{Ninguém é herói para o seu criado de quarto}
sexta-feira, abril 29, 2005
 
When everything is lonely, I can be my own best friend

quarta-feira, abril 27, 2005
 
há coisas que demoram um ano a passar. outras que demoram um ano a voltar. e depois há, como é óbvio, outras coisas que não têm nada a ver com estas.

terça-feira, abril 26, 2005
 
sleep tight, dream right, we have two hundred couches
where you can sleep tight, dream right, we have two hundred couches
where you can sleep tight, dream right, we have two hundred couches
where you can sleep tonight, sleep tonight, sleep tonight, sleep tonight

something to say
something to do
nothing to say
when there's nothing to do

 
E foi assim, que numa bela tarde de 25 de Abril eu vi Guernica, os Spoon e os Interpol.






domingo, abril 17, 2005
 
Once I Was





Once I was a soldier
And I fought on foreign sands for you
Once I was a hunter
And I brought home fresh meat for you
Once I was a lover
And I searched behind your eyes for you

And soon there'll be another
To tell you I was just a lie


And sometimes
I wonder
Just for a while
Will you remember me


And though you have forgotten
All of our rubbish dreams
I find myself searching
Through the ashes of our ruins
For the days when we smiled
And the hours that ran wild
With the magic of our eyes
And the silence of our words


And sometimes I wonder
Just for a while
Will you remember me



Tim Buckley

segunda-feira, abril 11, 2005
 
Lembro-me que era Fevereiro. Lembro-me que estava no pátio da cinemateca de Bologna, no pátio branquinho e gelado, todo coberto de neve.
Estava na biblioteca a estudar e saí para ir apanhar ar. Estava a beber um daqueles chás merdosos, de máquina, que se tiram em copos de plástico, demasiado açucarado e xaroposo. Estava a conversar com a Anne. Estava a dizer à Anne que estava farta da casa onde vivia: o rapaz era estranho, nunca saía de casa, não éramos verdadeiramente amigos e no entanto ele parecia depender de mim, para companhia, para se sentir normal. Queria mudar e não "podia".
Eu não estava nada bem. Estava a aprender que as coisas morrem. Que morrem mesmo. Eu estava finalmente a reconhecer e encarar (mal) aquilo que no meu íntimo já sabia há muito tempo - viria a descobrir que o processo além de doloroso é longo. Eu estava em baixo. Eu tinha medo. Eu tinha muito medo, sem saber de quê.

A Anne disse, com o seu pragmatismo alemão:

- Tens de mudar de casa. Ias mudar de vida.

E eu dizia-lhe,

eu não posso, eu não posso.

Eu estava a fingir que estava a pensar no rapaz que vivia comigo, a usá-lo como pretexto para a minha hesitação. Eu precisava de um bode expiatório para o meu medo.

E ela continuou, ignorou o facto de eu lhe apresentar uma desculpa e disse-me:

- Tens de dar a ti própria o direito de mudar.

Ela não percebia que não era de direitos ou de considerações que estávamos a falar. Nenhum sentimento nobre ou altruísta. Era só de medo. De medo de mudar.

De mudar e não ficar melhor.
De mudar e ficar melhor.
De tudo.
Eu estava ao frio, na rua, completamente bloqueada.
De medo.

Eu li o post da Madalena. Não tenho a certeza de que a seguir ao medo venha a Paz. A seguir ao medo vem o confronto. O confronto pode ser um período mais ou menos longo, mais ou menos doloroso. À quem nunca chegue ao confronto, mas é depois dele que vem a Paz. E Paz é a coisa mais importante da vida.

Este post não tem nenhuma moral. É só mesmo uma confissão de cobardia.

domingo, abril 03, 2005
 
O medo e a paz



Hoje, o padre Eduardo falou dos medos. «Daqueles medos que não confessamos nem a nós próprios».
Do medo de tudo aquilo que põe em causa a nossa maneira de ver o mundo.
Do medo do que possa acabar com os nossos hábitos.
Do medo de mudar.
Ele falou do medo porque o evangelho de hoje contava a história da aparição de Jesus aos seus amigos após ter ressuscitado. «Um dos aspectos mais importantes, dizia o padre Eduardo, é que eles estavam trancados em casa com medo».

Eu tenho medo de cobras.
Tenho pesadelos recorrentes de cobras a perseguirem-me.
Eu tenho ainda outros medos, inconfessáveis.
Também eu estou trancada em casa com medo.

A primeira coisa que Jesus disse aos seus amigos, que estavam cheios de medo, foi: a paz esteja convosco. «Assim, explicou o padre Eduardo, a paz é o que sucede ao medo. Quando acaba o medo, vem a paz».

Assim seja.


Powered by Blogger