{Ninguém é herói para o seu criado de quarto}
sábado, agosto 31, 2002
 
Houve uma tribo em África q só soube agora do atentado de 11 de Setembro. Os membros dessa tribo, a tribo Masai, tiveram muita pena dos americanos e pensaram em fazer qualquer coisa para os ajudar.
Então levaram 12 vacas até à embaixada dos Estados Unidos pra mandarem pra Nova Iorque.

sexta-feira, agosto 30, 2002
 
isso é mto bom. tenho que gravar isso dps. boas noticias portanto.

we'd trust in sunny day real estate to wash away the pain from the world
To shine like stars trough storms and clouds and rain


helder, tenho uma pergunta séria a fazer-te:

Porquê que tu não tocas guitarra? (Sempre foi uma coisa que me intrigou e te quis perguntar mas nunca me lembrava qndo estavacontigo.) é que o teu amor às guitarras é uma coisa óbvia.

 
hoje não fui levar uma injecção de vitamina B12 e não fui à praia. na ordem que melhor vos parecer.

quinta-feira, agosto 29, 2002
 
hoje não levei uma injecção de vitamina B12 e fui à praia. em ordem aleatória.

quarta-feira, agosto 28, 2002
 
hoje levei uma injecção de vitamina B12 e fui à praia. mas na ordem inversa.

terça-feira, agosto 27, 2002
 
I don't care if monday is blue
tuesday's grey and wednesday too
thursday I don't care about you
It's friday I'm in love

 
o sérgio diz que vai deixar de ser mariquinhas pq já n há cu!!!

 
mas o sérgio vai deixar-se de mariquices... o que me faz lembrar o meu psicólogo... esse, sempre que simulava uma consulta dele, era ele a dizer aos «doentes»:
-Eh pah! Deixa-te lá de merdas, pah! Deixa-te lá de merdas!

 
o sérgio diz coisas tão bonitas, não diz?

 
hj n pude ir à praia por causa dos electrodos.
este exame ao coração é mta giro, as pessoas olham pra mim e pensam k devo ter alguma deficiência e têm pena de mim.

como n fui à praia, fui ter c a ani. ela acabou o curso de jornalismo na Escola Superior de Comunicação Social e tá preocupada por causa do emprego.
a ani é a rainha do bom senso e tem um cão horroroso. mas eu nunca lhe disse isso: nem k ela era a rainha do bom senso nem k o cão dela era horroroso.
ela tem sempre conversas cheias de bom senso e hj apetecia-me ter bom senso.

 
odeio o bush. ODEIO-O
eu acho que o conseguia matar. mesmo.
com as minhas próprias mãos.

 
ana: esse poema é bué!

segunda-feira, agosto 26, 2002
 
Viram as notícias da casa ocupada da Praça de Espanha? Vai ser demolida :-(
É que eu nunca vi o Gustavo nem o João a tocar lá...

 
É mais assim:


Possibilidades

Prefiro Cinema.
Prefiro os gatos.
Prefiro os as gaivotas na margem do Tejo.
Prefiro Alexandre O'Neill a todos os outros (isto, por hoje).
Prefiro-me gostando dos homens
em vez de estar amando a humanidade.
Prefiro ter uma garrafa preparada com àgua.
Prefiro a cor branca.
Prefiro afirmar
que alguém é culpado de tudo (se bem que não saiba bem quem).
Prefiro as regularidades e algumas excepções.
Prefiro sair mais cedo.
Prefiro conversar com os médicos sobre outra coisa.
Prefiro as velhas ilustrações listradas.
Prefiro o ridículo de não escrever poemas
ao ridículo de os escrever.
No amor prefiro os aniversários não redondos
por serem comemorados cada dia.
Prefiro os moralistas ,
que não prometem nada.
Prefiro a bondade esperta à bondade ingénua demais.
Prefiro a terra à paisana.
Prefiro os países conquistados aos países conquistadores.
Prefiro ter objecções.
Prefiro o inferno do caos ao inferno da ordem.
Prefiro os contos de fadas de Grim às manchetes dos jornais.
Prefiro as folhas sem flores às flores sem folhas.
Prefiro os cães com o rabo não cortado.
Prefiro os olhos claros porque os tenho escuros.
Prefiro as gavetas
Prefiro muitas coisas que aqui não disse,
a outras tantas não mencionadas aqui
Prefiro os zeros à solta
a tê-los numa fila junto ao algarismo.
Prefiro o tempo do insecto ao tempo das estrelas
Prefiro isolar.
Prefiro não perguntar quanto tempo ainda e quando
Prefiro levar em consideração até a possibilidade
do ser ter a sua razão.


