{Ninguém é herói para o seu criado de quarto}
segunda-feira, julho 31, 2006
 













Quando mal, nunca pior.
Mafra, 29.07.2006, 13.08

sábado, julho 29, 2006
 
Sérgio,

ta photo, c'est super.

 













Mentira Inofensiva.
Casais de Monte Bom, 28.07.2006, 23.55

 













Amanhã já não vou estar aqui.
Casais de Monte Bom, 28.07.2006, 14.00

 













Trabalho.
Casais de Monte Bom, 28.07.2006, 13.36

 














Enviar e receber.
Casais de Monte Bom, 27.07.2006, 13.33

quinta-feira, julho 27, 2006
 
Não quero ser dura, nem pretensiosa (até porque quem sou eu para falar deste assunto - gargalhada piedosa aqui), mas Madalena, tu estás a precisar de uma intervenção rápida, de uma cura, de uma desintoxicação que te liberte desses pensamentos que não te levam a lado nenhum (mais gargalhadas piedosas pelo facto de ser eu a dizer isto). Afinal quem é que estamos a enganar?

quarta-feira, julho 26, 2006
 
Eu e o Goo acerca do amor


madalena diz:
tb de qualquer modo eu já não acredito no amor

madalena diz:
por isso tb n me interessa

gustavo diz:
viva

gustavo diz:
urrahhh

gustavo diz:
este mundo está cada vez mais esperançoso

madalena diz:
sou uma pessoa muito mais feliz

madalena diz:
agora que se fez luz

gustavo diz:
ppppppppppppppppppffffffffffffffffffffffffff

gustavo diz:
ahahahahahhahahaa

madalena diz:
e que percebi que duas pessoas se apaixonarem

madalena diz:
é impossivel

madalena diz:
pelo menos se uma dessas pessoas for eu

gustavo diz:
cala-te

madalena diz:
a sério

gustavo diz:
é possivel

gustavo diz:
isso talvez

madalena diz:
ah bom

gustavo diz:
eu percebo

gustavo diz:
acho que também estou para aí sintonizado

gustavo diz:
nessa tua descrença

madalena diz:
sinto-me uma sobredotada

gustavo diz:
?????????????

madalena diz:
sim

gustavo diz:
????????????'

madalena diz:
relativamente a quem acredita que está apaixonado

madalena diz:
como as minhas amigas

madalena diz:
q usam muito disso

madalena diz:
com variedade e frequencia

gustavo diz:
discordo

gustavo diz:
é a ilusão que torna as coisas possiveis

madalena diz:
ahhhhhhhhhh

gustavo diz:
enquanto estiverem iludidas, podem conseguir

madalena diz:
e quem já n consegue iludir-se?

gustavo diz:
encontra outra coisa

madalena diz:
como por exemplo...

gustavo diz:
algo mais pragmático

gustavo diz:
uma vida de solidão

madalena diz:
aaaaaaaaaaaahhhh

madalena diz:
afinal ainda acreditas

gustavo diz:
acredito, mas de outra forma

gustavo diz:
acho é que nunca vou encontrar ninguém que esteja no mesmo comprimento de onda do meu

 













Emilie. Oito anos, desde ontem.
Casais de Monte Bom, 26.07.2006, 13.47

 













Os gatos também sonham.
Casais de Monte Bom, 26.07.2006, 13.30

terça-feira, julho 25, 2006
 













Óculos, lentes novas e lentes velhas.
Mafra, 25.07.2006, 19.51

segunda-feira, julho 24, 2006
 













Israel.
Casais de Monte Bom, 24.07.2006, 20.07

 













Cortina.
Casais de Monte Bom, 24.07.2006, 19.53

 
eu não conseguia entrar no quarto, mas o problema era apenas meu. embirrei que a password era uma que afinal não era. na vida temos destas coisas: embirramos com algo que cremos estar certo e que afinal está errado.

