{Ninguém é herói para o seu criado de quarto}
domingo, setembro 10, 2006
 


haveria tanto por dizer.

sábado, setembro 09, 2006
 
Post nº 3466


Eu tenho um amigo que vai partir. Está triste por ir embora e é dificíl para mim vê-lo partir.
Ele ajudava-me quando mais ninguém o fazia e ele ensinou-me muito do que sei sobre as coisas da vida.
Uma vez fui ter com ele, fiz-lhe uma conversa séria sobre um assunto incómodo. Eu estava errada. Ele disse-me: esperava esta conversa de muita gente mas de ti não.
Fiquei desolada. Andei dias de cabeça baixa.
Mas ele perdoou-me. E ficou tudo bem.

Esta situação (e outras) fazem-me pensar...
As pessoas fazem uma ideia de mim, que acho que sei mais ou menos qual é.
A mim custa-me se essa imagem for destruida. Custa-me se eu, com aquilo que faço ou que digo, destruir de algum modo a imagem que os meus amigos têm de mim.
Porque me parece que desse modo algo se perde, a confiança quebra-se... a amizade já não é amizade.
E de certeza que isso já aconteceu muitas vezes.
É como quando eu descubro qualquer coisa que não gosto sobre os meus amigos, eu fico a pensar neles de outra maneira e as coisas mudam e eu fico triste...

Eu não tenho grande coragem para enfrentar os amigos, se achar que estou a falhar.
A verdade é essa. Eu não aceito que não sou perfeita.
Mas vocês já devem saber isso sobre mim, não é?


Ando eu nestes pensamentos e resolvi oferecer um livro de poesia, onde encontro este poema:

Os amigos

Esses estranhos que nós amamos e nos amam.
olhamos para eles e são sempre adolescentes, assustados e sós e sem nenhum sentido prático, sem grande noção da ameaça ou da renúncia que sobre a luz incide.
Descuidados e intensos no seu exagero da temporalidade pura.



De facto é verdade: eu olho para vocês e vocês parecem-me sempre adolescentes descuidados.

E eu tenho medo de muita coisa. Estou sempre a dizer, em conversas sem grande importância, que tenho medo disto e daquilo.
Mas se me vejo sozinha, se me encontro naqueles momentos em que sou mesmo verdadeira e sincera comigo mesma, eu sei do que tenho mesmo medo.

E as minhas mãos tremem de medo só de pensar.

O que eu tenho mesmo medo é de perder os meus amigos.

Por isso ter amigos é tão dificíl
mas a impressão maior é a da alegria, de uma maneira que nem sempre se consegue e por isso ténue, misteriosa: talvez seja assim todo o amor.

Talvez seja assim todo o amor.


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