Ana Almeida

 
Possibilidades

Prefiro Cinema.
Prefiro os gatos.
Prefiro os carvalhos na margem do Warta.
Prefiro Dickens a Dostoievski.
Prefiro-me gostando dos homens
em vez de estar amando a humanidade.
Prefiro ter uma agulha preparada com a linha.
Prefiro a cor verde.
Prefiro não afirmar
que a razão é culpada de tudo.
Prefiro as excepções.
Prefiro sair mais cedo.
Prefiro conversar com os médicos sobre outra coisa.
Prefiro as velhas ilustrações listradas.
Prefiro o ridículo de escrever poemas
ao ridículo de não os escrever.
No amor prefiro os aniversários não redondos
por serem comemorados cada dia.
Prefiro os moralistas ,
que não prometem nada.
Prefiro a bondade esperta à bondade ingénua demais.
Prefiro a terra à paisana.
Prefiro os países conquistados aos países conquistadores.
Prefiro ter objecções.
Prefiro o inferno do caos ao inferno da ordem.
Prefiro os contos de fadas de Grim às manchetes dos jornais.
Prefiro as folhas sem flores às flores sem folhas.
Prefiro os cães com o rabo não cortado.
Prefiro os olhos claros porque os tenho escuros.
Prefiro as gavetas
Prefiro muitas coisas que aqui não disse,
a outras tantas não mencionadas aqui
Prefiro os zeros à solta
a tê-los numa fila junto ao algarismo.
Prefiro o tempo do insecto ao tempo das estrelas
Prefiro isolar.
Prefiro não perguntar quanto tempo ainda e quando
Prefiro levar em consideração até a possibilidade
do ser ter a sua razão.


Wislawa Szymborska


Encontrei isto na Rosa do Mundo mas concordo com quase tudo.

domingo, agosto 25, 2002
 
havia outra personagem que bebia café frio de manhã.

eu adoro café frio com limão de manhã.


 
ha pousada da juventude em serpa????

 

gosto muito da minha varanda. e hj estava na minha varanda e comecei a pensar que gostava mesmo de ter lãs de muitas cores pra fazer uma manta de muitas cores. comecei a pensar no feitio e em desfaze-la pra não chegar ao fim. pensei como eu tinha esta mania estupida de desfazer as coisas pra elas não chegarem ao fim.
só depois percebi que não era eu quem fazia isso mas uma personagem de um livro que eu li há uns anos. ou seja: confundi a minha pessoa com uma personagem e ainda demorei algum tempo a perceber isso.


sábado, agosto 24, 2002
 
Então tu olhaste.
Depois sorriste.
Disseste: "ainda bem que voltaste."


É assim que acaba a canção, Lena. Tu sabes. A meu ver acaba bem.
Temos de perdoar aos que não sabem o que fazem (neste caso, o que dizem).

 
Onde andam todos?

 
Atão pessoal? Vamos a Serpa em Setembro? Ao Doc's Kingdom (o tal festival de Cinema Documental)? Marquem nas agendinhas, 17 a 21 de Setembro em (Deus brincando) Serpa. O Sérgio está entusiasmado e eu também, mas ainda não sei se posso. O que é que acham?

sexta-feira, agosto 23, 2002
 
Madalena: não me queres ligar para casa para conversarmos? Acho que a FCSH aka fac está fechada em Agosto, ou não?

 
[play the piano drunk like a percussion instrument until the fingers begin to bleed a bit]

C. Bukowsky

quarta-feira, agosto 21, 2002
 

...Até que te vi num castelo de areia.
Cantavas:
-Sou gaivota e fui sereia!

Ri-me de ti:
-Então porque não voas?

Então tu olhaste, depois sorriste.
abriste a janela e voaste
.

Sergio Cosmopanda Godinho


é o que dá rirmo-nos das pessoas que dizem que sabem voar.

segunda-feira, agosto 19, 2002
 
joão: és um cabrão! odeio-te e invejo a tua rock n' roll life! ;-)

 
A Andreia telefonou-me a dizer que não podia estar comigo amanha pq teve uns problemazitos.

domingo, agosto 18, 2002
 
A vida são 3 dias e o Sudoeste são 4.