 
[Crime Laboral]

Ao longo dos dois anos da minha primeira passagem pela loja fui recolhendo algumas fotos que guardei. eram uma espécie de trofeus de sítios de onde eu tinha revelado fotografias, e é claro que é uma coisa completamente ilegal. as fotos que eu guardava eram apenas de lugares, nunca de pessoas, com excepção de uma vez uma foto do Xanana Gusmão. quem me visitar ainda pode ver uma foto de uma avenida de Nova Iorque, pendurada mesmo ao lado do computador. Não acho esta atitude merecedora de especial reprovação. eram fotos completamente genéricas e podiam ser postais comprados nos locais em causa. mas a questão não está propriamente aí. a verdade é que com a mesma facilidade com que recolhi fotos de sítios, podia tê-lo feito com fotos de pessoas.
Mas há outra coisa em que penso muito mais do que nisso. é com o destino das fotos excedentárias, que são destruídas e deitadas ao lixo. Nas lojas de fotografia são feitas centenas, milhares de fotografias excedentárias, fotografias que por vários motivos não reúnem as condições para serem entregues aos clientes. Fotografias que necessitam de correcção de cor, fotografias defeituosas por causa de imperfeições no papel, fotografias simplesmente repetidas. Em condições normais essas fotos são imediatamente destruídas, ragadas, cortadas aos pedaços e deitadas para o lixo. há já muito tempo que fantasio sobre o destino dessas fotos, ou desses restos de fotos. presumo que outras pessoas que trabalhem nas mesmas condições também já o tenham feito. desde há muito que penso que essas fotos, que saem nos sacos de plástico do lixo limpo de uma loja de fotografias, podem ser recolhidas por alguém. Talvez um artista visionário, a utilizar esses fragmentos para construir uma nova realidade, ou talvez um psicopata a tentar reconstruir a realidade mesma das fotos. sim, porque embora as fotos sejam destruídas, todos os pedaços ficam ali no mesmo saco. com tempo e paciência, reconstruir uma dessas fotos não é de todo impossível.
E sempre que rasgo ou corto fotografias, sempre que vou deixar o lixo da parte de fora da loja, lembro-me de um destes personagens obscuros que vivem na minha cabeça. às vezes acho que se um dia escrevesse um romance, seria sobre um deles. especialmente o artista, a laborar uma obra grandiosa, uma espécie de Henry Fool, a partir dos bocados que eu deito fora no meu emprego de fim de semana. também já me passou pela cabeça assumir eu essas personagens, mas não teria nem arte, nem loucura suficientes para qualquer uma delas. No entanto, e como sinto essa sedução, este fim de semana aproveitei a minha divagação fotográfica para documentar as possibilidades e potencialidades das fotografias excedentárias, uma ideia que andava na minha cabeça muito antes de ter visto as esculturas de fotografias da Claire do Sete Palmos de Terra, tabém elas, provavelmente, uma ideia artistica em segundo grau, pensada pelo escritor da série. as minhas fotos não têm a pretensão de ser artísticas a priori, no momento da composição do objecto fotografado. O objectivo é a documentação dessa ideia, dessa possibilidade que existe, no contexto de documentação do meu próprio quotidiano. e além disso, assumindo por instantes essas identidades nas fotos ?Crime Laboral? e ?Frankenstein 1, 2 e 3 (crime laboral #2)?, mostro que o destino das vossas fotos quando são reveladas não é seguro. Podem acabar nas mão de um artista, de um psicopata ou de um engraçadinho como eu.

domingo, julho 23, 2006
 













Frankenstein 1, 2 e 3. (Crime laboral #2)
Mafra, 23.07.2006, 18.54

 













Esquinas e cantos.
Mafra, 23.07.2006, 10.47

 














Revelador, branqueador, fixador, estabilizador.
Mafra, 23.07.2006, 09.36

sábado, julho 22, 2006
 













Crime laboral.
Mafra, 22.07.2006, 13.53

sexta-feira, julho 21, 2006
 













Trigo limpo, farinha Amparo.
Picanceira de Baixo, 21.07.2006, 09.19

 













Imuran + Salofalk.
Casais de Monte Bom, 21.07.2006, 08.28

quinta-feira, julho 20, 2006
 
[O dia em que a minha máquina fotográfica resuscitou ou uma breve justificação]

a minha máquina fotográfica morreu num dos últimos dias do mês passado. quer dizer, encontrei-a num desses dias já sem vida. tentei fazer-lhe uma reanimação mal amanhada. a lei da pancadinha é o recurso dos leigos em matérias electrónicas e mecânicas. mas nada, ela estava morta.
comecei a tratar dos papeis da garantia - de dois anos, e que por pouco já tinham passado - e já estava a imaginar que a resposta do sr coisinho da reparação fosse para eu comprar outra, que já não valia a pena arranjar, e que se quisesse teria que gastar uma pequena fortuna no arranjo ou a comprar outra nova.
tentei várias vezes ver se ela estava só de greve, mas a reacçaõ foi sempre a mesma. estava estragada e pronto.
só que no sábado à noite, voltei a tentar tirar uma foto. e foi aí que a minha máquina resuscitou. talvez tenha sido um protesto contra a falta de uso, contra o facto de não me ter lembrado de levá-la para sevilha, por exemplo. fiquei tão contente que ando por aí a tirar fotografias ao que calha e a inundar o blog com elas. afinal, agora qualquer foto pode ser a última. além do mais, como nunca encontro nada para escrever, e como temos que chegar ao post 3500, e porque eu até tenho vontade de participar no blog, vou continuar a pôr fotografias. até me chatear, até me mandarem parar, ou até acabar o canto de cisne.

