{Ninguém é herói para o seu criado de quarto}
sexta-feira, julho 30, 2004
 
Liliana, não havia qualquer tipo de amargura no meu post. apenas percebi que o meu post podia se rlido de duas maneiras diferentes e se calhar de muitas mais maneiras diferentes. depois só tentei explicar qual era a ideia que tinha quando o escrevi.
Eu percebi que tavas a a falar da tua experinecia pessoal de directas :)

quarta-feira, julho 28, 2004
 
Andrea será que noto alguma amargura no teu post? É que o meu só falava das directas em geral, da minha experiência pessoal com elas,... Foi apenas um comentário que o teu post me suscitou.

sexta-feira, julho 23, 2004
 


Carlos Paredes
1925-2004

quinta-feira, julho 22, 2004
 
OLá Amiguinhos!

Liliana, o meu anterior post era uma espécie de comentário ao post da Cristina em que ela dizia que ia desistir. O cerne da questão era mesmo o desistir e não o fazer directa para acabar um trabalho; assim como qualquer desafio tem duas vias: desistir ou ir até ao fim, também as directas têm essas duas vias.
Acho que não fui muito bem explicita.

quarta-feira, julho 21, 2004
 
Nunca tinha pensado nas directas como um desafio à resistência humana. Sempre me pareceu mais uma solução de recurso, daqueles momentos em que só há mesmo essa solução e por isso ou se faz o que se tem a fazer... ou não. Enfim, pode-se sempre dizer ao professor que a impressora avariou ou que foi atingida por um raio quando já se tinha tudo pronto e o trabalho desapareceu por completo. Dias e dias de trabalho deitados à rua. A injustiça universal. Depois tem que se fazer aquele ar de coitadinha infeliz e desesperada. Não sei como. Mas não conheço um caso em que a estratégia não tenha resultado. Eu nunca a usei. Apesar da  minha impressora ter tido sempre a capacidade de adivinhar o dia em que eu tinha o trabalho para entegrar e de encravar nesse mesmo dia, nunca entreguei um trabalho fora do prazo, mesmo quando acabado à última da hora (o que aconteceu algumas, bastantes, vezes). Terei propriedades sobrehumanas? 

 

PS- Olha lá Andrea, não és tu que nunca vais ver as notas? Não faz sentido estares sentido preocupada com a avaliação, pois não? Vai lá mas é acabar os trabalhos. ;o)

segunda-feira, julho 19, 2004
 
It's a question of apples and oranges.


 
Desistir?!
 
Temos um trabalho para fazer e "planeamos" sem muitos planos que vamos fazer directa! Por volta das 4 horas da manhã, o cansaço começa a importunar cada vez mais, parece que quando volta se encontra mais forte! E pensamos o quão bom era se a directa não fosse feita apenas por nós, o quão confortante seria se estivesse mais alguém ali e naquele momento!
Se desistimos nem usufruimos de todas as oportunidades que o tempo nos daria, nem renunciamos, à partida todo esse leque de oportunidades.
Geralmente, se pensamos em fazer uma directa é porque algo nos indica que temos capacidades para fazer isso e que vamos conseguir, nem que seja cumprir o objectivo de fazer directa e acabar o trabalho.
A avaliação desse trabalho já será outra história! Mas se cumprimos a directa a consciência permanecerá mais tranquila qualquer que seja o resultado!
 
Também sei que falar é mais fácil!

sábado, julho 17, 2004
 
é quase certo
que nada existe
nada está perto
nem eu estou triste.



quarta-feira, julho 14, 2004
 
Tanta queixa imerecida
Tanta lágrima a rolar!
Só por pedirmos à vida
Mais do que ela pode dar...



Esta é mais uma quadra da Alice de Azevedo, retirada do seu Ramalhete de Cantigas.

(lembram-se dela?)

 

Para o João



Era uma vez uma menina,
um menino,
uma cidade,
um rio,
e um comboio.

