{Ninguém é herói para o seu criado de quarto}
terça-feira, maio 31, 2005
 
Tenho uma estrela de cinco pontas na minha mão esquerda. Está no seguimento da linha da cabeça. E na linha do coração tenho um triângulo. Estas formas geométricas são recentes na configuração das linhas das minhas mãos.

 
grécia, grécia, gréacia... sempre a porcaria da grécia!
até o cohen...

um ano depois, ainda e sempre
MORTE AO GREGO!

sábado, maio 28, 2005
 
Também eu tento, a meu modo, ser livre.

 
It was begun in Greece because there were no wires on the island where I was living to a certain moment. There were no telephone wires. There were no telephones. There was no electricity. So at a certain point they put in these telephone poles, and you wouldn't notice them now, but when they first went up, it was about all I did -- stare out the window at these telephone wires and think how civilization had caught up with me and I wasn't going to be able to escape after all. I wasn't going to be able to live this 11th-century life that I thought I had found for myself. So that was the beginning. Then, of course, I noticed that birds came to the wires and that was how that song began. "Like a drunk in a midnight choir," that's also set on the island. Where drinkers, me included, would come up the stairs. There was great tolerance among the people for that because it could be in the middle of the night. You'd see three guys with their arms around each other, stumbling up the stairs and singing these impeccable thirds. So that image came from the island: "Like a drunk in a midnight choir."

Leonard Cohen - 1993



I began that song in Greece. The melody began a few of the lyrics, a few of th lines. And then it was still with me. I was in L.A. I was living in a Motel on the Sunset strip - it developed a little further. Then I made a recording of it which David Crosby produced. Ah I never finished that recording. And the song continued to develop. I made a recording of it in Nashville with Bob Johnson as producer. And apparently the lyrics still weren't finished. I changed the lyrics and a different lyric appears in a record called "Live Songs". And then the lyrics changed again somewhat in the most recent treatments of the song - so it's continued being written for about eight or nine years.

About the line "I've tried in my way to be free" (...) it's as explicit as you can get. It mitigates a kind of arrogant human statement, which is "I've tried to be free" - well everybody has tried to be free . "In my way" somewhat modifies and softens the idea, and also includes the possibility of failure. Because you say, you know, according to my own light and in my way I've tried, and I've messed it up like everybody else, but that was the effort.


Leonard Cohen - 1979

 
Não faz muito sentido, o Cohen é judeu e já a ouvi milhares de vezes mas esta semana, foi a primeira vez que percebi que isto é uma canção de amor e não uma oração...

Like a bird on the wire,
Like a drunk in a midnight choir
I have tried in my way to be free.
Like a worm on a hook,
Like a knight from some old fashioned book
I have saved all my ribbons for thee.
If i, if I have been unkind,
I hope that you can just let it go by.
If i, if I have been untrue
I hope you know it was never to you.

Like a baby, stillborn,
Like a beast with his horn
I have torn everyone who reached out for me.
But I swear by this song
And by all that I have done wrong
I will make it all up to thee.
I saw a beggar leaning on his wooden crutch,
He said to me, you must not ask for so much.
And a pretty woman leaning in her darkened door,
She cried to me, hey, why not ask for more?

Oh like a bird on the wire,
Like a drunk in a midnight choir
I have tried in my way to be free.

 
retículas



Odilon Redon . Le Jour [1891]



Sol LeWitt . detail from Drawing Series, Composite, Part I?IV, #1?24, B [1969]



Piet Mondrian . Composition with white and blue



Patrick Caulfield . "Oh Helen, I roam my room" [1973]



Joseph Cornell . Untitled (the medici princess) [1948]



Alfred Jensen . Itzamna [1962]



Peter Blake . Girl in a Poppy Field [1974]



Edward Ruscha . Wilshire, From Los Francisco San Angeles Series [2001]



Agnes Martin . The Islands [1961]

aprendi com a Rosalind Krauss que há uma estrutura que domina a arte desde o início do séc. XX, e que afirmou o carácter autónomo e autorreferencial da arte moderna _ a retícula. O êxito da retícula reside nas suas propriedades míticas que permitem, aparentemente, superar as suas contradições e indecisões _ nomeadamente entre sagrado e secular; entre espírito e matéria _ mantendo-as num nível inconsciente e permitindo à arte continuar a ser uma forma secular de fé enquanto parece movimentar-se num campo puramente materialista. As origens desta contradição são as origens da própria retícula. Por um lado, as retículas ilustravam os tratados de óptica fisiológica de carácter científico e por outro, apareceram na arte simbolista sob a forma de janelas cujas traves do caixilho formavam também retículas.

em cima estão uma série delas.