Pelo menos, era isso que prometia a publicidade. No total, não foi como eu estava à espera. Não foi como o ano passado. Não foi melhor nem pior por isso. O cartaz prometia ser melhor do que de facto era, isso eu achei. As alterações foram poucas (tirando a tão noticiada saga Sigur Rós--> Primal Scream--> Rinocerôse e a falta do Cornelius) e ainda assim fiquei ligeiramente decepcionada. O cartaz do ano passado prometia menos e cumpriu mais. Sim é isso. Tinha dias mais equilibrados. Não era desmesuradamente bom, mas era muito mais equilibrado. O ano passado tive óptimas surpresas com fracas expectativas (Elbow, Goldfrapp ou zero7, por exemplo) e acho que este ano também estava à espera delas. No entanto, não fora “A Banda”, eu teria sentido que aquilo era (detesto a expressão), muita parra e pouca uva. Teria sentido que tinha ido ao engano. Não concordam? Aquilo prometia mais, parecia mais aliciante.
Este ano não tive grandes surpresas: aquilo que esperava que fosse bom foi de facto muito bom. Tudo o resto foi muito irrelevante. Demasiado. Passei demasiado tempo à espera de que algo acontecesse. Muitos concertos muito mornos, muito chatos, muito dance, muito pós-modernos. Ainda assim, o balanço é positivo porque os bons foram muito bons.

Os bons:
- Beta Band (o som estava péssimo, no entanto. Isso prejudicou-os);
- BMRC;
- The Cure (sim, foi muito especial).

Onde diz bons leia-se muito bons.


Os maus:
(os irrelevantes ou fracos):

- Air (uma banda que eu gosto e que estava a ver pela 2a vez a dar um concerto ainda mais fraco que o do coliseu e que me fez questionar-me, acho que foi isso que estive a fazer desde que o concerto começou “mas afinal o que é que eu gosto nisto?”);
- Blasted Mechanism (sei lá, gostei do Love Boat porque me parecia uma private joke, mais nada. E isso valeu tudo. É pouco? Talvez. Mas, não foram vilões. Porquê? Não me chatearam tanto como os outros, mas também não puxaram tanto como os outros, as pessoas pareciam divertidas, pareceu-me festivaleiro e no lugar certo, ficaram com as amnistias que os Rinocerôse ou os TC não tiveram. As expectativas eram tão baixas, também. Além disso, isto não é uma tabela com estrelinhas é o meu rescaldo do festival. Não tenho absolutamente nenhuma pretensão de objectividade, nem do contrário. Não é uma justificação é um comentário. Por isso eu sou déspota e se o critério é decidido por mim, estes chatearam-me menos do que os outros. E já falei demais.);
- The Electric Soft Parade. Aqui sim, tinha algumas expectativas. A propósito, sabiam que eles são dois? ;-) Pois é. São. Mais dois músicos de apoio. Por mim até podiam ser só um. É que eles são irmãos mas o talento ficou mal distribuído. O segundo mano (primeiro na bateria) tinha mais estilo, mais andamento, mais talento e fez com que aquilo aquecesse um bocadinho mais. Eu nem desgostei (a minha simpatia pelo género não é alheia a isso – uma das canções soava tal e qual o Coffe&Tv dos Blur), mas de uma maneira geral acho que não foi um grande concerto. E depois a cover da Kylie Minogue ter sido o ponto alto, quero dizer, não é propriamente uma virtude, pois não?
O público não ajudou nada. Estava a aquecer para os Muse e não tinha muita paciência. Não sei se é justo colocá-los nesta categoria (maus) mas a verdade é tão simples quanto isto: foram piores do que estava à espera. Eu pensava que iam ser os meus Elbow deste ano e não foram.


E os vilões:(os que me incomodaram):

- Rinocerôse (muito pós moderno e eu também não sou pós moderna, só sei falar no assunto;)
- Thievery Corporation;
- Peter Murphy (disseram-me que melhorou, eu não conhecia bem e não me cativou o suficiente, vi metade, o sono ganhou);
- Muse (uma grande decepção, eu não gosto deles mas tinha deixado a mentalidade aberta – dizem que assim funciona melhor- para os ver ao vivo e lhes dar o benefício da dúvida que acabaram por não merecer. Acho que vão de cavalo para burro e achei todo o concerto insuflado e pretensioso o que não me deixou ver mais nada. A pior decepção de todas, a seguira aos ESP)