A menina morava de um lado do rio e o menino morava do outro lado, e a cidade era Lisboa. O menino e a menina gostavam um do outro antes mesmo de se conhecerem bem. O menino foi o primeiro a perceber isso e disse-lho a ela que não aceitou muito bem. A menina só via o rio a meio, a separá-los.
Para estarem juntos era preciso apanhar o comboio - cada um tinha o seu comboio - o do menino atravessava de uma só vez, era rápido e directo; o da menina era lento, andava para trás e para a frente ao longo do rio, a parar em todas as estações, a demorar-se a chegar. Um comboio atravessava e o outro andava ao longo...
Encontravam-se sempre na cidade: nos jardins, nas esquinas, nos lugares frescos.
Um dia a menina disse ao menino isso mesmo, "já viste como somos iguais aos nossos comboios? Tu que atravessas e és seguro e eu indecisa, sempre a balançar, sempre de um lado para o outro" e pela primeira vez ela não lhe reconheceu a voz e o rosto quando ele respondeu

Isso explicaria tanta coisa...

A menina não saberia dizer se foi por isso, mas teve uma oportunidade de sair da cidade, de ir para longe do rio e do comboio e do menino e aproveitou-a. Ela achava que as cidades não mudam de lugar, que os rios não desaparecem e que os comboios hão-de sempre ser precisos para atravessar os rios ou andar ao longo deles. A menina não percebeu que o menino estava a ficar cansado. Não percebeu quando ele disse

não esperes

A menina voltou à cidade algum tempo depois... Esperou pelo menino que não havia maneira de aparecer e quando se cansou de esperar, decidiu que tinha de atravessar o rio para o encontrar e para lhe dizer que finalmente já compreendia tudo, pedir-lhe que voltasse só para o ouvir dizer:

Desisti. Desiste. Não esperes.

E a menina pensou:
Não desisto.
Não desisto.
Não desisto.
Não... desisto...
Não.
Desisto...
Desisto.


Indiferentes à tristeza desta história, continuam a existir:

a cidade,
o rio,
os comboios

e também o menino e a menina.

Acho mesmo que desisto, João. Não posso fazer mais nada senão desistir.
Tenho toda a pena do mundo de que esta história tenha de terminar assim.
 

domingo, julho 11, 2004
 
Tan tan tan tan
Tan tan tan tan



Beethoven, a 7ª Sinfonia

 
Eclesiastes

Quando cheguei ontem a casa, vim ver o blog e li o post da Ana, com aquela musica. A letra dessa musica é uma versão de um texto da Bíblia do livro de Eclesiastes.

Decidi então ir averiguar as condições de escrita desse texto e peguei na minha Bílbia.

O livro do Eclesiastes é parte integrante do conjunto de 7 livros sapienciais (entre os quais está o livro de Job e os Salmos). Segundo a tradição diz-se que o Eclesiastes era filho do rei David mas isso não se verifica historicamente.

No contexto da literatura sapiencial do Médio Oriente, encontram-se obras semelhantes a este livro. No Egipto podemos encontrar um livro semelhante que se chama, curiosamente, "O diálogo do desesperado com a sua alma".

No caso do livro do Eclesiastes, este centra-se sobre a finalidade da existência humana e chega à conclusão que tudo é ilusão, isto é, inconsistente e incompreensível à razão humana.

Quanto ao texto que serviu como base para a letra da tal musica, fiquei fascinada com a nota explicativa (de rodapé) que a acompanha e que passo a transcrever:


«Ao longo da sua vida, todas as pessoas fazem algumas experiências fundamentais, exemplificadas nestes 14 pares de opostos. Mas a certeza dessas experiências é acompanhada da incerteza do tempo em que elas se concretizam e do impacto que poderão provocar na existência humana.»


Leitura do Livro do Eclesiastes

Tudo tem o seu tempo

Para tudo há um momento
e um tempo para cada coisa
que se deseja debaixo do céu.

