é a última frequência

o país das maravilhas é possível...

a banda sonora da amélie toca no meu quarto e deixa-me com nostalgia do que nunca vivi

convidei a andreia para o messenger.

weber, simmel, mumford, halbwachs, wirth, fishman, gans, kingsley davis, ezra park, mackenzie and so on...

às vezes olho para o telemóvel

ás vezes tenho sms's novas

ás vezes gosto de as ler

ás vezes respondo coisas e depois fico a pensar nelas

sonic youth, dEUS, sunny day real estate, yann thiersen(é assim q se escreve?)

areia nos sapatos, areia na mochila, areia nos lençóis - areia da praia

dolphins in my dreams

ventania a toda a hora todos os dias, verão onde estás?

cortar a relva e rebolar-me nela e atiçar o oscar

como é que tencionam sobreviver às férias das tardes de ócio?

como tencionam resistir à distância multiplicada pelo tempo?



ana, não te quero assim! vou ter de te voltar a explicar que sou eu que mando?! : )

baygon para as melgas que me devoram durante a noite

liliana: boa viagem : ) divrte-te. desculpa ter-me esquecido. assim talveze não leve o 4 em linha...

gosto muito de vocês todos, amiguinhos cosmopandas! sem vocês isto era tudo muito triste

sem vcs isto era tudo muito nada

sem vcs...

...

.

sábado, julho 06, 2002
 
Eu gosto desta canção. E é tudo.

 
Badly Drawn Boy - Magic In The Air


We laughed so much the we cried all night
And you left your shoes in the tree with me
Ill wear them to your house tonight
Magic in the air tonight

Yes, I might just try her
How she made me feel
Today, today, today, feels right

We slept on leaves on my drive all night
And you gave me no restime
Nothing in this life for me tonight
But nothing ever seemed so bright

And if you should lose me
You will track me down again
Before the summer ends
Cause love is contagious, when it's alright
Love is alright

 
Ele estava a comer uma sandes com maionese e eu não tinha fome. Ele estava feliz e eu estava com raiva. Eu não tinha fome e observava-o a comer. Ele sujou o canto esquerdo da boca a comer. E eu fiquei a ve-lo assim sujo, sem dizer nada.
Passaram já muitos anos desde este episódio e o remorso mantem-se e consome-me por dentro.Devia tê-lo avisado que tinha maionese no canto da boca. Devia até te-lo limpo mas faltou-me a coragem. E se eu soubesse na altura a importância do momento e tivesse agido de outra forma e lhe tivesse dito que ele tinha o canto esquerdo sujo, e limpa-lo de seguida, podia ser que a intimidade descesse sobre nós, como um espírito, e tudo voltasse a ter aquela sensação de termos encontrado uma casa neste mundo quando sempre pensámos que isso seria impossível.


Marguerite Yourcenar



 
Esta é uma carta q o meu pai escreveu:



Exmº Senhor Presidente da Câmara Municipal de Mafra

Assunto: 500/camiões dia na Rua das Queimadas - Malveira


Num Concelho onde a qualidade de vida não é palavra vã, não percebemos a demora na solução deste pesadelo que por ignorância, incompetência, maldade ou corrupção nos caiu em cima.
Por amor de Deus, Senhor Presidente, faça qualquer coisa pois estamos a entrar em desespero, naquela zona em que os sistemas nervosos ficam alterados e nos apetece deixarmos de ser pessoas civilizadas e temos vontade de disparar em todas as direcções, fazer cortes de estradas, queimar pneus, com intervenção policial, dar espectáculo para a comunicação social.
Agradecemos que assuma pessoalmente este problema porquanto terá outros assuntos mais importantes e não deixe avolumar aqueles sentimentos que nós, de todo, repudiamos.

PS .... e o saneamento básico? ... e os passeios para deixarmos de ir para a valeta especialmente quando cruzam mal os camiões?... bom isso também seria qualidade de vida ... mas...


