{Ninguém é herói para o seu criado de quarto}
quinta-feira, setembro 29, 2005
 
Correndo o risco de parecer repetitiva, eu quero ir para aqui:



Bem, mais precisamente, para aqui:



you being in love
will tell who softly asks in love,

am i separated from your body smile brain hands merely
to become the jumping puppets of a dream? oh i mean:
entirely having in my careful how
careful arms created this at length
inexcusable, this inexplicable pleasure-you go from several
persons: believe me that strangers arrive
when i have kissed you into a memory
slowly, oh seriously
-that since and if you disappear

solemnly
myselves
ask "life, the question how do i drink dream smile

and how do i prefer this face to another and
why do i weep eat sleep-what does the whole intend"
they wonder. oh and they cry "to be, being, that i am alive
this absurd fraction in its lowest terms
with everything cancelled
but shadows
-what does it all come down to? love? Love
if you like and i like,for the reason that i
hate people and lean out of this window is love,love
and the reason that i laugh and breathe is oh love and the reason
that i do not fall into this street is love.

terça-feira, setembro 27, 2005
 
(In)adaptado


Confesso: também eu preciso dos ovos.

segunda-feira, setembro 26, 2005
 
quero ir para aqui



stromboli

 
miuda experimental?

hmm...
com muita sorte talvez seja uma miuda a experimentar.

domingo, setembro 25, 2005
 
Love's function is to fabricate unknowness. - e.e. cummings

The One:


Pede o desejo, Dama, que vos veja.
Não entende o que pede; está enganado.
É este amor tão fino e tão delgado,
Que quem o tem não sabe o que deseja.

Não há cousa a qual natural seja
Que não queira perpétuo o seu estado.
Não quer logo o desejo o desejado,
Por que não falte nunca onde sobeja.

Mas este puro afeito em mim se dana;
Que, como a grave pedra tem por arte
O centro desejar da Natureza,

Assi o pensamento, pela parte
Que vai tomar de mim, terrestre, humana,
Foi, Senhora, pedir esta baixeza.


O "cavalheiro" Camões

 
O
Mundo

uma
volta
sobre
si
próprio
por
dia
.

Eu
também
.

domingo, setembro 18, 2005
 
Barry: I wanna date a musician.
Rob Gordon: I wanna live with a musician. She'd write songs at home and ask me what I thought of them, and maybe even include one of our little private jokes in the liner notes.
Barry: Maybe a little picture of me in the liner notes.
Dick: Just in the background somewhere.



I wanna marry a musician. Este.

quarta-feira, setembro 14, 2005
 
...
Oh, it's a long, long while from May to December
But the days grow short when you reach September

...

 
Amendment I

Congress shall make no law respecting an establishment of religion, or prohibiting the free exercise thereof; or abridging the freedom of speech, or of the press; or the right of the people peaceably to assemble, and to petition the government for a redress of grievances.

segunda-feira, setembro 12, 2005
 
Qual cor?

A da tua t-shirt naquele dia da Sofia Coppola junto à brasileira?

 
[os sonhos nunca acabam V | true blue]


















era esta a cor.

sábado, setembro 10, 2005
 
Como um episódio da felicity...

Eu vou crescendo e compreendendo que a amizade não é uma abstracto, que não existe desligada do tempo, das pessoas e das suas atitudes e dos meus julgamentos correctos ou não. Eu sou jovem, há muita coisa da qual me poderei vir a arrepender. Uma das minhas pessoas preferidas no mundo, parece não saber muitas coisas mas estava sempre a dizer-me isto. Que eu vou mudar de opiniões. Com o tempo.

Eu nunca gostei da Felicity mas lembro-me que no final de cada episódio havia um monólogo, que ela gravava numa cassete para enviar à amiga ceguinha em que ela explicava o que é que tinha aprendido sobre a vida nesse episódio em concreto. Todas as suas conclusões sobre a vida. E ela tirava, no mínimo, uma por episódio.

Eu gostava de ter uma amiga ceguinha a quem gravasse cassetes/carta, que ouvisse os meus monólogos, que nunca me respondesse. Não gravo cassetes, mas escrevo num blog. A chatice da vida é que os meus amigos não são ceguinhos, não aceitam as minhas verdades, razões e conclusões sobre a vida e têm cabeça para pensar por si próprios.

Outra chatice da (minha) vida, é que eu não quero mudar de opiniões, eu por mim estou bem assim. Eu passo muito tempo a pensar no que é certo: no que eu acho que é justo, no que eu acho que é bom, no que eu acho que é verdadeiro, no que eu acho que é de salvaguardar e tento agir em conformidade com isso. Mas dá trabalho e dá chatices e quanto mais cresço mais difícil é, mais chatices vai dando. Mas eu não conheço outro modo. Eu acho que assim é que se deve viver.