 













Granulado, e água várias vezes ao dia.
Casais de Monte Bom, 20.07.2006, 17.30

 















Ferro, madeira e tinta.
Casais de Monte Bom, 20.07.2006, 08.55

 
















Pequeno plátano, pequena cadeira.
Casais de Monte Bom, 20.07.2006, 08:09.

quarta-feira, julho 19, 2006
 
















El espacio público muerto.
casais de monte bom, 19.07.2006, 17:20.

 
















madrugada.
casais de monte bom, 19.07.2006, 6:30.

 
The Blues are Still Blue
(ou como há coisas que mudam e coisas que não mudam...)


Ontem foi a quarta vez na vida em que assisti a um concerto dos Belle & Sebastian. A primeira vez foi no já distante (como disse a Cristina eheheh) 2002 e tenho algo a declarar:

Os Belle & Sebastian, tal como eu, começam a demonstrar sinais de idade...

É que são 3 da manhã e eu acabo de chegar a casa, do trabalho, direita ao pc para vir escrever no blog. Se são 3 da manhã e eu estou a escrever, é porque ontem durante duas horas e meia (aproximadamente), eu ouvi muita música , dancei muito (e involuntariamente) e sem querer, pensei muito em quem sou eu, na minha idade, nos meus amigos, no que tem sido a minha vida desde... Sei lá... 2002, por exemplo? Bem, naquela altura em que toda a minha vida era (d)escrita aqui no blog.
Se são 3 da manhã e não escrevi ontem no regresso do concerto como tive vontade, era porque hoje tinha de ir trabalhar um bocado mais cedo. Se ainda assim chego às 3 da manhã, talvez não tenha sido porque trabalhei muito, mas porque para as pessoas para quem trabalho o dinheiro, o tempo, o trabalho e o esforço não são como para mim, coisas de valor. Acho que em 2002 não me imaginava a voltar do meu trabalho em part time às 3 da manhã. E que isto não se confunda com um lamento, ou uma queixa. Eu no fundo, ultimamente até ando contente. É tudo porque eu, tal como os Belle & Sebastian, e sem qualquer conotação negativa, começo a acusar sinais da idade...

Ora no Sábado, tocam em Lisboa os Strokes, anos depois de terem sido moda. Ontem quando perguntei se eles estavam ou não na moda, toda a gente me respondeu que não, que os Strokes não estão nada na moda, mas aposto que o concerto de sábado vai estar cheia da "gente gira" da cidade de Lisboa. Quem é que ainda vai a coisas destas?

- Quem é que ainda vem a coisas destas? Foi o que eu vinha no caminho a perguntar-me, numa conversa com o Marcos. Quase ninguém, mas depois lembrámo-nos de ti e até falámos nisso. E aqui estás tu.

Foi isso que me disse o Luís quando ontem eu o fui cumprimentar à noite, no coliseu quase vazio, meia hora antes do início dos Pop dell'Arte. Eu achei muita graça mas na altura fiquei um bocadinho atrapalhada e nem me lembro do que respondi. Disse-lhe que já tinha visto B&S outras vezes mas que ficava sempre muito entusiasmada a cada nova oportunidade. Enfim, é que eu também encontrei o Luís no final do concerto de 2002, do Sudoeste. Meio aérea, meio nas nuvens, a sentir-me muito feliz por os ter visto, finalmente. O Luís é um grande fã dos Belle & Sebastian. Não sei se é por isso que simpatizo tanto com ele. O Luís é um quase-amigo, um amigo de um amigo que tinha um grupo de amigos que iam a todos os concertos a que eu ia e que eu estava sempre a encontrar. Mas isso era dantes. Eu continuo a encontrar esses amigos muitas vezes por aí, em festivais e no metro, em cafés e bares e na ZDB. Mas ontem só lá estávamos eu e ele. E o Marcos. E a Cristina. E a Madalena. E o Cândido. E o Miguel. E o Pedro Mexia. Vendo bem, quem é que ainda vem a coisas destas?