Os que não vi: André Indiana, Charlie Brown Jr, Suede (oops, perdão, Plástica), Chemical Brohters, Rodrigo Leão e metade de Peter Murphy (vencida pelo cansaço)


A Razão de tudo: A BANDA (10 milhões de estrelinhas para eles)
Um momento cheio de Graça. Mas Graça mesmo. Genuína. Com “G” maiúsculo. Não só um bom concerto com muita piada. Uma coisa especial. Muito encantador. Tocaram muita coisa que não estava à espera. Não tocaram muita coisa que estava à espera. E ainda assim, não teve a mínima importância. Um momento encantador. E saber que nada daquilo foi fortuito, ou um acaso. E vê-los ali. Tão perto. Demorou muito tempo a acreditar que era verdade. Ainda não sei se foi bem verdade. Mas deve ter sido porque me lembro de tudo muito bem.
Tive a mente, a alma, a cabeça e o corpo cheios de música. De toda a música que precisava. Cantei baixinho o concerto inteiro. Dancei muito. Involuntariamente.
Cheguei a pensar como é que seria ser uma daquelas pessoas que nunca tinham ouvido falar na “Bela e no Sebastião” e que de repente estivessem ali a assistir aquilo e acho que ainda assim fazia muito sentido. Uma festa o tempo inteiro. Do início ao fim.
Não ouvi quase mais nada no minidisc depois do concerto – tinha levado praticamente tudo gravado. Foi um momento tão feliz. Feliz do início ao fim. Sentia-me como se os meus pés não tocassem no chão. Dei um directo à Cristina durante a “if you’re feeling sinister” porque essa é a canção da nossa querida “hopeless unbeliever”, mas não houve um momento em especial porque foi assim intenso do início ao fim.
Ao fim os meus pés mal tocavam no chão. Isto está bastante mariquinhas, não é? Eu gosto assim.



E ainda:

Os Black Rebel Motorcicle Club foram uns senhores. Se lá tivesses estado tinhas ficado tão orgulhoso, Heldinho. Obrigado pelas várias mensagens com a música destes senhores na caixa postal d’“O Meu Pako”. Foram os melhores duma noite fraquita. Metidos entre os aborrecidíssimos Thievery Corporation – Portugal, tugal, tugal , tugal/ come on on on on on/ it’s the Thievery Corporation, poration , poration- os Air - (vou vender os meus álbuns dos Air - talvez esteja a exagerar mas o concerto foi CHATO!!!!!) e os Chemical Brothers que não cheguei a ver.
É um dos discos que mais tenho ouvido desde que regressei a casa. De facto, foi o primeiro que ouvi. Obrigado por me teres mostrado isto, obrigado pelo disco. Estás orgulhoso?
Mesmo que não estejas eu estou. Ganharam a noite, ou no mínimo fizeram-me ganhar a minha noite. Depois do Rodrigo Leão (só apanhei o fim) e dos Thievery Corporation (se os primeiros 15 minutos foram chatos, os restantes foram incomodativos, o novo álbum deve ser uma bela merda) chegou a vez das guitarras (e da malta do cabelo em desalinho).
Foram à escola do Rock e estudaram bem a lição. A pose estava perfeita. O baixista tinha uns tiques fenomenais. Tocaram 45 minutos mais ou menos (talvez menos) passando em revista quase todo o álbum. Como tu gostas, chegaram, “disseram o que tinham a dizer e partiram”. Sem palminhas, nem encores, nem “Portugal we love you”s, nem “Thank You”s excessivos. Curto e grosso. Tive tanta pena que não estivesses ali. 3 meninos e muito, muito barulho, muita energia no palco Sagres.
Do lado de cá, em terceira ou quarta fila, eu e o Sérgio assistíamos meio embasbacados a tudo, no meio de um público muito frio, demasiado frio, teimosamente frio que a prestação deles não merecia. Eu achei que esta banda naquele alinhamento era uma crueldade. Um gajo ao nosso lado (eu e o Sérgio estávamos bem à frente e nem sequer foi difícil) gritou a meio do concerto: “Vão-se embora! Queremos dançar! Thievery Corporation!!!!!!!!!!!!!!!”. Não são precisos grandes comentários pois não? Depois do concerto, lembro-me de conversar com o Sérgio acerca da reticência do público que parecia não estar para aí virado. Depois de ter visto ao vivo os BRMC é oficial e confirma-se Helder: o Rock está vivo; As pessoas, essas, estão mortas. E quanto a isso... Batatas :-(



Fazer a festa, lançar os foguetes e... apanhar as canas.