O meu pai mostrou a carta à minha mãe e ela achou q ele era neurótico. então ele fez um segunda versão da carta. descubram as diferenças:



Exmº Senhor Presidente da Câmara Municipal de Mafra

Assunto: 500/camiões dia na Rua das Queimadas - Malveira


Num Concelho onde a qualidade de vida não é palavra vã, não percebemos a demora na solução deste pesadelo que por ignorância, incompetência ou maldade nos caiu em cima.
Por favor, Senhor Presidente, faça qualquer coisa pois estamos a entrar em desespero, e apetece deixarmos de ser pessoas civilizadas e temos vontade de disparar em todas as direcções, fazer cortes de estradas, queimar pneus, com intervenção policial, dar espectáculo para a comunicação social.
Agradecemos que assuma pessoalmente este problema porquanto terá outros assuntos mais importantes e não deixe avolumar aqueles sentimentos que nós, de todo, repudiamos.

PS .... e o saneamento básico? ... e os passeios para deixarmos de ir para a valeta especialmente quando cruzam mal os camiões?... bom isso também seria qualidade de vida ... mas...

quinta-feira, julho 04, 2002
 
eu tb queria a valer tirar fotografias do meu quarto para por no blog! as tua foto da porta (com o horário do 11º ano) está mesmo fixe.

quarta-feira, julho 03, 2002
 
perdi tudo o que tinha escrito. por isso esta é uma segunda tentativa.

estou cansado. da escola. não costumo ficar cansado, mas desta vez estou a ficar. tenho dormido pouco e tenho estado até tarde a fazer trabalhos e fichas de leitura. amanhã vou ter 1 freq e na segunda outra. e depois acaba-se. quero muito que a escola acabe. mesmo que haja outras coisas em jogo e o final da escola traga coisas menos boas. e também não tenho andado muito bem da minha problemática barriga. mas acho que isso também é por causa dos apertos da faculdade.
ontem estive no hospital. fui só para marcar consulta (que já devia ter marcado lo9o a se9uir a ter estado internado), mas acabei por ser consultado. a minha médica diz que eu vou ter de fazer outra colonoscopia, de preferência este mês, antes do sudoeste. ela perguntou logo então quando é que vais para o festival?
gosto muito da minha médica (é a Dra Lurdes). e eu não sei o que é que eu fiz para ter tratamento especial, mas ela está sempre a dizer que eu sou um dos mimados da casa. eu acho que ela tem um grande carinho pelos dontes de Crohn, mas não percebo bem porquê.
ninguém tem vindo muito aqui ultimamente. ana, então? até tu, a pessoa mais blog do blog... o quarto está feito à tua medida : )
eu não tenho escrito muito aqui porque, e vcs sabem, as minhas preocupações neste momento não são muito variadas e por isso o que eu porderia escrever aqui tornar-se-ia um pouco repetitivo. : )
mas eu vou voltar para escrever sobre as compras coma minha mãe no intermarché ou no modelo mais próximo. aliás, a minha mãe jáme prometeu que depois da escola acabar me vai reservar um dia inteiro para ir comprar roupa. brrrrrr : (

agora vou estudar Antropologia enquanto o Gu acaba o seu trabalho do SPSSucks.

bye

- posted by sergio miguel @ 11:26 da manhã
 
there's no other way

- posted by sergio miguel @ 10:51 da manhã
terça-feira, julho 02, 2002
 
Tenho esta carta que São Paulo escreveu aos Coríntios posto ao lado do espelho do meu quarto. Mas às vezes esqueço-me dela. É pena.

- posted by Madalena @ 9:55 da tarde
 
sérgio, tu ensinas.

O amor paciente, repleto de bondade,
o amor que desconhece a inveja e não ostenta orgulho,
o amor sem vaidade, que descura o próprio interesse,
e não se irrita e não suspeita mal,
o amor que não colhe alegria da injustiça, mas alegra-se com a verdade;
tudo desculpa, tudo crê, tudo espera, tudo suporta.

São Paulo, século I



- posted by Madalena @ 9:52 da tarde

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