Eu devo confessar. Eu tenho os meus momentos de fraqueza.

Through the day
As if on an ocean
Waiting here,
Always failing to remember why we came, came, came:

I wonder why we came.


E antes de começar o concerto, põe a passar Brian Eno. I wonder why we came...
Eu fiz um mini-drama quando soube que o concerto do Kanye West era no mesmo dia que o concerto dos Belle. E penso em trocar o bilhete. Mas eu queria enganar quem? Quero dizer, eu gosto do Kanye West, das canções do Kanye West, dos Samples do Kanye West, da roupa do Kanye West, da atitude do Kanye West, do disco do Kanye West. Mas os Belle and Sebastian, andam hà anos a aperfeiçoar as melodias e as letras que me entram nos ouvidos, se entranham na minha cabeça para se virem a alojar no meu coração devagarinho, para lá ficar para sempre. Eu sei porque é que ontem à noite eu estive no Coliseu dos recreios e não nos jardins do Palácio do Marquês. Há quem seja cool como o Kanye West. Eu só queria ser tão fixe como os Belle & Sebastian.

Quem é que ainda vem a coisas destas?

Além de nós, lá à frente na plateia, muitos miúdos. Mas miúdos mesmo. Uma geração que (Stuart dixit) nem deve conhecer as canções antigas do "green album". E por isso, ele dedicou o "State That I Am In", essa canção "antiga" às pessoas mais velhas nas bancadas "sitting in the back". "Sleeping in the back"... Tal como eles (que de facto estão a parecer-se cada vez menos com as imagens das fotografias, dos putos louros de Glasgow) nós também estamos a ficar mais velhos.

Mas eu que estou sempre a repetir isto, tenho de esclarecer, acho que eles estão muito em forma. O concerto reconciliou-me com o album novo como eu ainda não o tinha conseguido fazer. Enfim, foi sempre uma festa, é uma festa, vai ser sempre uma festa, assistir a uma actuação deles. Dou por mim a cantar letras que nem sabia que sabia de cor, a dançar como se estivesse sozinha no meu quarto...

Há muitas bandas que eu gosto: bandas muito cool, muito boas, com canções muito boas, álbuns históricos, muito importantes, muito inovadores, muito à frente do seu tempo. Mas há uma coisa muito importante para mim e ontem dei-me conta que talvez tenha sido isso que fez deles a minha banda preferida durante estes anos a fio: acho que os belle and sebastian podiam ser meus amigos. Acho isso mesmo a sério. Acho que isso não vai acontecer, mas eu, o Stuart, o Stevie, o Chris, o Mick, o Bobby, o Richard e a Sarah podíamos ser amigos. Eles podiam escrever aqui no blog. Podíamos falar de filmes e de livros e de amores e dos outros e ir ao cinema e a concertos de bandas pop fora de moda. Ontem quando o Stuart foi ao público buscar um cigarro eu pensei "OH não, ele fuma". Ia ser uma chatice. Na festa de aniversário do Sérgio nunca há cinzeiros, se bem que este ano já se falou de preencher declarações de IRS. Nós como eles, começamos a demonstrar sinais da idade.



Mas olhem. Era a quarta vez que eu os via, mas é um prazer mesmo grande. Ver a "minha banda" a dar um concerto na "minha cidade". Já devia era ter sido há mais tempo. Ou não. Talvez melhor assim. Quem é que ainda vem a estas coisas? É uma questão de afecto, de amor. Acho eu. Falo por mim...

No final, eu que começo a sentir a idade a pesar, estava cansada e feliz, com o corpo cheio de música, mas a precisar de ir para casa, a pensar no trabalho que tinha para fazer hoje, no calor que sentia, a precisar de um copo de água e de parar um segundo. E a Madalena disse, que o que era preciso era um concerto de Belle and Sebastian de 3 em 3 anos. E eu corrijo: todos os anos - como a festa de aniversário do Sérgio.

terça-feira, julho 18, 2006
 
Este post não é sobre Belle and Sebastian


Lembro-me que, às vezes, nos momentos em que não podia de modo algum rir, nem fazer barulho, tentava lembrar-me de coisas tristes.
E nessa altura passavam-me pela cabeça todas as coisas que me faziam sorrir, ou antes, que faziam rir descontroladamente.

E agora, nos momentos em que me parece que não devo fazer muito barulho a viver, vem-me à cabeça tudo quanto me faz dançar.