Mas ultimamente as pessoas dizem que sou demasiado implacável, demasiado dura, que acabo por ser injusta por ser assim. Que sou demasiado conservadora. Que somos todos humanos. Está bem, somos humanos e estamos sempre a contradizer-nos em "pensamentos, palavras, actos e omissões".

Há mais de um ano pus isto no blog. Queria voltar a pôr hoje. Entre outras coisas para dizer, que por enquanto, não mudei de opinião:

- Mas porque, se eram os seus amigos, o que é que lhe fizeram?

- Desiludiram-me. Os amigos desiludem-te, as pessoas normais nao. Eu gosto de casais felizes, ajudo-os, mostro-lhes o caminho certo, dou-lhes conselhos, no entanto, nao lhes ligo mais quando cometem erros tao estupidos. Começam a mentir-te, depois separam-se, depois voltam a estar juntos mas ja é tarde demais porque agora estao feridos e sao maus e depois nao os quero voltar a ver. Antes era mais facil fazer juizos, como com os sapatos: so existiam alguns modelos, muito caracterizados, eram "aquele" tipo de sapato e basta. Agora, tudo é muito mais confuso, os estilos cruzam-se uns com os outros, as coisas ja nao sao claras....

- Mas, desculpe, estavamos a falar dos seus amigos...

- Sim, os meus amigos nao se podem comportar assim, porque eu nao me torno amigo da primeira pessoa que encontro. Eu decido gostar, escolho, e quando escolho é para sempre.


Na minha vida os episódios não fecham. As conclusões são por vezes duras e dolorosas, as atitudes das pessoas são cada vez mais confusas mas a vida também não é um episódio da Felicity.

sexta-feira, setembro 09, 2005
 
A Joni Mitchell escreveu-a quando tinha 24 anos.


Rows and flows of angel hair
And ice cream castles in the air
And feather canyons everywhere
I've looked at clouds that way

But now they only block the sun
They rain and they snow on everyone
So many things I would have done
But clouds got in my way

I've looked at clouds from both sides now
From up and down, and still somehow
It's cloud illusions I recall
I really don't know clouds at all

Moons and Junes and Ferris wheels
The dizzy dancing way that you feel
As every fairy tale comes real
I've looked at love that way

But now it's just another show
And you leave 'em laughing when you go
And if you care, don't let them know
Don't give yourself away

I've looked at love from both sides now
From give and take, and still somehow
It's love's illusions I recall
I really don't know love
Really don't know love at all

Tears and fears and feeling proud
To say "I love you" right out loud
Dreams and schemes and circus crowds
I've looked at life that way

Oh but now old friends they're acting strange
And they shake their heads
And they tell me that I've changed
Well something's lost but something's gained
In living every day

I've looked at life from both sides now
From win and lose and still somehow
It's life's illusions I recall
I really don't know life at all
It's life's illusions I recall
I really don't know life
I really don't know life at all



Curiosamente, ou nem tanto, voltou a gravá-la quando tinha quase 60.
Gostava de dizer à Madalena que um dia todas as coisas que não percebo (que todos nós não conseguimos perceber) ainda um dia vão fazer sentido. Mas hoje (hoje em dia e hoje em particular) acredito muito pouco.
Nem a Joni Mitchell me vale.

quinta-feira, setembro 08, 2005
 
Este post foi retirado.

Escrevi aqui um post desagradável e incomodativo. Para mim, era sobretudo uma piadinha infantil e de gosto duvidoso. Levei um bocado longe demais isso de ser directa e frontal, passando mais para o campo da estupidez.
O post era estúpido porque implicava terceiras pessoas e porque nem todos os envolvidos se podem reunir, falar acerca disso, discutir as suas razões (como já aconteceu antes). Acho que o "meu" post era também sobre isso. Não estou muito aberta às razões "dos outros".
Mas é porque ele era talvez de mau gosto,porque implicava mais do que a mim uma outra pessoa, porque quando o coloquei sabia que era arriscado, e porque as minhas piores perspectivas se cumpriram que, excepcionalmente, o retiro.

quarta-feira, setembro 07, 2005
 
Sim, sim, claro que quero a reconciliação.

Claro, não quero andar aí a criar mau ambiente no grupo sem necessidade.

Sentamo-nos e falamos e resolvemos as coisas. É sincero. A amizade, o perdão, não há nada a perdoar, aliás.

