{Ninguém é herói para o seu criado de quarto}
sábado, dezembro 31, 2005
 
Eu, o Sinatra e o final do ano

Não sei bem explicar mas vou tentar.

Sabem, é que nem sempre uma pessoa está pronta para ouvir Frank Sinatra.

Eu ando tão mal pronta, não sei, acho que amanhã vou comprar umas calças de ganga novas.

É que as últimas que comprei, enganei-me e comprei uns números acima e depois a minha avó arranjou-mas mas a verdade é que elas não me ficam bem.

E não compro uma camisola há muito tempo.
Assim uma camisola bonita, com uma cor que me fique bem, que realce qualquer coisa de bom na minha cara.

Assim como eu ando, ando mal pronta.
E o Frank Sinatra assim não canta.

Talvez uma saia, não sei.
Não, isso saias eu tenho.
E casacos também.

P'raí no meu primeiro ou segundo ano da faculdade eu comprei umas calças de ganga e gostava muito delas. Usei-as tanto que se romperam e, apesar de ainda estarem no meu roupeiro, eu já não as uso, especialmente no Inverno.

E O QUE ME IRRITA MESMO É QUE CHEGO AO FINAL DE 2005 SEM TER UMAS CALÇAS DE GANGA DE JEITO!!!!

quinta-feira, dezembro 29, 2005
 
mas é uma pena para o bob geldof. a beatificação vai ter de esperar.

 
Parabéns Sérgio,

O Sócrates ia gostar de saber isso. Benvindo aos anos Y2K.

 
ADSL

eu tenho.

terça-feira, dezembro 27, 2005
 
Violência doméstica


Esta tarde o meu pai:




deu uma sova

à minha mãe:
.

Durante mais de duas horas.


 
Tenho andado a pensar neste meu ano de 2005 e gostava de partilhar convosco aquilo que melhor aprendi, a minha maior lição de vida (pela mão do stephen Merrit):

You are a splendid butterfly
It is your wings that make you beautiful
And I could make you fly away
But I could never make you stay
You said you were in love with me
Both of us know that that's impossible
And I could make you rue the day
But I could never make you stay

Not for all the tea in China
Not if I could sing like a bird
Not for all North Carolina
Not for all my little words
Not if I could write for you
The sweetest song you ever heard
It doesn't matter what I'll do
Not for all my little words


Now that you've made me want to die
You tell me that you're unboyfriendable
And I could make you pay and pay
But I could never make you stay


Há mesmo coisas (pessoas) que não podemos mudar...

segunda-feira, dezembro 26, 2005
 
[Livro de Bordo - José Araújo. 2005]




























































































esta foi a minha prenda de natal mais fixe deste ano.

sábado, dezembro 24, 2005
 
Terça-feira, Dezembro 24, 2002

Post de Natal O Amor é um bebé
Os judeus andavam há séculos à espera de um salvador. Aprendiam desde crianças a seguir exemplos como aquele do homem que ia decapitar o filho só porque Deus lhe pediu ou do outro que fez uma guerra só pra lá mandar um soldado porque estava interessado em dormir com a mulher dele.
Os judeus sempre foram um povo de ranhosos empertigados, com mais de 800 leis que tinham que cumprir e viviam na esperança de que viesse um salvador.
Mas pra salvar do quê? Bom, eu acho que os judeus achavam que o rei que lhes tinha sido prometido os vinha salvar da opressão. É legítimo: se estivesse oprimida, e me prometessem um rei, eu também ia querer que ele me libertasse da opressão. Não esperavam propriamente um filho de uma mãe adolescente, grávida antes de um casamento com um carpinteiro que a aceitou mesmo assim e que foi parir num estábulo (de certeza cheio de bosta, os presépios deviam todos ter bosta) porque ninguém lhe quis abrir a porta.
E pronto: aqui têm o vosso rei, disse Deus.Nasceu assim como os meninos pobres nascem, assim num sítio ao calhas. É esse bebé aí deitado numas palhas, ao pé das vacas.
Não era propriamente disto que estavam à espera os judeus. Mas uns pastores deviam ter uma ideia diferente porque perceberam logo que tinha chegado finalmente a hora.

Eu gosto mesmo desta aproximação de Deus à humanidade. Deus aproximou-se e viveu sempre nas periferias da sociedade. Acho isso inteligente.
Mesmo que seja mentira, afinal nunca fui pessoa de me preocupar se as coisas existiam na realidade ou não.
E a ironia divina começou no Natal e continua hoje, com as coisas que nos acontecem.
E, às vezes, parece-me que queremos ignorar certas coisas essenciais e importantes porque não nos queremos desinstalar.
E agora, vou arranjar bosta pra pôr no meu presépio (o meu presépio está cheio de heras, parece que o Jesus nasceu na Amazónia).