Tempo para morrer e tempo para nascer.
Tempo para plantar e tempo para se arrancar o que se plantou.
Tempo para matar e tempo para curar.
Tempo para destruir e tempo para edificar.
Tempo para chorar e tempo para rir.
Tempo para se lamentar e tempo para dançar.
Tempo para atirar pedras e tempo para as ajuntar.
Tempo para abraçar e tempo para evitar o abraço.
Tempo para procurar e tempo para perder.
Tempo para guardar e tempo para atirar fora.
Tempo para rasgar e tempo para coser.
Tempo para calar e tempo para falar.
Tempo para amar e tempo para odiar.
Tempo para a guerra e tempo para a paz.

sábado, julho 10, 2004
 
um cronograma é

um gráfico que regista o inicio e a duração das fases ou etapas de um processo operacional cujos limites de tempo foram previamente determinados

 
Tudo seria bem mais fácil se conseguíssemos compreender a cada momento que passa, exactamente o que é que estamos a viver.

To Everything
Turn, Turn, Turn
There is a season
Turn, Turn, Turn
And a time for every purpose, under Heaven

A time to be born, a time to die
A time to plant, a time to reap
A time to kill, a time to heal
A time to laugh, a time to weep

To Everything
Turn, Turn, Turn
There is a season
Turn, Turn, Turn
And a time for every purpose, under Heaven

A time to build up,a time to break down
A time to dance, a time to mourn
A time to cast away stones, a time to gather stones together

To Everything
Turn, Turn, Turn
There is a season
Turn, Turn, Turn
And a time for every purpose, under Heaven

A time of love, a time of hate
A time of war, a time of peace
A time you may embrace, a time to refrain from embracing

To Everything
Turn, Turn, Turn
There is a season
Turn, Turn, Turn
And a time for every purpose, under Heaven

A time to gain, a time to lose
A time to rend, a time to sew
A time to love, a time to hate
A time for peace, I swear it's not too late


Gostava de perceber que tempo estou a atravessar, que tempo estamos a atravessar. Fecho os olhos. Respiro. Deixo que o Tempo passe.

sexta-feira, julho 09, 2004
 
Jorge Sampaio irá agora convidar Santana Lopes a indicar um novo primeiro ministro... que ao que tudo indica será o proprio Santana Lopes.

José Rodrigues dos Santos

(acho que não deviam expor assim despudoradamente na tv as peculiaridades de uma democracia que custou tanto a construir e que nos merece respeito)



de repente, tudo é possível na republica portuguesa. ainda bem, gosto mais assim.

fiquei desiludido com a declaração do presidente da república. não por não ter convocado eleições anticipadas e por ter optado pela indigitação de um novo primeiro ministro sugerido pela actual mioria. fiquei desiludido porque, enquanto esperava pela importante comunicação, me lembrei do quão hilariante seria se o presidente da república se demitisse das suas funções, ainda antes de resolver a alegada "crise política" criando assim uma verdadeira crise. ou seja: uma grande festa. enquanto esperava quase me apetecia rezar para que isso acontecesse. já estava a ouvir as palavras:

portugueses
venho, em virtude da recente demissão do primeiro ministro e da necessidade de apresentar uma solução constitucional para este problema, apresentar a minha demissão. Ora não foi para isto que eu vim para aqui caralho! Não vim para aqui para resolver os vossos problemas nem para ser o bombeiro do regime democrático. era o que mais faltava. até já tive que adiar as minhas férias.


infelizmente, não foi isso que ele disse. embora eu até ache que ele até o pensou e que até o gostaria de dizer.

pelo contrário, quem se demitiu foi o ferro rodrigues. o que sinceramente me apanhou desprevenido. de facto, da unica vez em que ele não fez nada que o justificasse, assumiu a "derrota pessoal e politica" e demitiu-se. teve mesmo graça.

tem quase tanta graça como o santana lopes ser o novo primeiro ministro. um ex-presidente do sporting num país benfiquista.
o santana lopes ser primeiro ministro é a prova que qualquer palhaço consegue chgar a primeiro ministro (esperem pelo Dias da Cunha) e, quem sabe, presidente da republica. todos menos o Vieira. era bom demais.

mas quem disse que o santana lopes vais ser o primeiro ministro indicado pelo santana lopes?
eu já não digo nada. desde que vi a grécia a ganhar o europeu de futebol já acredito em tudo. até no Paulo Pedroso como secretário geral do PS.