Se o ano passado foi Elbow, The Bends e Pão com queijo este ano nada é tão simples.
Podia dizer Belle&Sebastian, Tigermilk e iogurtes Yop de Morango (uma banda, um album e um laticínio) mas foi muito mais que isso. Ou a memória está mais fresca. Sobre o anterior só escrevi muito depois de se ter passado e de ser só uma memória doce e baça, com poucos contornos, como o foram os dias do ano passado, como o são os dias de férias, como são sempre os dias na Zambujeira do Mar e sobretudo como o são as noites do Festival.
Se o último Sudoeste se fez com carro e sem tenda, a dormir na praia ou num descampado qualquer onde calhasse, se o ano passado tínhamos os canais e a beira da estrada, se me lembro sobretudo do movimento rápido, contínuo do carro e do Cândido a dizer “põe o The Bends” este ano as memórias são diferentes. Muito diferentes? Não sei. Mas a vida às vezes parece mover-se em círculos e não sei se alguma vez vou começar a misturar tudo na minha cabeça.
Uma felicidade suprema, inexplicável por ver A Banda. A primeira noite atingiu um pico que tornou quase todo o resto uma descendente. O ano passado o fim foi dos Flaming Lips (eu lembro-me muito bem de tudo e de ter gostado tanto do concerto e de estar feliz e feliz por acabar assim)e depois partimos à noite, de repente e sem muito tempo para despedidas e muito cansados e de carro.
Pergunto-me, se houver próximo ano se vamos tentar a variante carro+tenda, ou a sem tenda+sem carro (ainda mais punk rock do que no ano passado), uma vez que já experimentámos carro+ sem tenda e sem carro+ tenda. Pergunto-me se vai haver próximo ano. Pergunto-me se lá estaremos todos nós. Todos os amiguinhos...


“I always cry at endings...”

Os amiguinhos... Viemos embora todos separados no autocarro porque não haviam lugares juntos. E o Sérgio que ficou para trás à espera de um autocarro para outro lugar. A partida foi dolorosa e vim embora preocupada. Soube depois que tinha razões para isso. Lembro-me do fim do concerto dos Cure. Lembro-me da última noite, da terapia de grupo a três. De adormecer entretanto. De acordar. De arrumar as tralhas e as tendas. Da última vez que olhei para aquele local minúsculo, já sem a tenda, que nos serviu de casa por uns dias. Lembro-me que o céu estava encoberto ou talvez fosse muito cedo e o Sol estivesse ainda por nascer ou talvez por eu também me sentir assim, cinzenta, ou talvez fosse mesmo assim, um dia cinzento de partida, para doer mais. Lembro-me do autocarro às seis da manhã até à Zambujeira. De o Sérgio me perguntar se estava triste. De lhe mentir e dizer que não. Foi a última trajectória do recinto à Zambujeira, os últimos minutos antes de ir cada um para seu lado. Isso deixa-me inevitavelmente triste. O percurso pareceu maior do que qualquer uma das outras vezes.
O Sudoeste do ano passado pode nem ter sido assim tão maravilhoso mas acho que é característica daquele local e de tudo o que lá acontece, deixar esta sensação de dormência quando chega ao fim. Como se tudo não tivesse passado, não digo de um sonho, mas de uma ilusão. Talvez por isso, o regresso à vida e à rotina seja tão doloroso. É só aí que podemos olhar para trás e apanhar o pouco que ficou.
Ficou alguma coisa... Alguns concertos que valeram todos os outros. Os Belle & Sebastian. E os Belle & Sebastian. E os Belle & Sebastian. Muito pó.
E as coisas soltas... O sol a pôr-se no recinto. O caminho que percorríamos até ao palco quase sempre a essa hora. Um dirigível da Sagres que quando estava iluminado me enganava sempre porque reflectia uma luz parecida à luz da Lua (que este ano não apareceu).As dezenas de vezes que sentia a Lua a brilhar por cima do meu ombro e me virava e era engano (o ano passado houve Lua Cheia). Uma aposta perdida com o Cândido. E nunca aprender o caminho da tenda. E perder-me. E perder-me outra vez. E outra vez. E só aprender quando já estava a terminar. E o Nuno Gomes no Benfica, anunciado no palco principal e com mais palmas que o Peter Murphy. E o pequeno almoço gigante. E aqueles martelinhos irritantes da Dan Cake. E das batalhas que tive com o Cãodinho a usá-los. E a descoberta de que o martelo tinha um apito incorporado (todo e qualquer bom martelo tem um apito, declarou o Cândido, como se fosse um aforismo). E o rio de fungos no chuveiro. E a água fria. E saber-me bem o banho frio e tardio. E as sopas em tigelas de plástico. E a imagem das casas de banho que a minha memória selectiva fez por apagar. E um gafanhoto que vivia na tenda que eu partilhava com o Cãodinho. E o frio à noite. E um escaldão imenso (pa-pa-pa-pa, who loves the sun? Pois é, nem toda a gente). E um calor cruel de dia. E ter muita vontade que estivéssemos todos ali. E algum cansaço. Até muito. E muito pó.
E mais pó: na roupa, nos ténis, nos pés, no corpo, na cabeça... Entranhado.
Muito pó na cabeça a precisar de assentar.

