{Ninguém é herói para o seu criado de quarto}
sexta-feira, dezembro 26, 2003
 
Como são belos os pés sobre os montes do mensageiro da paz de Deus, que ultrapassa toda a compreensão. Todo o calçado ruidoso da guerra e toda a veste manchada de sangue serão lançados ao fogo e tornar-se-ão pasto das chamas. Porque um menino nasceu para nós.

 
Livros, livros e livros, lareiras em dia de frio, planaltos com riachos, banhos de água quente, o Benfica a vencer por 3 golos de diferença, tarte de maçã à francesa, ervas verdes nascidas há pouco tempo, a Feira de Antiguidades na BBC, tecidos de cores e padrões diferentes, cidades desconhecidas, pessoas com gorros e cachecóis, filmes bons em cinemas confortáveis, café frio com limão, arrancar crostinhas de antigas borbulhas ou feridas, feiras de livros antigos, alguém com dentes sujos, lãs e linhas de muitas cores, espuma da cocacola, tricot e crochet, feiras de artesanato, a minha avó a rir tanto que até tosse, os fins de tarde no Verão, fantoches mastronças e gigantones, procissões no mar, tralhas e bujigangas, regalos nas mãos geladas, autocarros a partir às horas que quero, comboios a fazer barulho, prados com cabras e ovelhas, vacas a dormir, ....

I simply remember my favorite things and then I don't feel so bad.



o meu irmão deu-me o DVD do musica no coração.

 
E esta é a minha quadra natalícia preferida:

O menino que nasceu
Da virgem cheia de graça
Entrou e saiu por ela
Como o sol pela vidraça



Um bocado a puxar pro porno, não?



quinta-feira, dezembro 25, 2003
 
Um post de Natal: O amor existe ou o Natal é fixe.

Eu também não sou, como alguém já o disse aqui uma vez, pessoa para me preocupar se as coisas existem na realidade ou não.
Eu fui educada a acreditar que há uns 2003 anos (sensivelmente) uma criança nasceu. Eu fui educada a acreditar que essa criança veio para nos amar, para nos fazer acreditar, para nos salvar. Eu fui bem educada e por isso acredito. Se aquilo em que eu acredito (uma Mãe, um Menino, um perigo, uma viagem, um estábulo, uma Estrela, os pastores e os reis, uma perseguição, o ódio e o nascimento do amor e da esperança na forma de uma criança) se aproxima dos factos ou não, pouco me importa. O amor não tem nada a ver com factos.

A minha irmã disse-me ontem que achava estranho que todas as canções de Natal façam alusão ao nascimento do menino Jesus e que nenhuma (que nós nos lembrássemos) falava do que viria a acontecer a Jesus, a tal criança que anos depois morreria por nós. Eu disse-lhe que era normal, que se devia pensar numa coisa de cada vez. Que o Natal é o tempo da alegria, que se não é devia ser.
Apesar de tudo, hoje esforcei-me por pensar nisso. Na outra coisa. Num Deus não menino. Não consegui. Para mim, o Natal é Deus Menino. É Deus igual aos homens, a nascer homem, a nascer criança num canto do mundo, como sinal de que o amor existe mesmo e que a Esperança tem de nascer. Que todos os anos a esperança tem de renascer.
Eu fui bem educada: eu acredito naquilo que "tenho" de acreditar.
A esperança tem de nascer de novo todos os anos. O meu coração está cheio. Tenham todos um Natal muito feliz.

quarta-feira, dezembro 24, 2003
 
Amiguinhos
desejo-vos um Feliz Natal, cheio de prendas e de doces e de todas as coisas boas que puderem imaginar.
Não posso enviar mensagens porque o meu telemóvel não está a cumprir as suas funções, mas estes votos, apesar de colectivos, não podiam ser mais sinceros e sentidos.
Muitos beijinhos,

terça-feira, dezembro 23, 2003
 
Cântico de Advento

Quanto mais passa o tempo,
mais a morte nos alcança.
Mais se enfraquece a esperança
da renovação da vida.

É este o nosso lamento!
É esta a desesperança!
De quem já esqueceu a herança
de uma terra prometida.


Quem aguarda pelo noivo
a chama acesa mantem.
Não se assusta com a demora,
pois sabe que o noivo vem.

Se o noivo repudiamos
envelhecemos sem festa.
Desperdiçando hora a hora
a pouca luz que nos resta.


O nosso noivo partiu
com a promessa de voltar.
Estejamos todos alerta
que a noite passa depressa.

Ele é de volta saiamos,
novos e velhos saimos.
Como pombas e serpentes
pela noite escura vamos.