(Breathless, do Nick Cave)

quarta-feira, julho 12, 2006
 
Eu amo a tarde / O final da tarde


Eu amo a tarde
O final da tarde
As coisas ficam mais soltas
As coisas ficam mais soltas
Os sorrisos mais altos
As cores das coisas ficam
As coisas ficam mais outras
Soltas no final da tarde

Os beijos ficam mais humidos
Os lapis mais rapidos
As telhas mais frias, o fim se inicia
E o gado fica mais calmo

As dores ficam mais mornas
E os amores mais mais mais absolutos
No final da tarde eu amo a tarde
E os saltos dos sapatos ficam mais altos
E os dedos dos soldados abrem as ruas
E as palavras de dentro ficam fora
E o centro onde eu moro vira norte
E as almas das pessoas ficam nuas
E a vontade das vontades é te ver
E a vontade das vontades é te ter

No final da tarde



Ou de como é bom sair do trabalho na rua das Janelas Verdes (ao pé do miradouro do Museu de Arte Antiga)no fim das tardes de verão...

 
- Madalena, mas que grande suspiro...

Eu sorri mas devia ter dito a verdade:
- Cortaram um bocado do meu coração e deram-no a comer aos cães.

terça-feira, julho 11, 2006
 
Pode alguém ser quem não é?





Como é que eu convenço o Sérgio a não querer profundidade??
Como é que eu me convenço a mim que muito do que eu acho que sei não é verdade?
E que muito do que eu acho que sou não sou?

A profundidade, a profundidade... faz-me lembrar frio e humidade e fundo do poço.
FUNDO DO POÇO.
Ninguém quer ficar num fundo do poço.


E depois se formos a algum sítio só por ir?
Podemos ser quem não somos.
Podemos sim.

Não devemos ser mais papistas que o Papa.

Quando nos fartarmos vamos embora, sem medos.

Sempre sem medos.
Sempre a nadar, sempre a nadar, sempre a nadar, sempre a nadar, sempre a nadar, sempre a nadar.



Não quero saber, eu vou a qualquer lado.

Mas que mania esta a de querer coisas que não existem...!!!
Ai tem que ser profundo senão não me envolvo.

Mas porquê?
Se não for profundo acaba-se o mundo?
Cai o Carmo e a Trindade?
O Benfica fica sem ganhar a Liga dos Campeões durante 50 anos?


Estou a tentar ser convincente.
Eu não sei quanto a ti Sérgio mas eu já estou convencida.

Vá senhor psicológo, pergunte-me agora a quantos convites de jantar eu digo que sim? Vá, pergunte lá...
Digo que sim a todos! A todos!

Estou a ser convincente.
Diz-me o Cândido:

parece que dizes ao sérgio para n ser tão profundo como se ele tivesse de abdicar do certo. ser um bocadinho condescendente com o mundo terreno

Sim, é isso mesmo.
Temos que ser condescendentes com o mundo terreno.
Assim seja.

 
Take Up Thy Stethoscope and Walk.























Syd Barrett 1946-2006


Doctor doctor!
I'm in bed
Achin' head
Gold is lead
Choke on bread
Underfed
Gold is lead
Jesus bled
Pain is red
Are goon
Grow go
Greasy spoon
You swoon
June bloom

Music seems to help the pain
Seems to cultivate the brain.
Doctor kindly tell your wife that
I'm alive - flowers thrive - realize - realize
Realize.

Shine on You Crazy Diamond.

segunda-feira, julho 10, 2006
 
Houve alturas em que sentia que tudo na minha vida estava em convulsão e depois tudo se resolveu e eu não sabia, ainda, dizer que "(...)foi um dia que passou num furacão / um furacão que se amainou(...)".

Houve alturas em que eu não sabia explicar que me sentia num impasse e eu podia ter dito que "(...)me vi só, atirando a moeda ao ar(...)".

Houve alturas em que eu não sabia dizer o que andava a fazer e podia ter explicado que estava a "(...)dar corda à máquina de amar(...)".

Houve alturas em que eu não percebia em que sentido eu era uma pessoa tão "crente" e podia lembrar-me dos momentos em que tinha a certeza de que "(...)cara ou coroa, eu vou ganhar(...)".

O Cosmopanda tem-me ensinado muitas coisas ao longo da vida. Eu que tenho tanta ânsia de tirar conclusões, tenho é de ir ouvindo as canções do Cosmopanda, para que um dia, quando a vida assim o decidir,ela me as deixe compreender.