 
O defesa grego Panagiotis Fyssas teve uma abordagem mais sensata, já que optou por adiar o casamento até depois de 4 de Julho, para o caso de atingir a final. Mas isso nunca iria acontecer, pois não?

quinta-feira, julho 08, 2004
 
Quando sei qui con me
questa stanza non ha più pareti
ma alberi,
alberi infiniti
quando sei qui vicino a me
questo soffitto viola
no, non esiste più.
Io vedo il cielo sopra noi
che restiamo qui
abbandonati
come se non ci fosse più
niente, più niente al mondo.
Suona un'armonica
mi sembra un organo
che vibra per te e per me
su nell'immensità del cielo.
Per te, per me:
nel cielo.

 
Io credo nelle persone, però non credo nella maggioranza delle persone. Mi sà che mi troverò sempre a mio agio e d'accordo con una minoranza...



O Sérgio faz-me acreditar nas pessoas. Eu até podia estar a exagerar mas não estou.

domingo, julho 04, 2004
 
A Banda

Andava à toa na vida
o meu amor me chamou
pra ver a banda passar
cantando coisas de amor

A minha gente sofrida
despediu-se da dor
pra ver a banda passar
cantando coisas de amor.



O Europeu durou umas 3 semanas.
Portugal perdeu o primeiro jogo contra a Grécia na noite de Santo António e depois, contra as expectativas da maioria, chegou à final... com a Grécia.
A Grécia defende com onze jogadores, os jogos com ela transformam-se muitas vezes num bocejo prolongado, e até ouvi uns jornalistas desportivos espanhois dizerem que se a Grécia ganhasse eles deixariam a profissão. Neste momento eles devem estar a dizer ao seu chefe que estavam só a brincar...

Nestas últimas semanas, o país despediu-se da dor e viu em euforia a banda passar.
Se Portugal tivesse ganho, isto é, se o Pauleta não tivesse jogado, eu estaria neste momento numa carrinha da caixa aberta a percorrer a nº8 até Lisboa e a acenar a toda a gente.
Mas Portugal não ganhou, embora haja festa em Lisboa na mesma (parece que estava toda a gente só à espera de um pretexto pra festejar), e eu até me apetecia vir pra casa por isso menos mal.
Embora a frustração seja grande... o quase quase... é das piores sensações.

Eu gosto de futebol. Sofro com o Benfica e com a selecção. Vou pra rua festejar.
Eu achei o Euro 2004 uma expriência fixe, com muitas gente colorida, eu senti a banda a passar cantando coisas de amor.

Uma sondagem feita nestes dias demonstrou uma quebra na confiança dos portugueses na retoma económica.
Quando nos acusaram de termos comprado o árbrito contra a inglaterra, houve um rapaz que explicou que não temos dinheiro pra isso (embora tenhamos para fazer estádios).

Apeteceu-me falar do Euro porque tem ocupado algum do nosso tempo, apeteceu-me falar do Euro para não falar de coisas tristes.



Mas para meu desencanto
o que era doce acabou
tudo tomou seu lugar
depois que a banda passou.

 
SONETO

No céu duma tristeza cor de farda,
Uma angústia de nuvens desenhada.
O amor já morreu: que o tempo venha
Desmantelar o que a memória guarda.

Jogai!, Jogai! Quem não jogar não ganha
Nem perde. É a última cartada.
Eu aposto na vida, mesmo errada.
Talvez outro destino me sustenha.

Avião de Lisboa para o mundo,
Apaga-me a tristeza com as asas,
Tão nítidas no céu em que me afundo!

Depois desaparece atrás das casas
E deixa-me o azul, o azul profundo,
E duas nuvens de razão tocadas.

Alexandre O'Neill


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