Já vem ao longe o nosso noivo:
é a luz e mão segura
de quem se atreve na noite escura.
Acendamos as nossas velas,
não tememos a noite escura,
vem lá o noivo, nossa aventura.

domingo, dezembro 21, 2003
 
«Ficarão na memória que a memória é uma ratoeira, prende tudo.
Olha como a criança diz coisas bonitas:
Se pudesse arrancava-te os olhos, porque és tão venenosa bailadeira?
Porque tu me detestas e eu cumpro e não tenho sentimentos humanos e isso te desagrada e me envenena,mas eu não sou responsável por o meu veneno, que ele é feito de muitas vontades, teorias e filosofias e eu não sei de nada que não seja cumprir como uma máquina e sei que tudo isto há-de ser destruído, que este jardim se há-de tornar num pesadelo e n ós estaremos aqui cumprindo.
(...)
Eu não odeio ninguém, que eu só tenho amor, amor às mãos cheias...»
O que Restou da Sereia, Manuel Mengo

sábado, dezembro 20, 2003
 
Emit:
Can you hear me?

Cassiel:
Ja.

Emit:
Let me explain a couple of things. Time is short. That's the first thing. For the weasel, Time is a weasel. For the hero, Time is heroic. For the whore, Time is just another trick. If you're gentle, your Time is gentle. If you're in a hurry, Time flies. Time is a servant, if you are its master. Time is your god, if you are its dog. We are the creators of Time, the victims of Time, and the killers of Time. Time is timeless. That's the second thing. You are the clock, Cassiel.

segunda-feira, dezembro 15, 2003
 
«A luz», acrescentou, juntando as suas coisas, «cai apenas sobre um ponto de cada vez.»

quinta-feira, dezembro 11, 2003
 
para "estas merdas"? mas terá para outras?

 
madalena eu também tenho saudades... do meu cd do diamantino e da marina neves. :)
tens solução para isso?

quarta-feira, dezembro 10, 2003
 
O João Matos (produtor do projecto Sinapses) acabou o seu último mail da seguinte forma:

«Desculpem lá a todos, mas não tenho cu para estas merdas.»


 
João, no Natal vou-te dar a banda sonora do Singin in the Rain, acho q vais gostar...

 
nada
eu sem ti sou como o pó do chão
nada
nada tens no lugar do teu coração
e não compreendes esta loucura
que é amar sem ter uma razão


Diamantino (acho eu)


ai que saudades da Fada do Lar...


 
Sinto a falta da Ana! E quando me lembro dela, não a vejo parada, não a vejo sentada, vejo-a andando: andando aos saltinhos por aquela escola, com a sua mochila azul ao ombro... e esta desliza (ameaçando cair) e ela puxa a alça com a mão esquerda; a mão direita essa permanece o tempo (quase) todo fiel à alça azul. Chega ao pé da mesa, sorri (mesmo que, por vezes, não esboce esse sorriso) e, volvido algum tempo, pousa a sua mochila, talvez até porque a Madalena lhe tenha dito para fazer isso...
Tens a tua mochila azul aí contigo?

terça-feira, dezembro 09, 2003
 
Ciclo celeste

No Sol!
Do lado que te pões
E que te divides:
Rosa suave- il niño !

Uma balança-latitude :
Cai o sol,
Empluma a lua!

Uma aura lacrimal,
Vertida no Santo Graal,
Reflecte em ti uma leveza monumental!

E, tu,
Voltas...
Espreitas
E não encontras!
O teu rei já se retirara...;
Apenas as ultimas laçadas do linho alaranjado
Se descobria
(no longínquo!)

Mas não choras!
Sussuras de mansinho:
- Não fugiu;
não morreu!
Ausentou-se...

...Por um mundo;
por algo melhor a fazer!



segunda-feira, dezembro 08, 2003
 
ssgssgssgssgssgssgssgssgssgssgssgssgssgssg
ssgssgssgssgssgssgssgssgssgssgssgssgssgssgssgssgssgssg
ssgssgssgssgssgssgssgssgssgssgssgssgssgssgssgssg


(representação gráfica a partir do padrão rítmico de uma música do vincent gallo)