(já agora, porque não sei colocar canções no blog, deixo-vos a letra inteira daquela que já foi em alguns dias da minha vida, a minha canção preferida do Sérgio Godinho, "As Horas Extraordinárias".



Foi a saudade do teu braço
e o olhar que já da tua luz me dói
trabalhei sem dar pelo cansaço
horas extraordinárias, foi
um dia que passou num furacão
um furacão que se amainou, só
quando aparte o amor eu me vi só
atirando a moeda ao ar
diz-me que cara ou coroa eu vou ganhar
diz-me quanto eu fiz bem em me apostar
e que bem fiz em ter por necessárias
as horas extraordinárias

E assim que volto ao meu lugar
reencontro com dor e prazer
o coração que fiz falar
à máquina de escrever a ver
ela a dar corda à máquina de amar
e um coração a se amainar só
quando aparte o amor eu me vi só
atirando a moeda ao ar
diz-me que cara ou coroa eu vou ganhar
diz-me quanto eu fiz bem em me apostar
e que bem fiz em ter por necessárias
as horas extraordinárias

 
Onde pára o Cosmopanda - Parte 2387983 e 3/4


Eu gosto de ouvir rádio, porque eu gosto de uma ideia - já li isto em todos os lados e mais algum, mas de repente não me consigo lembrar de nenhum para referir, ou melhor, lembro-me por exemplo de o Stuart dos B&s falar disso no "fans only", mas não exactamente por essas palavras -, dessa ideia de que uma canção me pode "encontrar" a mim, quando eu menos esperar. Acho que é por isso que eu gosto especialmente de ouvir rádio no carro - isso recorda-me que uma vez li num blog de um amigo, uma teoria de que as canções verdadeiramente tristes começavam na rádio, sempre ao cair do sinal vermelho.

Sexta feira, por volta das 3 da manhã, eu estava a voltar para casa, sozinha no carro, a ouvir a RADAR. Normalmente faço zapping, mas ainda bem que não fiz.

Estou a reler o que escrevi e parece que estou a ceder à minha tentação antiga, esse meu hábito de escrever posts para tirar conclusões. Eu sou daquelas pessoas que precisam muito de tirar conclusões, mas desta vez não há conclusão nenhuma apesar de parecer (até a mim) que eu ia nesse sentido.

Bem, quando nada o fazia esperar,por entre os editors ou os strokes, ou outra banda qualquer das playlists da radar, que afinal eu conheço tão bem, tocou o "Pode alguém ser quem não é", na versão de 1972 do Pré-Histórias, sem a Teresa Salgueiro (se bem que a versão com ela também é bonita, mas acho esta muito mais). E foi assim que a rádio devolveu uma canção à minha vida - talvez seja um facto mais importante do que deveria ser - talvez um àlbum inteiro do Cosmopanda. Quero dizer, eu tenho-o, mas nunca lhe tinha prestado tanta atenção como aos meus preferidos: talvez o "Coincidências" ou o "Campolide", não sei bem.

É que este disco é fixe - tem "o Barnabé" e a "Aprendi a Amar" (com aquele verso tão bonito "aprendi a matar / bem mais do que penso" e a "Noite Passada" que nunca vai deixar de ser uma das canções mais bonitas em língua portuguesa (pelo menos na minha modesta opinião) e tem os poemas do O'Neill e, e, e...

Mas responder à pergunta que a Madalena fazia, que também é importante para mim, desde há uns dias que é "pode alguém ser quem não é" a minha canção preferida do nosso querido Cosmopanda, como já foram tantas outras, com uma duração mais ou menos prolongada...

 
Sérgio,

é bom que isso tenha sido um sonho.

 
- isso é porque não sais comigo. o que é que fazes hoje à noite? porquê que não vens comigo?

- hmm, não sei. acho que não me vai apetecer. fica para outra vez.

não lhe poderia resistir. e muito menos ficar com ela.

domingo, julho 09, 2006
 
Cosmopanda: o regresso

A questão que me pergunto todos os dias é:

Qual é hoje a minha canção preferida do Sérgio Godinho?

quinta-feira, julho 06, 2006
 
Uma private joke (demasiado private)



Eu sabia que ia chegar um dia em que não ia restar nada entre nós.

Results: CONGEDO

(N) DISMISSAL, FAREWELL, LEAVE, DISBANDMENT, RELEASE, FURLOUGH, DISCHARGE


nem sequer a língua...


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