- posted by debra @ 12:02 PM

 
Bem, eu que tentei acabar com ele tantas vezes, não consigo deixar de ficar triste quando este blog não é actualizado. E o que mais me entristece, não é tanto que as pessoas não "escrevam" nele, mas o pensamento de que talvez "nós" já não passemos pelo quarto, como fazíamos dantes.
Ia escrever um post sobre o Natal, mas como não me ocorre nada para além do desejo que estejam bem, em família, felizes, que os vossos corações tenham fé, decidi republicar um post muito comovente da madalena em 2002, um dos mais bonitos posts de Natal que eu já li, seja neste ou noutros blogs.
Uma espécie de best of, também para nos irmos lembrando de porque é que não devíamos deixar isto morrer.
Feliz Natal a todos. Gosto muito de vocês.

quarta-feira, dezembro 21, 2005
 



I'd swim across lake Michigan
I'd sell my shoes
I'd give my body to be back again
In the rest of the room

To be alone with you
To be alone with you
To be alone with you
To be alone with you

You gave your body to the lonely
They took your clothes
You gave up a wife and a family
You gave your goals

To be alone with me
To be alone with me
To be alone with me
You went up on a tree

To be alone with me you went up on the tree

I'll never know the man who loved me



Bem, na verdade é uma canção de fé. Ou uma canção de amor.
No fundo é a mesma coisa.
É isso que a torna uma das mais bonitas que já ouvi.

domingo, dezembro 18, 2005
 
«A Tesoura, o canivete, os óculos, perdem-se um belo dia, ouvem a nossa voz, gostariam de responder: "Estamos aqui!" e não podem.» (Jornal Rural)

In Jules et Jim de Henri-Pierre Roché

quarta-feira, dezembro 14, 2005
 
Actualmente, o homem na minha vida:



Doctor Frasier Crane

sexta-feira, dezembro 09, 2005
 
Acordei com uma vontade de saber como eu ia
E como ia meu mundo
Descobri que além de ser um anjo eu tenho cinco inimigos
Preciso de uma casa para minha velhice
Porém preciso de dinheiro pra fazer investimentos
Preciso às vezes ser durão
Pois eu sou muito sentimental meu amor
Preciso falar com alguém que precise de alguém
Prá falar também
Preciso mandar um cartão postal para o exterior
Prá meu amigo Big Joney
Preciso falar com aquela menina de rosa
Pois preciso de inspiração
Preciso ver uma vitória do meu time
Se for possível vê-lo campeão
Preciso ter fé em Deus
E me cuidar e olhar minha família
Preciso de carinho pois eu quero ser compreendido
Preciso saber que dia e hora ela passa por aqui
E se ela ainda gosta de mim
Preciso saber urgentemente
Porque é proibido pisar na grama

terça-feira, dezembro 06, 2005
 


JEREMY SMITH

Hallway, Naples 2002-2004
pencil on paper on board
48 x 40

segunda-feira, dezembro 05, 2005
 
[o autocarro das 20.30]

Quando apanho o autocarro às 20.30 para uma aldeia que mal conheço, para voltar a uma casa que não é a minha, é como se estivesse no estrangeiro. A paisagem é diferente, as ruas não são sequer parecidas, e as pessoas não as conheço nem sequer de vista. É claro, há a língua. Mas as pessoas não falam, vão sempre caladas e cansadas e sisudas. Como eu. Não há outra maneira - com phones, com um livro ou um jornal, com uma playstation portátil - os transportes públicos são sempre uma interrupção, da vida, ou qualquer coisa assim parecida. A Madalena uma vez também falou disso. No autocarro, ás 20.30, toda a gente deve sentir-se um pouco como no estrangeiro.

 
Assim, essa ciência que devia ensinar-me tudo, acaba na hipótese, essa lucidez cai na metáfora, essa incerteza resolve-se em obra de arte. Que precisão tinha eu de fazer tantos esforços? As linhas suaves dessas colinas e a mão da tarde no meu coração agitado, ensinam-me muito mais. Volto ao princípio. Compreendo que, se posso apreender os fenómenos pela ciência e enumerá-los, não posso apreender da mesma maneira o mundo. Ainda que lhe acompanhasse com o dedo todos os relevos, não ficaria mais adiantado. E dão-me a escolher entre uma descrição que é certa, mas que nada me diz, e as hipóteses que pretendem ensinar-me mas que não sao certas.

Albert Camus


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