sábado, agosto 17, 2002
 
Mandaram-me isto para o meu hotmail. Por entre 84 pérolas de junkmail, encontro ainda mais esta que é digna de registo. Por favor digam-me que isto também vos acontece. Digam...

Oi SOU CLARISSE, UNS 82 ANOS CLAIRVOYANT Italiana VELHO DE
MULHER E ASTROLOGIST, PARA MAIS ENTÃO 40 ANOS, eu AJUDEI AS
PESSOAS SE TEMPO CHEGOU VOCÊ MUDAR SEUA VIDA INTEIRA INTEIRA,
OU TEM RESPOSTAS A O QUE VOCÊ PROCURAR, POR FAVOR VISITA MEU
LOCAL DE TEIA E TEM SEUA SOLUÇÃO À MÃO.

http://www.astroservice.it/clarisse

by clarisse




Sem comentários...

 
Fui mordida por uma cadela. A cadela é da minha prima e eu gostava muito dela. Virou-se a mim sem razão aparente. Deixou-me confusa e magoada.
Magoada no braço e, porque não, na alma. Não estava à espera.
As dores doem que se fartam, passe a redundância. Desta vez a primazia é da dor física que me impede de escrever porque o braço inchou um bocadinho.

sexta-feira, agosto 16, 2002
 
UH? Estou de volta?
É isso que se diz? É assim?
(Quase) tudo na mesma. A pele ligeiramente mais escura. O cabelo ligeiramente mais claro.
É o Sol e o calor e as férias.
Estou em Paz :)

quarta-feira, agosto 14, 2002
 
as ferias e o verão são duas coisas boas. e quando se juntam ainda é melhor.

terça-feira, agosto 13, 2002
 
n sei se vcs alguma vez jogaram ao jogo da confiança. é assim: está uma pessoa atrás de vcs e se vcs tiverem confiança nela deixam-se cair pq sabem q ela vos vai agarrar.

experimentem estar de olhos fechados, de pé, na rua com alguém q tenham confiança e deixem-se cair. há primeiro o momento de hesitação, será que vou cair, será que ele/ela vai deixar-me cair na brincadeira, será que me vou magoar qd cair,.. . depois o mergulho de fé. e deixamo-nos cair. e nos breves momentos em que estamos a cair... nem sei explicar... acho q é difícil acreditar até ao fim. mas qd somos agarrados... o sentimento de confiança de q não nos deixam cair, q nos pegam ao colo qd estamos quase a cair no chão... é no mínimo reconfortante.

«a fé não é uma ilusão consoladora, é ter deus como futuro absoluto.» e se deus é amor e é o futuro... tá-se bem!

amo-vos amiguinhos e estou com muitas saudades vossas.

 
Taizé é muito especial. Não sei mesmo o que dizer. Já sabia que tinha trazido muito de lá mas agora ao voltar à "vida normal" sinto que trouxe muito mais do que pensava.
Taizé dá (deu-me) uma espécie de clarividência que não quero mesmo que fuja de mim. Acho que é disso que tenho medo (madalena) de perder a certeza e a confiança.

 
"... pronto ...pronto...pronto. Está quaseeee... NÃO! Merda..."
Eram estas as palavras da dentista (brasileira) 20 minutos antes de completar a extracção do meu dente do ciso superior esquerdo (dente 28). Quando terminou disse que há anos que se lembrava de fazer tanta força para arrancar umdente.
O meu dente estava perfeitamente são e como se não bastasse tinha quatro raizes em vez de três. Uma vez mais fiquei com a boca destroçada. Desta vez mordi-me na parte exterior envolvente ao lábio. Não está bonito de se ver. :o(

segunda-feira, agosto 12, 2002
 
Sérgio, és uma pessoa linda...