Sim, sim, vamos todos habituar-nos à ideia, vai ser tudo normal. Habituamo-nos a tudo. A vida é mesmo assim. A vida dá muitas voltas. E é importante que o ressentimento não vença a sensatez e a amizade.

Eu sei, eu sei, não há condescendência. Nem é bem pena. É saber que eu sofro. Eu sei, eu sei.

E claro, claro que vou ser uma mulherzinha e andar pra frente. Eu sou forte, a sério que sou, eu aguento-me bem.

Pronto, um abraço, é sincero, é mesmo sincero, não te quero ver a chorar.
Eu acho que tens sorte.


Mas nada do que me digas vai menorizar o meu sofrimento, a minha mágoa.
Porque quando se gosta é assim, é mesmo assim. É para sofrer muito.
E podem vir dias mais quentinhos, e podem vir conversas que resolvem questões concretas como o mau estar entre os amigos, coisa que ninguém quer, e podem vir os amigos e o seu conforto, e pode aparecer na nossa cabeça aquela lista de argumentos que vamos fazendo com uma aplicação de bons alunos da vida, podem até fazer todo o sentido, podem até ser os argumentos mais válidos, pode até passar-nos na cabeça que tudo tem uma lógica, que há um destino, que há um sentido que agora nos é ocultado pela nossa jovem mente mas que o tempo nos vai mostrar a lógica natural das coisas e o seu sentido e até mesmo o propósito dos acontecimentos, mas estas merdas todas que acabo de enunciar, estas e mais algumas que não me recordo agora, não servem absolutamente para nada em questões de amor.

É assim e é assim.
E não há nada a fazer.

E no fundo no fundo, nós, amiguinhos, sabemos isso. Ninguém aqui é herói para o seu criado de quarto.


E essa intuição visceral do amor faz uso de uns mecanismos que não dominamos, apenas vamos aprendendo a observar.
Como acontece com as doenças que nos vencem.

E era isto, acho eu, que eu queria mesmo dizer.
Aqui no blog, onde já disse tanta coisa, eu queria dizer, curvada sob uma enorme realidade que me ultrapassa, que não sei nada do (meu) amor.

segunda-feira, setembro 05, 2005
 
Busby Berkeley Dreams


Nunca encontrei nenhuma imagem de um casal a dançar que fosse tão bonita como esta canção. E hoje até fui à procura...


Come a little bit closer
Hear what I have to say
Just like children sleepin'
We could dream this night away.

But there's a full moon risin'
Let's go dancin' in the light
We know where the music's playin'
Let's go out and feel the night.

Because I'm still in love with you
I want to see you dance again
Because I'm still in love with you

On this harvest moon.

When we were strangers
I watched you from afar
When we were lovers
I loved you with all my heart.

But now it's gettin' late
And the moon is climbin' high
I want to celebrate
See it shinin' in your eye.

Because I'm still in love with you
I want to see you dance again
Because I'm still in love with you
On this harvest moon.


Gostava tanto de saber dançar para um dia poder dançar isto com ele.

 
Gosto do conceito de segunda oportunidade.

sexta-feira, setembro 02, 2005
 
Hoje a comprar o jornal no quiosque, ouvi um polícia fardado a dizer em voz alta na rua que "eu não era racista, mas assim vejo-me obrigado".
Eu comecei a cantalorar baixinho para mim a melodia desta canção:

Jesus loves me
But not my wife
Not my nigger friends
Or their nigger lives
But jesus loves me
That's for sure
'Cause the bible tells me so
Read your bible good and well
Don't forget about that apple spell
Don't fall in the wishing well
Wishing for heaven and gettin' hell
Wash behind your eras don't smell
Cover them freckles don't ask don't tell
Kiss your papa but not too long
Hold his hands
Don't do no wrong
Jesus loves me
But not my wife
Not my nigger friends
Or their nigger lives
But jesus loves me
That's for sure
'Cause the bible tells me so
Hush don't cry
Dry them tears
Time'll wash away all them years
Scare or a bruise
Pick and choose
When you're all grown up
You'll have the blues
Life'll give you that wedding ring
Fancy cars and diamond things
You best believe in jesus' way
And never fall asleep forgetting to pray
Jesus loves me
But not my wife
Not my nigger friends
Or their nigger lives
But jesus loves me
That's for sure
'Cause the bible tells me so



E continuava fardado quando disse: se o pudesse fazer, tinha-o morto, logo, ali.

Ninguém deve ter um lado anarca menos expressivo do que o meu e ainda assim não consigo deixar de o pensar.

O mundo só será um lugar seguro quando todos os polícias desparecerem.


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