FEUERSTEIN
LAR
EIRA
SÁBADO 4 DIAS
SEGUIDOS
PINGOS PARA O NARIZ

ESTA NOITE SONHEI QUE A FACULDADE ERA POUCO DEPOIS DO ALTO DE MONTACHIQUE, NO INTERIOR DE UMA CURVA DA A8. DE FACTO A A8 NÃO ERA BEM UMA AUTO ESTRADA, ERA UMA ESTRADA NORMAL. SE BEM QUE O LOCAL ERA MESMO AQUELE, ALGUMAS CENTENAS DE METROS DEPOIS DA ESTAÇÃO DE SERVIÇO DE LOURES. A FACULDADE ERA NA PARTE DE DENTRO DA CURVA E DEPOIS, NA PARTE DE FORA, ERA O MAR. HAVIA UM MURO BAIXO MAS BASTANTE LARGO, QUE NOS PERMITIA SENTAR OU DEITAR, E DEPOIS DE UMA ESTREITA MAS BASTANTE COMPRIDA PRAIA FICAVA O MAR. NO LUGAR DAQUELES MONTES ÁRIDOS E DOS NOVOS MOINHOS DE VENTO ESTAVA O OCEANO. A UNICA COISA QUE SE VIA A PARTIR DAÍ ERA A SERRA DE SINTRA, QUE ERA UMA ILHA. NA FACULDADE AS PESSOAS ERAM AS MESMAS, MAS AS RELAÇÕES DIFERENTES. AS PESSOAS DAVAM-SE COM PESSOAS QUE NÃO SE DÃO NA REALIDADE. A FACULDADE TAMBÉM ERA DIFERENTE, MAS NÃO SEI BEM COMO. NA REALIDADE NÃO ME LEMBRO DE TER ASSISTIDO A NENHUMA AULA NAQUELA FACULDADE. (ACHO QUE NUNCA NA MINHA VIDA SONHEI COM UMA SALA DE AULA)
ACONTECIAM MUITAS COISAS ESTRANHAS. ERA UMA NOVA ORDEM DITADA PELAS REGRAS (QUERIA POR UM ADEJECTIVO AQUI, MAS NÃO ME LEMBREI DE NENHUM. EM VEZ DISSO LEMBREI-ME DO RALPH FINNES E DA CHRISTIN SCOTT THOMAS:

KATHARINE

I wanted to meet a man who could write
such a long paper with so few adjectives.

ALMÁSY

A thing is still a thing no matter what
you place in front of it. Big car, slow
car, chauffeur-driven car, still a car.

CLIFTON

A broken car?

ALMÁSY

Still a car.

CLIFFTON

Not much use, though.

KATHARINE
Love? Romantic love, platonic love,
filial love - ? Quite different things,
surely?

CLIFTON

Uxoriousness - that's my favorite kind
of love. Excessive love of one's wife.

ALMÁSY

There you have me.)


DO MEU SUBCONSCIENTE. A MIUDA PEQUENA DO CABELO PRETO E OLHOS ESCUROS, DOS ALL STAR AOS QUADRADOS (SERÃO MESMO AOS QUADRADOS?) GIRA GIRA GIRA, ENCONTROU-ME À SAÍDA E PERGUNTOU-ME

-MAS PORQUÊ?
-ISSO NUNCA FOI VERDADE (É CLARO QUE ELA TINHA IMAGINADO AQUILO TUDO. PORUQE ISSO NUNCA PODIA ACONTECER. ERA COMPLETAMENTE ABSURDO, VOCÊS SABEM DISSO)
-
-
.

A VISTA ERA MESMO MUITO BONITA. SENTADOS NO MURO DO OUTRO LADO DA ESTRADA, AO PÉ DA FACULDADE, AO PÉ DA PRAIA, AO PÉ DA MIUDA DE CABELOS PRETOS, OLHOS ESCUROS E ALL STAR AOS QUADRADOS (SERÃO MESMO AOS QUADRADOS?).

it's a very plum plum
FOI UM SONHO MUITO SONHO.

quinta-feira, dezembro 04, 2003
 
A mentira é como um cobertor, se tentas tapar a cabeça ficas com os pés descobertos e se cobres os pés destapas a cabeça.
Acho que desde o momento que vi esta ideia no Clube dos Poeta Mortos a tensão entre mentira e verdade ganhou um sentido mais nítido e simples.

 
quanto mais uma pessoa se baixa mais o cú aparece
há poucos ditados populares em que eu acredite tanto.

quarta-feira, dezembro 03, 2003
 
puta que o pariu! está um frio do caralho!

terça-feira, dezembro 02, 2003
 
estou a gostar mesmo de falar contigo, mas eu tenho que bazar.

 
A minha mae adora filmes do Steven Seagal, Charles Bronson e até (sim, é mesmo verdade) JC Van Damme. No verao nao perdia um episodio de Rex o cao policia. Acha que nao ha nada mais chato do que o cinema frances e quando tem problemas no transito nunca, nunca tem a culpa. é a pessoa mais educada que eu conheço, mas ao volante é capaz de dizer asneiras que fariam corar as pedras da calçada.
Como seria de esperar, tudo isto me faz gostar ainda mais dela.

 
Tenho medo de voltar para Lisboa, por essas razoes todas da tira do Calvin.

 
o josé contou-me de uma tira do calvin & hobbes em que o pai do calvin lhe diz que "às vezes é melhor esperar uma coisa do que consegui-la". mas há dias em que o mundo parece acontecer nas nossas costas.

 
Este senhor é o meu professor de filmologia :D






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