não estão ordenadas cronológicamente porque a retícula é anti-histórica e anti-narrativa. O seu advento no século XX deve ser pensado em termos etiológicos e não em termos de evolução histórica. o seu desenvolvimento sequencial é reprimido para resolver a contradição em que está assente.

em baixo um link para o texto

completo e fragmentado.

sexta-feira, maio 27, 2005
 
miguel, embora não seja um fã, não sou um cirurgião nada mau.

quarta-feira, maio 25, 2005
 

terça-feira, maio 24, 2005
 
Hoje a Marcela disse-me:

"Amanhã é o teu último dia de aulas do curso"

Podia ser o último que seria apenas mais um se eu agora não tivesse a consciência de que realmente pode ser o último dia de aulas do curso.

segunda-feira, maio 23, 2005
 
[six feet under]

uma das coisas que mais gosto é de acender - e sobretudo apagar - a luz daqueles cadeeiros cujo interruptor é um pequeno cordão, normalemente com um pequeno acessório na ponta, por onde se pode puxar.
não sei explicar muito bem porquê. acho só libertador o puxar do cordão no sentido descedente para acender e apagar. quando a luz se apaga é como se fosse esse movimento a fazer cair o escuro.
tenho um destes cadeeiros em casa.
...

como de costume, depois do episódio acabar, apaguei a televisão da cozinha puxei o interruptor e ficou escuro. perfeito.
tudo estava bem e não havia motivo para preocupações.

 
Há uma anedota muito racista à qual, devo confessar, acho muita graça. Quando numa entrevista, um jornalista perguntava ao Stevie Wonder se ele às vezes não se revoltava por ser cego, ele respondia: "não, claro que não. Mau era se fosse preto".
Ontem quando saí à rua para pôr o lixo estavam dezenas de pessoas à janela, carros a buzinar, pessoas a apitar. E eu pensei neste país que é o meu em que as pessoas estão sempre à espera de uma oportunidade, de uma justificação para estar bem dispostas e comemorar. As pessoas faziam tanto barulho, tantos cachecóis, tanto vermelhoe eu comecei a sentir-me bastante enjoada. E voltei a pensar neste país e no entusiasmo e na fúria recalcada desta gente à espera de poder edxplodir. E depois lembrei-me da anedota do Stevie Wonder: mau mesmo, seria se eu fosse benfiquista. Voltei para dentro do prédio.

Ainda assim, parabéns ao Benfica. 11 anos não são 18, mas os sportinguistas também não são 6 milhões ;)

domingo, maio 22, 2005
 
Alé alé alé ninguém pára o Benfica alé ohhhh....

Ninguém pára o Benfica

Ninguém pára o Benfica

Ninguém pára o Benfica

alé ooohhhh!!!!

quinta-feira, maio 19, 2005
 
Por acaso as quintas-feiras não têm sido muito boas. Mas hoje teve sol e até foi uma tarde agradável.

 
hoje é quinta feira.

 
I don't wanna get over youI guess I could take a sleeping pillAnd sleep at will, and not have to go through what I go throughI guess I could take Prozac, rightAnd just smile all night at somebody newSomebody not too brightBut sweet and kindWho would try to get you off my mindI could leave this agony behindWhich is just what I'd do, if I wanted toBut I don't wanna get over youCause I don't wanna get over loveI could listen to my therapistPretend you don't existAnd not have to dream of what I dream ofI could listen to all my friendsAnd go out again, and pretend it's enoughOr I could make a career of being blueI could dress in black and read CamusSmoke clove cigarettes and drink vermouthLike I was 17, that would be a screamBut I don't wanna get over you


Uma vez a Ana deu-me a letra desta canção num papel dobrado em quatro numa aula de deontologia com o Hermenegildo, disse-me que (não sei bem porquê) lhe lembrava de mim.

 
Acho que é "o que tem que ser é que tem muita força".

Mas provavelmente o que não tem de ser também tem muita força, ainda que isso seja logicamente impossível. Afinal a negação da verdade deve ser sempre falsa.

quarta-feira, maio 18, 2005
 
E enquanto o Sporting ia perdendo a Taça UEFA, aconteceu, entre outras coisas, isto:


parto Posted by Hello

 
situação
s. f., acto ou efeito de situar; lugar onde está uma pessoa ou uma coisa; posição; condição; circunstâncias; lance; vicissitude; fase política ou governamental; o Governo relativamente a uma dada época; conjugação de acontecimentos; conjuntura; determinados momentos de um drama, de uma narração, etc. , que suscitam interesse.

achar
do Lat. afflare
1)v. tr., encontrar; inventar, descobrir; averiguar, verificar; entender; julgar; supor;

2)s. m., conserva indiana de peixe, fruta ou vegetais.