 
[LOVESONG | the cure]

whenever I'm alone with you you make me feel
like i am home again whenever i'm alone with
you you make me feel like i am whole again
whenever i'm alone with you you make me feel
like i am young again whenever i'm alone with
you you make me feel like i am fun again
however far away i will always love you however
long i stay i will always love you whatever
words i say i will always love you i will always
love you
whenever i'm alone with you you make me feel
like i am free again whenever i'm alone with
you you make me feel like i am clean again
however far away i will always love you however
long i stay i will always love you whatever
words i say i will always love you i will always
love you

domingo, agosto 11, 2002
 
...and i know we have to go | i realize we always have to go back to real lives | but real lives are the reason why we stay | for another dream | another day | for another world | another way | for another way...

[the cure]

...fico feliz de te saber melhor. O SW parece q foi há tto tempo e o Cure, um sonho. Sim  a vida hj é leve e o verão é doçe. Nunca te esqueças.

[ana 06.08.2002 21:48]



passou já uma semana.
Desde a hora do inicio do concerto dos Muse até à hora em que apanhei o desejado expresso para Portimão. Talvez as horas mais estranhas da minha vida. Andar de mão dada com a Andreia, abraçar a Andreia, querer muito dizer tudo, correr à procura da Andreia.

Uma semana depois, não se torna tudo mto mais claro. Pelo meio fica um concerto dos The Cure que eu nunca mais vou esquecer e que será sempre um dos concertos da minha vida. Ana, eu sei que não foi só culpa dos Cure, mas eles tem metade da culpa pelo menos. Comprei o Bloodflowers logo que fui a uma loja de discos em Portimão. Eu nem conhecia os Cure, excepto os singles que toda a gente conhece e eram até uma banda que eu desprezava. A outra metade da culpa é repartida entre mim e a Andreia.

O sudoeste foi, de certa, forma uma desilusão sob várias perspectivas. Musicalmente foi o pior festival a que fui (é certo que até agora tinham sido todos muito bons). E as amigas da Sofia não se revelaram grandes companheiras de festival e eu nem sequer gostei muito delas. Duma nem sequer cheguei a saber o nome. E se eu tinha planos para resolver a minha vida, que tinha, eles saíram completamente frustrados. As oportunidades foram poucas, muito poucas. E quando surgiram fui eu quem as deixou passar. O que já não é novo.
Mas a última noite mudou tudo. Os Cure mudaram tudo. Os cure valeram os quatro dias de campismo atribulado, de duches frios às 8h, de casas de banho nojentas, de refeições que não deveriam ter este nome, de frio (a camisola às riscas azuis de lã foi das melhores coisas que me aconteceram no festival), de gafanhotos e aranhas e melgas dentro da tenda, de freaks do djambé as noites inteiras e das caras rabugentas que a Andreia faz quando está com sono, como se eu tivesse a culpa.
Os Cure valeram tudo. Ou apenas metade.

Sim. foi só metade.

Porquê mentir. Porquê disfarçar ou desvalorizar? Sim, a Andreia e eu abraçámo-nos e isso foi muito importante para mim. Era uma coisa que eu desejava há muito tempo. Eu sei que lho pedi. Eu até acho que não era justo ela não me abraçar depois de tudo. Não é que ela me deva alguma coisa. Se fizermos as contas bem feitas, até agora fui em quem ganhou mais, ao contrário do que vocês dizem.
Como é que foi o abraço? Perguntou o Gu. Sei lá. Foi um abraço abraço. Foi só um abraço. Foi bom. Eu também abracei muito poucas pessoas na minha vida. Gosto de abraços mas tenho medo de estranhar os corpos, o que normalmente acontece. Mas com a Andreia, é diferente. O corpo da Andreia é como se o conhecesse desde sempre.
Ela, sentada no chão durante o concerto dos Cure e eu a sentar-me tb para acabar com isto tudo de uma vez, para lhe dizer que já não aguento, para lhe dizer, como se ela não soubesse, que gosto muito mais dela do que seria saudável. E eu, sentado sem conseguir dizer nada e ela a olhar para mim e eu a olhar para o chão e depois eu não ser capaz de mais do que lhe pedir um abraço.
E depois do concerto dos Muse ela deu-me a mão para não nos perder-mos e eu tentei convencer-me a mim mesmo que isso não significava nada. e talvez não tenha significado. Mas isso não me é indiferente.