é, de facto, uma situação, uma conjugação de acontecimentos, um momento de um determinado drama, o qual não vou julgar, supor, nem muito menos inventar. o que quer que seja.

terça-feira, maio 17, 2005
 
O que é que acham desta situação:
uma pessoaque sente desprezo por outra com a qual já lida e não tem qualquer contacto há mais de oito meses?

 
No distance left to run




Porque é que tu respondes essas coisas, essas frases saídas de livros de crianças?, perguntou-me ele, com uma cara ligeiramente enojada.
E depois pões esse ar... achas que o que disseste é perfeitamente normal..., ralhava ele, e depois rematou, agora com uma cara paternalista mas amiga:
Carochinha, assim não arranjas nenhum João Ratão.

Eu nunca ligava ao que ele me dizia, nem sequer o percebia muito bem.

Há uns anos, o João Rosas emprestou-me um single dos Blur, com esta musica, No distance left to run, e disse-me que a ouvia em repeat.
Eu gostei da musica mas ouvi-la em repeat pareceu-me exagerado.

Hoje não resisto a publica-la no blog. Era esta ou então aquela dos Magnetic Fields, I don?t wanna get over you...



It's over
You don't need to tell me
I hope you're with someone who makes you feel safe in your sleeping tonight
I won't kill myself, trying to stay in your life
I got no distance left to run

When you see me
Please turn your back and walk away
I don't want to see you
Cos i know the dreams that you keep is wearing me
When your coming down, think of me here
I got no distance left to run

It's over,
I knew it would end this way
I hope you're with someone who makes you feel
That this life is the night
And it settles down, stays around
Spends more time with you
I got no distance left to run

 
O que não tem que ser tem muita força.


Isso é mesmo verdade, Madalena.

 
O Espírito é aquele quentinho no coração...

Vem ó Espírito, vem amor ardente,
acende na Terra a tua fulgente.

Descanso na luta e na paz encanto,
no calor és brisa, conforto no pranto.

Vem ó pai dos pobres, na dor e aflições,
vem encher de gozo nossos corações.

Benfeitor supremo em todo o momento,
habitando nós, és o nosso alento.

Abranda durezas para os caminhantes,
anima os trites, guia os errantes.

sexta-feira, maio 13, 2005
 
A todos os Comissioning editors do mundo... Vá lá, da Europa...


Tutti si sentono in diritto, in dovere di parlare di cinema.
Tutti parlate di cinema, tutti parlate di cinema, tutti!
Parlo mai di astrofisica, io? Parlo mai di biologia, io?
Parlo mai di neuropsichiatria? Parlo mai di botanica?
Parlo mai di algebra? Io non parlo di cose che non conosco!
Parlo mai di epigrafia greca? Parlo mai di elettronica?
Parlo mai delle ditte dei ponti dell'autostrada?
Io non parlo di cardiologia! Io non parlo di radiologia!
Non parlo delle cose che non conosco!!!



Nanni

terça-feira, maio 10, 2005
 
Blue skies over my head
Give me another reason to get out of bed
Blues skies
Shine on my face
Give me another woman to take her place.


Vá lá... Pelo menos o céu azul...

quinta-feira, maio 05, 2005
 
o problema não é que se preocupem ou não. o problema é já não estarmos em 2001. o problema é agora a crise dos 24 e um mês e um curso para acabar.

vai ficar tudo bem.

quarta-feira, maio 04, 2005
 
Sérgio,

Se pensas que nos vamos preocupar contigo, bem podes "tirar o cavalinho da chuva".
Já não estamos em 2001 ;-)

 
I can clearly see nothing as clear
I keep falling apart every year
Let's take a hammer to it
There's no glamour in it
Is there any way out of this dream?

I'm as blue as I can possibly be
Is there someone else out there for me
Summer is dragging it's feet
I feel so incomplete
Is there any way out of this dream?


tenho o coração nas mãos.

 
Afinal isto parece que não dá para postar, mas dá. ando sempre no mundo às avessas.

 
Acabei de perder o que tinha escrito. :(

 
Há muito tempo que não escrevo aqui. Nem sei bem porquê. Costumo vir aqui com regularidade. mas não escrevo, não sei porquê. No entanto sei que:

«Os pensamentos quando não são expressos coagulam na cabeça. Uma ideia é como uma ave rara que não se avista. O que se vê é o leve tremor do galho que ela acaba de deixar»
Lawrence Durrel

a quantidade de coisas que já não estarão coaguladas, não só na cabeça como em todo o corpo, ou alma se preferirem, se a alma for tão grande ou até maior que o corpo. Mas acho que a alma tem tendência para ser vista como algo pequeno que se deve situar, mais ou menos, próxima do coração. Eu gosto de pensar que a minha alma é maior que o meu corpo e que assim extrapola-o.


Powered by Blogger