E depois de Cure acabar.

Enquanto andava a procurá-la um tipo ofereceu-me pastilhas ao pé da tenda do techno-fatela e eu já não me lembro do que lhe disse mas de ter pensado que já não era preciso. Mas é claro que não a encontrei e fui para a tenda. Corri três tendas na mesma noite e acabei na minha a dormir vestido e cheio de frio à espera das seis da manhã para desmontar a tenda e partir para a Zambujeira com companhia para ficar sozinho á espera do Expresso para Portimão.

Desmontámos as tendas num instante. Ninguém disse quase nada. eu acho que estava triste. O dia amanheceu cinzentíssimo e com muito nevoeiro. Havia montanhas de lixo em todos os cantos. Eu sentia-me mais sujo do que estava, embora estivesse mesmo sujo. Estava a ficar constipado e do eu nariz saia qualquer coisa que mais se parecia com alcatrão. E enquanto saíamos do recinto parecia que estávamos a abandonar um cenário pós apocalíptico. No autocarro para a Zambujeira continuou toda a gente (era-mos só 4) sem dizer nada, excepto eu que ainda tentei fazer uma piada sobre os meus planos de despojamento para o próximo festival. Mas ninguém estava com vontade de rir. nem eu. Desejei que o Candido a Ana e a Andreia não apanhassem o expresso para Lisboa nunca. Coisa que aconteceu mesmo. Ainda por cima meia hora antes do previsto. Só me lembro de ter dito a Andreia que queria estar com ela quando voltasse de férias. E depois o autocarro partiu e eu fiquei. Desde as 7.30 até às 11.20. deitado no chão. Ainda não havia ninguém. Às 9.30 começou a fazer sol e eu resolvi ir comprar o jornal carregado de sacos e tenda e tristeza e descer a rua principal da zambujeira aquela hora lembrou-me do festival do ano passado em que dormimos na praia. E depois fui ver o mar. e quando vi a praia comecei a chorar no meio da rua e não me conseguia controlar. E depois fiquei deitado num banco encostado ao muro que protege da falésia. E havia uma pessoa deitada em cada banco todas com pulseira verde. Li o jornal três vezes. Já não me lembro de uma única noticia. O sentimento era de “o que é que eu tenho a ver com isso?!” mas lembro-me da tira do calvin. Qualquer coisa sobre as pessoas só pensarem em si próprias. A única coisa que não correu mal foi não me terem acabado as pilhas do minidisko onde ouvia o ultimo disco dos sonic youth e o Peng! dos Stereolab. Quando cheguei novamente ao sitio dos autocarros senti-me aliviado por Ter deixado a Zambujeira do Mar atrás de mim e aquilo estava cheio de gente deitada no chão em todo o lado.

Durante a viagem dormi. Mal, mas dormi.
O meu pai foi buscar-me ao terminal e levou-me para o hotel. Almocei e depois fui dormir. Dormi a tarde inteira e quando acordei fui jantar e ainda estava triste. Desolado. E dpois fui dormir outra vez. E quando acordei de manhã, estava tudo no devido lugar e quando me lembrei dos últimos dias tudo não passava de uma memória distante. Eu estava de ferias, o hotel tinha uma varanda que dava para o mar, e a praia ficava a 5 minutos a pé.

De férias ainda tive a sorte de estar 3 vezes com a Irina e com o Gu e de ter um discman e um disco dos Cure.
A única coisa triste das férias foi ter recebido a noticia que o Oscar (Tobias Jr.) morreu atropelado. Fiquei muito triste. Eu gostava do raio do gato e não havia direito! A mafalda ainda mais.

Cheguei ontem mas queria ter ficado de férias mais tempo e não fiquei nada contente de ter chegado a casa.

 
TOP 10 do Sudoeste.

1. Abraço
2. The Cure
3. Candido e Sofia (a ser verdade)
4. Muse
5. Black Rebel Motorcycle Club
6. Pequeno Almoço "gigante"
7. Beta Band
8. Gomo
9. Versão da Kylie Minogue pelos Electric Soft Parade
10. Love Boat no final dos Blasted Mechanism (tb pelo terem acabado)

sexta-feira, agosto 02, 2002
 
o blog mto vazio... agosto no blog.

vim aqui pra dizer adeusinho. mas daki a uma semana e tal já ca tou outra vez.

adeusinho.


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